Fotografia por Patrick D Bortz O relatório europeu das drogas de 2014 saiu na semana passada e disse-nos exatamente o que já sabíamos: os europeus gostam muito de drogas. Para o melhor ou pior, há já pelo menos um século que o "velho continente" tem sido discutivelmente a mais prolífica área terrestre consumidora de drogas. Nos anos 30, enquanto a Reefer Madness convencia os americanos que fumar erva iria transformar os seus filhos em violadores, a Turquia estava a abastecer os hippies gregos com o melhor haxixe do continente; nos anos 80, Zurique transformou o parque de Platzspitz num mercado de drogas legal e ao ar livre; e, no início dos anos 90, metade da população de Manchester passava os seus fins de semanas sob o efeito de comprimidos e poppers. Hoje em dia, a situação não é diferente. O Centro Europeu de Monitorização de Drogas relata estimativas de que cerca de um quarto da população adulta europeia já consumiu uma droga ilegal ao longo da sua vida, e também diz que só o consumo de cannabis do continente chega à volta de duas mil toneladas por ano. Também devemos ter em conta o recente e insaciável interesse pelas drogas legais. Nos últimos anos, drogas cujo nome parecem nomes de bandas de apoio aos Diamond Head — “Exodus Damnation”, “Dragon Pellet”, “King Cobra”, etc. — viajaram desde as prateleiras das silenciosas smartshops do festival de Reading até ás manchetes barulhentas da imprensa Europeia. E com boas razões — em 2013 foram descobertas 81 alternativas legais para comprimidos, cocaína e erva, e cada uma destas substâncias não testadas vem com o seu único conjunto de riscos.
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De acordo com um estudo internacional que visa os consumidores de drogas, a cannabis é mais popular que o tabaco na Dinamarca, com 66 por cento dos interrogados a afirmarem que a tinham consumido no ultimo ano. ESTÓNIA
A Estónia tem um problema bastante grave com fetanyl, um opiáceo sintético muito forte. Por causa disto, o país tem o maior número de overdoses na Europa, e a percentagem de surtos de HIV é alta. FINLÂNDIA
A droga vendida como cocaína legal — MDPV, uma substância semelhante á mefedrona — já causou algumas mortes. GRÉCIA
Como a VICE noticiou no ano passado, a Grécia está a sofrer um problema de proporções catastróficas com uma droga conhecida como Sisa, um tipo de metanfetamina que é vendida a um dólar cada dose. IRLANDA
Em média, uma grama de erva na Irlanda custa 30 euros, o que faz com que seja o sítio mais caro para ficar pedrado na Europa. HOLANDA
Os holandeses adoram estimulantes. Mais de 50 por cento dos interrogados de um inquérito apontado a consumidores de drogas nos Países Baixos disseram que tinham tomado MDMA no último ano, fazendo com que esta seja uma droga mais popular que a própria cannabis. O país também é um grande produtor de ecstasy — em 2012 foram apreendidos 2,4 milhões de comprimidos, a maior quantidade apreendida de sempre na União Europeia. NORUEGA
A Noruega tem a segunda taxa mais alta de overdoses na Europa, apenas atrás da Estónia. De acordo com números do governo, 76 em cada milhão de pessoas irão morrer de overdose, o que se deve em parte ao problema da heroína na capital Oslo. ROMÉNIA
Os romenos estão a meter-se nas drogas legais. Estas drogas estão de tal maneira difundidas que mais de um terço das pessoas que entram nos programas de reabilitação pela primeira vez, estão lá devido a estas novas substâncias psicoativas. Em comparação, apenas 21 por cento dos pacientes estreantes consumiam heroína. Isto deve-se em parte à escassez de heroína no país em 2010 e 2011, que fez com que os consumidores passassem para as drogas legais que se podem comprar online. A injecção destas drogas está a subir, com 33 por cento dos participantes de tratamentos especializados de reabilitação de drogas admitirem injectar drogas legais como sua droga primária, e com o programa one needle and syringe em Bucareste a relatar que 51 por cento dos usuários estavam a injectar novas substâncias psicoativas.
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Servindo de passagem entre Marrocos e a Europa, mais de dois terços do haxixe apreendido na UE vem de Espanha. É um país que aprecia a cannabis sintética — ervas pulverizadas com químicos que imitam os efeitos da cannabis. Apesar de apenas 20kg terem sido apreendidos ao longo da primeira metade de 2013, essa continua a ser a maior quantidade deste tipo de droga apanhada pelas autoridades na Europa. TURQUIA
A Turquia, como tem sido durante décadas, permanence um lugar de tráfico, com várias apreensões de droga destinadas para os mercados da heroína de Europa e do Médio-Oriente. Desde 2007 que o país ostenta o título de país europeu com mais apreensões de erva. REINO UNIDO
Desde que foi banida em 2010, a mefedrona fez uma amolgadela substancial no mercado negro. Havia aproximadamente 1900 consumidores da droga a entrar em programas de reabilitação em 2011 e 2012, e mais de metade destes consumidores tinham menos de 18 anos de idade. Alguns dos consumidores que injectam esta droga, misturam-na com heroína, e fazem assim uma versão mais barata da speedball, que é tradicionalmente uma mistura de heroína com cocaína. Têm sido encontrados vestígios na sua rede de fornecimento de água nacional, mas o Reino Unido é o país que mais consome cocaína na Europa, com quase 10 por cento da população a declarar que já consumiu esta droga pelo menos uma vez na sua vida.Traduzido por Rui Bravo