Manifestantes trocam nudes por votos contra Trump
Conheça o 'Putas contra Trump'. Crédito: Flickr/Wapster

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Manifestantes trocam nudes por votos contra Trump

Conheça o 'Putas contra Trump'.

As mulheres por trás do movimento Sluts Against Harper (Vadias Contra Harper), a campanha de troca de nudes por votos que ajudou a derrubar o antigo Primeiro Ministro do Canadá durante as eleições federais de 2015, passaram o bastão para as colegas americanas neste momento delicado em que um candidato pestilento de topete cresce de popularidade nos EUA.

Um grupo de mulheres dos Estados Unidos pretende replicar o sucesso do Sluts Against Harper voltando a atenção dos eleitores para Donald Trump com uma campanha intitulada Tramps Against Trump (Putas Contra Trump).

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As regras são simples: basta enviar uma mensagem direta à conta do Instagram do grupo com uma foto sua em uma seção de voto (nem precisa mostrar em quem votou) que as Tramps lhe enviarão nudes de um integrante do grupo — pode ser mulher, homem, trans ou pessoa não-binária.

Trump meio que se apoderou da nominação republicana a esta altura, então o grupo está focado em encorajar cidadãos americanos a emitir título de eleitor para fazer diferença quando chegar a hora da eleição.

"Seja quem for o próximo presidente, terá um impacto direto no que podemos ou não podemos fazer com o próprio corpo"

"No passado, contamos com a campanha Rock the Vote e outras formas de incentivar o voto, mas o que atrai os jovens hoje? Eles curtem pessoas peladas na internet", disse a criadora do movimento Tramps Against Trump, "Jessica Rabbit", que pediu para usarmos seu pseudônimo para evitar o assédio online. "Estamos usando nudez na internet para mudar o país e deixar as pessoas mais animadas."

A própria Jessica Rabbit — homenagem ao pseudônimo da mulher por trás de Sluts Against Harper, "Jessica Simps" — é profissional do sexo, segundo ela me contou, bem como boa parte da equipe voluntária da campanha. Trump tem vociferado bastante contra o aborto (há quem diga que ele é contra mulheres) e, portanto, o resultado da eleição por vir é de extrema importância para ela.

"Seja quem for o próximo presidente, terá um impacto direto no que podemos ou não podemos fazer com o próprio corpo. Veremos como a lei caminhará em relação a nós", disse Jessica Rabbit. "Para profissionais do sexo, é uma eleição muito importante."

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Créditos: Tramps Against Trump

A campanha Tramps Against Trump certamente será taxada de antifeminista por usar o corpo de mulheres em prol de uma batalha política. Nos Estados Unidos, o debate sobre gênero e feminismo na política já está a todo vapor, ao passo que Hillary Clinton está cada vez mais perto da nominação do Partido Democrata. Se a corrida final pela presidência americana ficar entre ela e Trump, a demagogia pegará fogo.

Mas as Tramps estão prontas, disse Jessica Rabbit.

"Claro que haverá críticas, e os seguidores de Hillary Clinton vão investir nessa retórica com tudo, não tenho dúvidas", disse ela. "Somos sexualizadas pelo público, por homens e pela mídia. Se nos comprometermos e enviarmos nudes, perderemos, e se não o fizermos, também perderemos. No fim das contas, somos adultos conscientes e optamos por participar da campanha."

Sluts Against Harper contava com uma equipe de aproximadamente 20 mulheres trabalhando para atender à demanda por nudes no Canadá, país com um número de habitantes semelhante ao da Califórnia. Nos Estados Unidos, a demanda será muito mais alta. Segundo Jessica Simps, artista e performer responsável pela campanha canadense, não vai ser fácil.

"Ninguém ama mais nudes do que os americanos. Eles têm uma cultura pornô hipersexualizada", disse Simps. "Vão precisar de um batalhão de garotas para segurá-los enquanto choram e mamam."

Tradução: Stephanie Fernandes