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Identidade

Linn da Quebrada sobre preconceito no Uber: "Eu quero ações reais, concretas, efetivas"

Na noite de segunda (20), em São Paulo, um motorista do aplicativo de corridas impediu que cantora entrasse no carro. A empresa diz que irá proceder com a queixa.
Foto via Instagram

A cantora Linn da Quebrada contou em seu perfil no Twitter em que um motorista da Uber não quis recebê-la em seu carro. O incidente ocorreu na noite de segunda-feira (20), em São Paulo.

À VICE, Linn conta que este não é um caso pontual, e sim, de uma situação que se repete e se perpetua. "O que aconteceu ontem comigo na Uber não foi algo que aconteceu uma vez, é algo que aconteceu várias vezes, e não só comigo, mas com muitas outras de mim", enfatiza.

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Imagem via Twitter

Moradora do bairro Fazenda da Juta, na zona Leste de São Paulo, Linn explica que o motorista a recusou de entrar no carro e que ele acelerou e foi embora. "Para quê? Para que as outras pessoas me vissem como louca. Como se eu, a travesti, estivesse tentando entrar no carro dele a força. Entende a gravidade dessa situação?", questiona a cantora.

Em suas palavras, Linn se diz constrangida e hostilizada, mesmo pagando pelo serviço da Uber, e relembra que a empresa patrocinou a Parada do Orgulho LGBT. "Não estou falando de punir o motorista, nem de eu ganhar uma ou duas viagens pela Uber, isso não me interessa. Eu quero ações reais, concretas, efetivas, que gerem efeitos", aponta a cantora, que espera que a empresa possa contribuir oferecendo treinamentos aos motoristas que promovam conscientização à diversidade", conclui.

Em seu perfil no Twitter, Linn compartilhou as respostas de seus seguidores sobre casos semelhantes ao que aconteceu com a cantora:

Sobre a repercussão, a artista ressalta: "a grande diferença é que se fosse qualquer outra travesti preta, ou se fosse qualquer outro corpo estranho, talvez isso não tivesse tido a mesma repercussão. Isso só aconteceu porque eu sou a Linn da Quebrada. Naquele momento eu não era a Linn da Quebrada, era só o meu corpo, um corpo alvo da hostilização."

Em resposta à VICE, a Uber Brasil comenta que o comportamento do motorista configura violação aos termos de uso da plataforma e diz que já entrou em contato com a Linn para proceder com sua queixa.

Atualizaremos a matéria assim que pintarem novidades sobre o procedimento que a Uber dará à queixa.

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