"Free Rooms": A crise do alojamento de refugiados em Berlim

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Prevê-se que até final do ano DE 2016 tenham chegado a Berlim, na Alemanha, à volta de 50 mil refugiados. Cerca de quatro vezes mais que em 2015. Há semanas que se formam longas filas à porta do local inicial para a recepção de migrantes, no Centro Estatal da Saúde e Assuntos Sociais; todos os dias voluntários tentam ajudar as centenas de recém-chegados que procuram um local temporário para viver.

Os hostels, que seriam uma solução de curto-prazo, tornaram-se numa solução permanente. Muitos operadores do sector, no entanto, não querem continuar a hospedar refugiados, porque os vouchers do governo, dizem, estão a ser pagos com muito atraso. Por outro lado, alguns proprietários de hostels especializaram-se no alojamento de refugiados e aproveitam-se dos vouchers governamentais através de métodos claramente desumanos - juntando inúmeros refugiados num mesmo quarto para, assim, terem o mais lucro possível.

A VICE Alemanha acompanhou refugiados à procura de casa, falou com voluntários, proprietários de hostels, squatters, e políticos berlinenses. Com recurso a câmeras escondidas, os jornalistas da VICE captaram um olhar sem censura sobre a burocracia inapta que está a levar a que pessoas tenham de esperar durante semanas a fio, em condições precárias, por condições de alojamento e testemunharam como alguns hostels estão a ganhar milhões à custa da crise dos refugiados na cidade.