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Música

Thor Harris Toca no Swans e É um Homem Auto-Suficiente

Ele é o percussionista do Swans, da Amanda Palmer e de muitas outras bandas que você deveria conhecer.

Thor Harris é um homem introspectivo. Quando não está fazendo turnê ou dentro de um estúdio com uma de suas muitas bandas, dá para encontrá-lo na sua casa em Austin, no Texas, mas é quase impossível saber que diabos ele está fazendo por lá. Ele pode estar cortando madeira, trabalhando nos encanamentos ou pintando algo hilário. Mas não importa o que seja, pode ter certeza que está fazendo de um jeito que só ele sabe fazer.

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Se você já viu o Thor em ação no Swans, dá pra saber que ele dá duro para fazer um barulho lindo e cortante por longos períodos. Nerds dos equipamentos tremei-vos, aqui está um olhar por trás da cortina do homem poderoso que é Thor Harris.

Noisey: Nos shows do Swans parece que você está disputando espaço no palco com o baterista Phil Puleo. Você pode falar mais ou menos sobre que tipo de instrumento você usa? Eu sei que alguns são caseiros e outros não.
Thor Harris: Quando estou no palco com o Swans eu uso um vibrafone elétrico Deagan 515, uma viola elétrica caseira de três cordas, um clarinete, um trombone, diversas baterias comuns e pratos, um pequeno sampler, sinos tubulares, vários gongos, um dulcimer de dez cordas elétrico e uma zurna, que é um instrumento de horror turco parecido com uma palheta dupla.

Quando você começou a fabricar seus próprios instrumentos e o que te inspirou a fazer isso? Tem algum favorito entre os que você fez? Tem algum plano em fazer algo de novo ou diferente no futuro?
Comecei a construir e alterar baterias quando eu tinha uns 11, 12 anos. Nossa casa tinha uma loja de máquinas e madeiras. Meu pai era um engenheiro mecânico e sempre estava construindo coisas. A maioria do que eu fiz não deu muito certo, mas alguns soaram ótimos. Sou mais metódico agora para construir instrumentos. Estou fazendo uns sinos tubulares de aço agora. Tem um livro muito bom do Bart Hopkin sobre o assunto. Em 1990 eu construí uma caixa que eu uso até hoje na maioria dos shows que faço. É muito prático para performances ao vivo. Eu nunca tenho baterias nos meus retornos, acho meio bobo. No Swans eu nem chego a usar um retorno, o volume do palco é muito alto.

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Fora a duração das músicas no show, o volume total do Swans é algo legendário. O que você está usando para amplificação e efeitos? Quantos instrumentos são plugados no amplificador em vez de um direct box ou microfone? Acredito que existam alguns problemas de microfonia, mas não notei nada disso quando vi você tocando.
Para amplificar o vibrafone, sampler, viola e o dulcimer eu uso um GK solid state com um gabinete 4/12. O vibrafone funciona através de um pedal tremolo Electro-Harmonix. O dulcimer e a viola passam por um pedal de delay. Esse dois tendem a dar microfonia, então preciso tomar mais cuidado quando toco com eles. Quem toca guitarra sabe tudo sobre essas coisas, mas isso é novo para mim. Nosso baixista, Chris Pravdica, me ajuda com o amp e faz todos os samplers. Esse cara é um gênio. Ele comanda toda a interface robótica da banda toda.

Ao vivo as músicas do disco mudam bastante, e ainda parece que estão em constante desenvolvimento ao longo da turnê. Vocês tentam novas coisas na passagem de som ou sentam para discutir algumas ideias antes do show? Rola muita improvisação?
Muita vezes no Swans nós estamos tocando músicas ao vivo que irão aparecer no próximo disco. Isso se desenvolve e trabalhamos nas passagens de sons, para a agonia de quem tem que trabalhar no mesmo lugar que a gente. Quando entramos no estúdio, já trabalhamos nisso por meses. Algumas partes instrumentais são reservadas para a improvisação.

Você o Phil possuem trabalhos que exigem muito fisicamente de ambos. Você tem alguma mágica ou suplemento que te ajuda a bater pra caralho nos instrumentos por quase três horas seguidas, ou é o feeling que te mantém na pegada, ou ambos?
Tocar um set de duas horas e meia é um feito atlético, então eu costumo comer cedo. Paro de comer na parte da tarde, não bebo antes do show, etc. A fadiga muscular é horrível então eu nem me atrevo a malhar ou levantar peso durante as turnês.

Como você começou a tocar com o Swans?
Do mesmo jeito que eu comecei com o Swans, Amanda Palmer, Bil Callahan, Xiu Xiu, Ben Frost e os outros. Escrevendo cartas de recomendação para eles me contratarem. É uma abordagem muito legal trabalhar com seus heróis. Eu ainda faço isso. Estou atualmente seguindo muitas bandas que, na minha visão narcisista, podem usar meus serviços. Como um baterista contratado, eu não posso comandar muita coisa. Eu tenho controle nas escolhas que eu faço para tocar com alguém.

Thor está permanentemente em turnê. Vá ver ele tocar. Você ficará feliz que fez isso.