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Clara Averbuck denuncia estupro cometido por motorista de Uber

“O mundo é um lugar horrível pra ser mulher", relatou a escritora sobre o abuso.
Foto: Divulgação/Facebook.

Essa matéria foi atualizada às 18:05 em 28/08.

A escritora Clara Averbuck, que já colaborou com a VICE, escreveu um depoimento na manhã desta segunda-feira (28) após ser estuprada por um motorista da Uber. "O nojento do motorista do Uber aproveitou meu estado, minha saia, minha calcinha pequena e enfiou um dedo imundo em mim, ainda pagando de que estava ajudando 'a bêbada'" relatou ela no seu perfil pessoal no Facebook. A assessoria da Uber já confirmou que o motorista foi banido do aplicativo.

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O depoimento viralizou rapidamente nas redes sociais e levantou questionamentos de diversos internautas sobre a política da empresa de motoristas. Uma delas é a criação imediata de uma opção na qual mulheres possam escolher motoristas mulheres para evitar casos de abuso sexual e assédio como a relatada pela escritora.

"Estou decidindo se quero me submeter à violência que é ir numa delegacia da mulher ser questionada, já que a violência sexual é o único crime que a vítima é que tem que provar", continuou Averbuck. Vale lembrar que desde 2009, após uma alteração significativa no Código Penal sobre crimes sexuais, estupro deixou de ser considerado apenas nos casos de penetração de pênis na vagina e passou a abranger outros atos como o sexo oral e masturbação sem o consentimento da vítima.

Esta, no entanto, não é a primeira história de assédio contra "parceiros" da empresa — a Uber explica que os motoristas do app não são seus funcionários. Ano passado, uma usuária do aplicativo contou que foi assediada por um motorista (que não chegou às vias de fato). Já na sede nos Estados Unidos, a Uber teve que demitir mais de 20 funcionários após uma mega investigação na empresa e entre as demissões estão casos de assédio. A iniciativa foi feita após a denúncia de uma ex-funcionária também viralizar nas redes sociais sobre o ambiente de trabalho conivente com o assédio praticado por um homem no alto escalão da empresa.

O CEO Travis Kalanick chegou a renunciar do seu cargo esse ano após o ambiente de trabalho da Uber dos EUA ser tomado por acusações de assédio sexual e machismo.

Quanto ao caso da Clara, a Uber disse por meio de uma nota oficial que "repudia qualquer tipo de violência contra mulheres". Também disse que o motorista foi banido e que está à disposição para "colaborar com as investigações". A empresa também frisou que já fez diversas iniciativas para educar os motoristas parceiros sobre direitos da mulher e contra assédio sexual. "Mandamos continuamente emails para os parceiros abordando temas diversos, assim como assédio."

A escritora disse à VICE que a empresa foi bastante solícita com seu caso e, tendo em vista as várias situações de horror que chegaram até ela, se uniu com outras mulheres e criou a campanha #MeuMotoristaAbusador e #MeuMotoristaAssediador para dar voz para as outras que sofreram histórias parecidas.

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