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Música

A Coronado é amigos, tainas e tainas com amigos

Não lhes chamem de editora.

A Coronado não é uma editora, uma promotora, uma casa de putas ou a designação dos novos mísseis desenvolvidos pelo complexo militar-industrial norte-americano. A Coronado é um colectivo de amigos, para o mundo, e a música é o objecto central, claro. Aqui cabem os Equations (dois deles dignaram-se a responder a estas perguntas), os SAUR ou os Lydia's Sleep. E não será de estranhar que mais alguém se lhes junte no futuro.

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No final de uma conversa feita através do Facebook (que moderno!), ainda houve tempo para comentar o melhor vídeo de sempre. Se a Coronado não vos interessa para nada, vejam ao menos a última pergunta.

VICE: Preciso de vos perguntar isto primeiro: o que é a Coronado e quem são as pessoas por detrás disto?

Vítor Barros:

A Coronado é um colectivo de pessoas que partilham relações de amizade entre si, que partilham palcos regularmente e que estão empenhadas em desenvolver algumas acções em conjunto — zines, concertos, tainadas, etc.. As pessoas são literalmente todas aquelas cujas bandas estão envolvidas no projecto — estás a falar connosco porque a ideia partiu um bocado de nós, mas o envolvimento é de todos. Isto não é, vamos lá tirar isso a limpo, nem uma

label

, nem uma promotora. Há pessoas por cá que fazem essas duas coisas bem melhor do que nós poderíamos fazer.

Que bandas estão envolvidas de momento?

Gonçalo Duarte:

Para já temos os Equations, SAUR, Lydia's Sleep, Jibóia, Suchi Rukara e RA. No futuro podemos colaborar com outras bandas, mas estas são as que estão mais próximas de nós neste momento.

Como surgiu a ideia de avançar com isto? Foi numa de "apetece-me fazer cenas, 'bora lá"?

Vítor:

Acho que foi, por um lado, preencher uma lacuna e, por outro, essa cena do "'bora lá" de que falas. A Coronado é composta por pessoas que têm uma visão muito semelhante da música, embora estilisticamente diferentes. Isto foi só uma maneira de juntar essas pessoas todas no mesmo barco e tentar fazer umas coisas giras. Isto é um conceito muito flexível e, embora tenhamos muitas ideias que já estamos a tentar pôr em prática, ainda queremos definir mais coisas a fazer. A ideia passa por depois dar regularidade a essas mesmas acções de forma a criar massa crítica.

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Não sendo vocês uma editora, o objectivo principal passa pela divulgação das bandas, dos concertos que houver e do material adjacente? Na eventualidade de, por exemplo, haver no colectivo bandas que não tenham editora, poderão vocês agir como uma espécie de intermediários?

Gonçalo:

Claro. Temos sempre como objectivo ajudar as bandas do colectivo. Tanto em divulgação como concertos ou mesmo uma editora. É um sistema de partilha e crescimento mútuo. As bandas divulgam a Coronado e vice-versa. Temos todos a ganhar.

Vítor:

No fundo, este colectivo serve para promoção mútua, e acima de tudo, para nos divertirmos e exprimirmos.

O que é que já foi feito e o que é que está já planeado? O que é que podemos esperar da Coronado num futuro próximo?

A Coronado tem uma vida muito curta ainda, mas já fizemos um arraial em Setúbal onde houve bifanas, sol e o Portugal-Holanda. Basicamente foi uma

bloc party

com os SAUR, Lydia's Sleep, Equations e Jibóia. Só precisamos de um PA e seguimos para o rock! A nível de projectos futuros, gostávamos de fazer mais destas coisas, festas de bairro com comida à mistura. Estamos a preparar uma

mixtape

em que sorteamos as bandas da Coronado entre si e cada uma terá de fazer

covers

da outra. Estamos também a planear uma zine semestral com ilustrações associadas às pessoas e bandas do colectivo. E, por fim, estamos a reunir todas as bandas que temos num único

Bandcamp

 ao mesmo tempo que construímos um

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Tumblr

fotográfico com o registo das nossas actividades diárias.

Esse arraial é para se transformar numa tradição anual?

Gonçalo:

Até pode haver mais do que um arraial por ano. É fácil, só precisamos de juntar várias bandas da num sítio com um PA e bifanas. Vamos fazer mais eventos desse tipo, certamente.

É um pré-requisito vosso que as bandas tenham de ser amigas umas das outras, ou pode entrar na Coronado alguém que detestem?

Vítor:

[Risos] Acho que não têm lugar, deixava de fazer sentido.

Gonçalo:

Todos amigos!

O que é que o nome "Coronado" tem a ver com a cerveja ou com a malha épica dos Minutemen?

A cerveja não é Corona? O Vítor responde a isso melhor que eu.

Vítor:

Corona nao é tabaco também? Não conheço essa malha dos Minutemen, só conheço a dos Deerhunter e a dos Equations [risos]. Mas nós temos direitos geográficos sobre a malha: alguns membros da Coronado têm ligações a São Mamede de Coronado [Trofa].

Qual é a vossa opinião acerca deste vídeo?

Gonçalo:

Começa logo com asneiras…

Vítor:

Eu parei a meio porque ainda gostava de ver a série. Toda a gente deve ver isto, mas sem som. O João é um bom actor corporal.