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Uma lesão de Ronaldo boicota a táctica, até no futebol virtual

O leiriense Sérgio Ferreira Carmo levou Portugal ao Europeu de "Football Manager".
Foto cortesia Sérgio Ferreira do Carmos (Direitos Reservados)

Este artigo foi originalmente publicado no JORNAL DE LEIRIA e a sua partilha resulta de uma parceria com a VICE Portugal.

Hugo Pinheiro, que este ano regressou ao activo n'Os Vidreiros, era uma lenda das balizas. Virtual, é certo, mas uma lenda. No jogo de computador Championship Manager (CM) de 2001/02, o atleta, então no Marinhense, apresentava credenciais que iam muito além do seu real valor. Era a prioridade de muitos e muitos jogadores quando queriam reforçar as balizas, devido à relação entre a qualidade que tinha e o preço acessível a que estava disponível no mercado. Foi desejado por muitos rapazes, que queriam contar com as suas aptidões para conquistarem títulos virtuais.

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Um deles era um rapaz de sete anos de Leiria, de seu nome Sérgio Ferreira Carmo. Hoje tem 23 anos, mas na altura era um miúdo que começava a fazer as primeiras experiências no Championship Manager com o primo André Miranda, que hoje faz parte da equipa técnica no Peimari United, da Finlândia. E sim, estamos a falar do mundo real.

Na altura, os fins-de-semana dos primos eram verdadeiramente desportivos, mas “sentados no sofá”. Era o CM e o Fifa, o PC e a Playstation, além dos jogos grandes na televisão. Não é que o panorama tenha mudado tanto assim, porque Sérgio, advogado estagiário em Lisboa, continua a gostar muito, mesmo muito de se aventurar nas funções de treinador, de estratega, de dirigente e de olheiro.


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Hoje, o Championship Manager foi trocado pelo Football Manager (FM). Tudo vai ao pormenor e os lapsos que fizeram de Hugo Pinheiro uma estrela já não acontecem com tanta regularidade. É precisamente a busca por talentos o que mais cativa este sócio da União de Leiria, que já levou o clube da terra ao título nacional. “Não é propriamente as tácticas, que não me suscitam grande interesse, é mais a constituição do plantel e a observação dos jogadores que me agrada. Diria que é aí que passo 80 por cento do tempo”, saienta.

A edição deste ano estava prestes a ser lançada e quando quis saber mais, Sérgio tropeçou num concurso que prometia levar a Londres o “maior fã” do jogo em Portugal, com o objectivo de participar na "Copa Manageria", um torneio que funciona em forma de Europeu, com 16 elementos de outros tantos países. Foi o escolhido, com um texto em que explica a paixão que sente pelo CD Tenerife, que nasceu à conta de um save no FM e que o levou a uma carreira de 27 temporadas de glória com o clube canário. A paixão é tal que em Outubro foi assistir a um jogo, ao vivo, no Heliodoro Rodríguez López, casa do Tete.

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Recentemente, este ex-futebolista do Marrazes, do GRAP e do Boavista lá partiu para a sede da empresa que produz o jogo, a Sports Interactive, em Inglaterra, com o objectivo de levar Portugal até à glória. Caiu, contudo, na fase de grupos. “O azar condicionou a prestação”, garante. É que após uma vitória sobre a Bélgica (2-0), um golo sofrido ao minuto 91 pelo “coxo” Lafferty valeu uma derrota aos pés da Irlanda do Norte (1-2). No jogo das decisões, frente à favorita Holanda, uma lesão de Cristiano Ronaldo aos 20 minutos deu cabo da tácticas e das hipóteses de Portugal seguir em frente (1-3). Valeu pela experiência e pelos truques que aprendeu com os novos amigos.


Miguel Sampaio é jornalista do JORNAL DE LEIRIA.

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