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De Volta à Metrópole: Gilmar Mendes se junta a Aécio, Serra, Toffoli e Skaf em Portugal

Em Lisboa, ministros do STF e políticos da ponta da oposição se reunem para debater “a Constituição em tempos de crise”. Cerca de 50 brasileiros agitaram um protesto na porta do seminário.

Circulando pela esquerda há duas semanas como prova de "fórum do golpe", a programação do IV Seminário Luso-Brasileiro de Direito com o tema Constituição e Crise – A Constituição no Contexto das Crises Política e Econômica, realizado na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa entre esta terça-feira (29) e a quinta (31), junta sob o mesmo teto os ministros do STF Gilmar Mendes (um dos coordenadores do seminário) e Dias Toffoli, além de dois nomes da oposição e importantes articuladores do impeachment de Dilma Rousseff, Aécio Neves (PSDB) e José Serra (PSDB).

Michel Temer, vice-presidente que comanda um motim na tentativa de desembarcar o PMDB do governo petista, cancelou sua participação na abertura do congresso (há de se lembrar que Temer é doutor em direito constitucionalista). Além disso, Paulo Skaf também está entre os participantes, além de colaborar com o evento através do patrocínio da Fiesp — mas, pelo visto até o momento, sem o pato amarelo onipresente em anúncios Brasil afora nesta terça. Jorge Viana, senador do PT e um dos únicos nomes à esquerda convidados, divulgava em Lisboa seu novo número de celular — ele alega que a linha anterior foi grampeada.

Com a crise no Brasil em estado de fritura, parte dos políticos portugueses debandou do encontro, com medo de serem associados à instabilidade brasileira. O recém-empossado presidente Rabelo de Sousa e o ex-premiê Passos Coelho, que almeja voltar ao cargo, cancelaram as suas participações no seminário, ambos alegando conflitos de agenda.

A dúvida a respeito da articulação não é infundada, afinal, o próprio Gilmar Mendes, último ministro do STF indicado por FHC, almoçou com José Serra e o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga no dia em que decidiu barrar a posse de Lula como ministro da Casa Civil. No embalo, um grupo de cerca de cinquenta brasileiros armou um protesto contra o impeachment na porta do seminário, que mandaram com um "não vai ter golpe" na orelha de José Serra. Se não dá para acompanhar o que acontece do lado de fora da Faculdade de Direito, pelo menos é possível assistir à transmissão ao vivo do evento por aqui. O evento da quinta-feira, com Aécio, Serra e Viana, promete uma boa concorrência à TV Câmara e TV Senado.

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