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18+

Tive sexo com uma professora do liceu e foi uma merda

Sempre existiram professores que têm sexo com os seus alunos. É uma tradição que remonta aos tempos de Sócrates.

Ilustração de Cel Willis

Sempre existiram professores que têm sexo com os seus alunos. É uma tradição que remonta aos tempos de Sócrates. E no entanto continuamos a fingir-nos incrédulos sempre que aparece nas notícias uma nova história de sexo entre professores e alunos. Quando a suposta infractora é uma mulher relativamente atractiva, pomos de lado as armas que tínhamos reservadas e o Casanova de serviço diz coisas como: "Quando andava no liceu não havia nenhuma professora boazona que fizesse isso!". Havia sim, e sempre haverá, só que não tpassava cartão.

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A minha professora de inglês era uma dessas docentes jovens e cool que toda a gente quer ter como amiga. Teria cerca de 30 anos e, embora nunca tenha tentado ser "one of us", também não tinha uma atitude condescendente. Ainda por cima, era uma bomba, pelo menos no contexto de uma cidade pequena. Ela era a professora "boazona" do liceu. Os seus grandes peitos eram tema de conversa recorrente na sala dos matraquilhos. O seu rabo era objecto de inúmeros olhares, meus e de muitos pré e pós adolescentes. Ela tinha tudo o que se podia desejar para alimentar uma fantasia erótica entre aluno e professora.

No final do ano escolar, a professora (a quem a partir de agora chamarei X) deu-nos a todos uns cartões escritos à mão. Suponho que cada um, como o meu, continha uma sentida mensagem de apreço, mas a minha incluia os seus dados de contacto.

"Se este verão te apetece tomar um café, envia-me um e-mail."

Talvez fosse um gesto inócuo, claro, mas não podia arriscar-me a perder esta oportunidade, no caso de que não fosse. Como estás a ler este artigo já sabes que o meu instinto estava certo.

Finalmente, ganhei coragem e enviei-lhe um e-mail no final de Junho. Estava cheio de lugares comuns: Que tal o verão? Tens alguma viagem planeada? O que é que estás a ler? Depois de todo o protocolo, propus-lhe ir tomar um café numa livraria, estratégicamente situada, fora do bairro do liceu. Embora o rendez-vous acabasse por ser um simples encontro platónico, ambos sabíamos que levantaríamos suspeitas se alguém nos visse fraternizar. Não demorou nada a responder: "Sim, claro. Na semana que vem é bom para ti?".

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Devo dizer que a professora X estava (e tanto quanto sei, continua a estar) casada. Também sabia que tinha um filho, mas isso não travou as minhas intenções. Não me sinto orgulhoso. No entanto, ante a perspectiva de tornar realidade uma fantasia clássica de adolescente, o ponteiro da moral tem tendência a torcer-se. Cresci com as absurdas comédias sexuais para adolescentes, como o American Pie, e dramalhões como o Hunger Games . Hollywood fez-me descobrir o que era masturbar-se. Estava decidido a ir a todas, desse por onde desse.

Uma semana depois fui à livraria, numa pilha de nervos, enquanto fazia todos os possíveis por parecer o adulto sofisticado que não era. Por sorte, ela tinha deixado de lado o seu papel de professora e, assim que nos cumprimentámos e nos deram os nossos cafés vagueámos entre as estantes e comentámos alguns dos títulos, entre uma ou outra recomendação. Não estávamos em modo flirt, era um aquecimento, uma versão mais relaxada da professora X.

Estivemos uma hora naquilo, a conversar sobre o que nos aparecesse à frente. Finalmente chegou o momento de ir embora, e antes da despedida ela fez-me uma proposta.

"Olha, porque é que não trocamos os números de telefone? Assim podemos continuar a conversa noutro dia."

Nesse momento dissiparam-se todas as minhas dúvidas sobre as suas intenções.

Durante a semana seguinte, praticámos os jogos próprios de quem está caídinho por uma pessoa nova. Não tinha a certeza de que as tácticas que usava com as raparigas da minha idade fossem efectivas com a professora X, mas ela acabou por interessar-se pela minha vida amorosa. Que idade tinha a mulher mais velha com quem tinha estado? Não era muito mais velha, disse-lhe, mas tinha curiosidade de experimentar com mulheres mais maduras.

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"Ah, então andas à procura da tua Sr.ª Robinson?"

Era agora ou nunca. "Fazê-mo-lo ou não?", escrevi. "Queres?"

Disse-lhe que na semana seguinte a minha família ia de férias, e por isso estava sozinho em casa. Ela aceitou.

Como o ser infantil, merdoso e egocêntrico, de 18 anos que era, celebrei aquela conquista como se fosse algo de que pudesse pavonear-me. Aquilo não era amor. Não era conexão entre duas pessoas. Era uma conquista, pura e simplesmente, daquelas que muito poucos chegam a saborear. Mas sabia que se o contasse aos meus amigos, jamais acreditariam em mim. Como é que poderia demonstrar a minha façanha aos eleitos com quem tinha decidido partilhar a minha história?

Tinha uma pequena Sony Hand ycam que usava para filmar palermices e manobras de skate. Serviria como prova. Além do mais, e o mais importante: eu sabia que se algo tão mítico e potente me acontecia, eu tinha a obrigação moral de guardá-lo para a posteridade, certo? Pelo menos foi o que me disse para me convencer. Sou plenamente consciente de que fazer algo deste tipo é horrível e ilegal… agora sou consciente. Mas naquela altura parecia-me mais uma cena tipo American Pie . Coloquei um pedaço de fita a tapar a luz vermelha do rec, e preparei-me para o grande dia.

Esperei em casa, sentado, e rezei para que nenhum vizinho me visse cumprimentar uma mulher 10 anos mais velha que eu. Tinha instalado a câmara na sala, entre o leitor de DVD's e outros aparelhos. Tinha comprovado todos os ângulos. Para estar enquadrada, a cena tinha que acontecer no sofá. Quando me disse que já tinha chegado, carreguei no botão de gravar e fui abrir a porta.

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Como isto não é a revista Penthouse, vou sintetizar a descrição do acto. Começámos na marmelada. Ela olhava para mim com uns olhos esfomeados.

"Há um ano que tenho vontade de chupar esses lábios", disse-me.

Wow… Eu também queria fazer-lhe coisas, mas aos meus 18 anos, tinha esse tipo de pensamentos com quase todas as raparigas que via. Aquele comentário descolocou-me, ao mesmo tempo que nos instalávamos no sofá.

Queria chupar-me a pila. Sim, claro. Enquanto estava naquilo, foi tirando a parte de cima, e deixando à vista aqueles peitos enormes que eu tinha admirado desde a minha mesa, durante todo o ano. Tinham a pele esticada e estavam ligeiramente caídos, sucumbindo aos efeitos da gravidade e do passar dos anos. Até então, todas as minhas parceiras tinham sido raparigas adolescentes, o normal para um jovem da minha idade. Normalmente envelhecemos ao mesmo tempo que os nossos parceiros sexuais. As carnes não são tão firmes, deformam-se de forma sincronizada. Não havia nada de errado com o seu corpo, mas eu estava aturdido perante o humano que era, dado o meu repertório de incursões sexuais com adolescentes de carnes frescas. Quando a pus a quatro patas, comecei a notar madeixas de pêlo em lugares onde não estava habituado a encontrá-lo. Aquilo começava a ser demasiado para mim.

"Te… Tenho que parar", disse entre gemidos. "Quero parar".

"A sério? Queres experimentar outra posição?"

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"Não. Quero… parar."

Aquilo não estava nos meus planos. A contundência do seu corpo e o inquietante comentário que fez sobre os meus lábios tinham provocado em mim uma espécie de repulsa. O último vestígio da minha inocência tinha-se desvanecido com a minha erecção. Vestimo-nos em silêncio e acompanhei-a até ao carro.

"Podemos voltar a tentá-lo, noutro dia…", propôs-me.

"Está bem. Logo vemos."

Entrei em casa e parei a gravação. Rebobinei até ao momento mesmo antes de parar e voltei a carregar no rec, para eliminar qualquer vestígio da minha impotência. Embora o sexo tenha sido uma merda, ainda tinha qualquer coisa para mostrar daquela experiência.

Enviei uma mensagem aos meus dois melhores amigos. Claro que não acreditaram em mim, mesmo depois de dizer-lhes que tinha provas em vídeo. Quando lhes mostrei a perturbadora gravação tiveram que admitir que tinha conseguido o impossível. Avisei-os de que tinha de ficar entre nós, embora soubesse muito bem que isso não ia acontecer.

Na semana seguinte, a professora X e eu trocámos umas quantas mensagens. Acho que ambos nos sentíamos estranhos. Ela queria que voltássemos a ver-nos, no mesmo sítio, para falar sobre o tema. E assim foi. Tinha medo que contasse a alguém, e eu tranquilizei-a . Mas suponho que a mudança repentina na dinâmica de poder me subiu à cabeça, e quis testar até onde podia chegar. Comecei por escolher livros e DVD's ao calhas.

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"Mmm. Este parece muito interessante. Sempre quis ler este livro."

Ela mordeu o anzol: "Deixa-me oferecer-to."

"A sério? Obrigada. Mas tens a certeza?"

Ela sabia que não havia muito espaço de manobra, e ambos jogávamos áquele jogo, e fingíamos que era um gesto generoso, em vez de uma chantagem súbtil. Em retrospectiva, horroriza-me pensar que fui capaz de fazer algo assim, mas de certeza que naquele momento saí da loja com cara de chico esperto por levar comigo todos aqueles artigos.

O verão chegava ao fim, e eu nem me lembrava do meu affair com a professora X. Já estava instalado no meu novo quarto, na residência universitária. Muitos dos meus colegas de liceu andaram na mesma mesma universidade que eu, e uma noite encontrei um rapaz que conhecia, da minha antiga escola, mas com quem nunca tinha falado.

"Ouve lá, disseram-me que papaste a professora X. É verdade?"

Apanhou-me completamente desprevenido. "Onde é que ouviste isso?"

"Em todo o lado. Contaram-me algumas pessoas."

"Sim… é verdade."

"Mentira!"

Não ia permitir que pusessem a minha palavra em causa, por isso mostrei-lhe a gravação. As pessoas viram-na, o rumor espalhou-se (como imaginava que aconteceria), e no final de novembro recebi uma chamada da professora X, desesperada.

"As pessoas falam da nossa história. Há uma gravação? Ouvi dizer que havia uma gravação."

"Não, não", menti. "As pessoas gostam muito de falar. Não há nenhuma gravação. Contei a um amigo porque teve de ser, e ele deve ter contado a uns quantos amigos seus. Mas são só rumores de adolescentes idiotas. Amanhã já ninguém se lembra."

Se estivesse no seu lugar, nem morto teria acreditado nesta história, mas por alguma razão, ela acreditou, talvez levada por essa parte do seu cérebro que decidiu começar esta história. Nesse momento quis pôr um ponto final no assunto. Não queria ter nada a ver com a vida dessa mulher. Queria desfrutar da minha condição de universitário, e começar a minha vida adulta, por isso desliguei o telefone e apaguei a gravação.

Claramente, X tinha abusado da sua posição de autoridade, enganando o seu marido e mantendo relações com alguém de quem era responsável. Mas não nos enganemos: eu não sou o bonzinho da história, nem sou nenhuma vítima. Gosto de pensar que evoluí, aprendi e amadureci. Talvez, no mais profundo do meu ser, ainda exista esse lado obscuro, amante do voyeurismo e capaz de fazer pequenas chantagens. Espero não voltar a cruzar-me com ele, nunca mais.