Como provavelmente devem saber, o Clint Eastwood — aquele gajo famoso dos filmes de Hollywood e antigo presidente da câmara de Carmel — fez um discurso desconexo e confuso na Convenção Nacional Republicana da semana passada. Até a equipa do Romney ficou tipo: “Ya, também não sabemos o que se passou aqui, ele estava nos seus maranços.”O conceito que o Eastwood usou para o discurso foi uma espécie de acção vaudeville (ele é suficientemente velho para se lembrar disso): fingiu que a cadeira vazia que estava ao lado dele era o Obama. Durante 11 longos minutos, o Clint foi tropeçando nas suas palavras, abordando tópicos que estavam semi-interligados, respondendo às interrupções ocasionais das cadeiras ao dizer cenas como “não me vou calar”, ou “o que queres que lhe diga, Romney? Não lhe posso dizer para fazer isso por ele próprio!” Foi como se estivéssemos a olhar para o nosso avozinho, depois deste ter bebido uns copos a mais — aquelas alturas em que ele começa a dar a sua verdadeira opinião sobre as coisas. É de ficarmos horrorizados, mas também curiosos sobre o que ele tem a dizer e, por isso, não o interrompemos. Têm havido inúmeras discussões e análises sobre o discurso — o que faz sentido, claro —, mas acho que toda a gente tem ignorado, injustamente, um grupo de votantes que estaria potencialmente interessado no discurso. Não concordo com esse desprezo. Então, andei às voltas pela redacção e conversei com algumas cadeiras.
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