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Música

Discos: Goro Ito

Não é apenas mais um conjunto chato de instrumentais jazzísticos.

Postludium
Spiral Records O calendário assinala Agosto mas o tempo teima em negá-lo. E só podemos dar graças por isso — afinal, não só o tempo faz a sua parte em tornar algo suportável a invasão de milhares de turistas a regiões outrora pacatas, como também beneficia as canções de certos produtores japoneses cujas promos nos chegam às mãos. Se entre os mais diversos ofícios de Goro Ito encontramos o de compositor de bandas sonoras para cinema e televisão, ao escutar este disco entendemos logo quão relevante esse papel se assume na sua criação musical: Postludium ilustra e chama a si um seu cenário muito próprio, colocando-nos quase numa narrativa algures em Novembro em que os tons pálidos das tardes peçam pouco mais do que olhar janela fora e marinar perante a milésima repetição de Um Sogro do Pior na televisão. Embora nele reine principalmente uma aura algo soturna, consegue bailar entre uma simpática variedade de registos (ouvir por exemplo a aventureira "The Isleem contraste com outros temas mais melancólicos, como "Daisy Chain") e desenha-se entre melódicos e bonitos jogos de cordas, sopros e piano que não o deixam tornar-se apenas mais um conjunto chato de instrumentais jazzísticos. Se precisam de um disco agradavelmente cozy para vos acolher naqueles finais de dia tramados e mais cinzentões, Postludium será uma das prescrições ideais.