FYI.

This story is over 5 years old.

Música

Canções que salvam vidas: Moullinex

Entregamos assim o Verão de bandeja? Não senhor. Quanto mais não seja, porque será sempre Verão numa outra qualquer parte do Mundo... elsewhere, portanto

Moullinex. Foto por Pedro Miguel

Está a chover que se desunha. Está um calor infernal. É sexta-feira e estás em pulgas para a rambóia logo à noite e para fritares a molécula. Por outro lado, é sexta-feira, estás em pulgas para a rambóia logo à noite e para fritares a molécula, mas não tens guito. Não te apetece ir trabalhar. Não te apetece estudar. Vais é dar uma volta pela cidade. Espera, está a chover. Pronto, vais ver o mar, que está um calor diabólico. Alto, que isto está cheio de turistas e não dá para ir a lado nenhum. Nunca mais chega a Primavera! Primavera é que não, que é só alergias.

Publicidade

Um gajo nunca está contente. Se não é do cu é das calças. O que vale é que, como toda a gente sabe, há canções que salvam vidas (os Smiths cravaram-no a letras de ouro no cancioneiro pop para toda a eternidade). Semanalmente, e para que a tua vida ganhe um novo sentido e encontres a salvação possível, deixamos por aqui um desses bocadinhos de lírica e melodia (ou ruído e grunhidos selvagens, conforme a disposição) que têm a capacidade de, em pouco mais de três minutos, te salvarem. Se não a vida, pelo menos o dia.

Entregamos assim o Verão de bandeja? Não senhor. Quanto mais não seja, porque será sempre Verão numa outra qualquer parte do Mundo… elsewhere, portanto. Não é propriamente atrás do bom tempo que Luís Clara Gomes, a.k.a. Moullinex, circula, mas lá que o artista oriundo de Viseu já tem umas milhas aéreas acumuladas, lá isso tem.

À VICE o músico conta que tem desenvolvido um hobby nas viagens mais longas. Imagina-te numa travessia transatlânica. Não tens muito para onde ir. Uma ida ao WC, no máximo, ou circular no corredor para desentorpecer as varizes. Nisto… um bebé começa a chorar. Que fazer?

Moullinex grava tudo. Tudinho. "Já tenho umas quatro horas de fragmentos de choros de bebés. Nem sei bem o que fazer a isto. Talvez uma instalação, não sei ainda", revela. Mas acaba por reconhecer que, de facto, as viagens o influenciam bastante, com novos sons ou pessoas, já que em Lisboa, muitas das vezes, está fechado em estúdio sem grandes contactos com o exterior.

É essa também a parte boa de viajar, sempre se arejam as ideias e isso pode por vezes, lá está, salvar vidas, ter uma ideia, deixar andar, ou como dizia o outro: Tudo desde sempre. Nunca outra coisa. Nunca ter tentado. Nunca ter falhado. Não importa. Tentar outra vez. Falhar outra vez. Falhar melhor. Noutro lugar, quem sabe.