Mais um membro do extinto Dorgas seguiu em frente e está de banda nova. Depois de o Gabriel Guerra, o Guerrinha, ter se juntado ao Séculos Apaixonados, agora o Eduardo Verdeja é o guitarra e vocal do Estômago, novo grupo de jazz fusion experimental carioca que lançou, nessa segunda-feira (24), seu primeiro EP, Mano Primata.Com Frederico Santiago (teclados, voz e bateria), Lucas Freire (bateria), Pedro Moragas (baixo e voz) e Tomás Inglês (letras, voz e percussão), Estômago para quem curte dar um bug no cérebro. Podemos até tentar definir o som deles, mas o mais legal é: não dá para chegar numa resposta exata. Na página do Facebook, eles até tentam (só que não). É um grupo de "free putaria yogi jazzy kind of sound, Weird Fusion, Soft Metal, Queermeto". Gender fucker total.Um coletivo quase mutante, o projeto começou em 2014, com encontros de vários músicos na cozinha do Fred para fazer um "improv" maneiro, umas jams culinárias e bater uns papos cabeçudos. Parecia que seria só uma fritação. "Gravávamos em vídeo as jams, editávamos em seguida e surgia praticamente uma música concreta, no termo avant-garde mesmo, estruturada só com recortes fílmicos de improvisos", disseram os caras. Mas, com o tempo, eles não queriam mais só ficar nisso. "Começamos a investigar mais a voz, e criamos esse lado cancioneiro do Estômago também (da qual, inspirados pelo jazz fusion, carinhosamente apelidamos de 'Canção Fusão')". Os integrantes das jams foram se concentrando nos atuais membros da banda e eles, então, conseguiram viabilizar formas mais claras de estruturar a cabeça. O grupo foi se concretizando, ganhando "cara, tronco, pernas e Estômago"."De onde veio esse nome?", você deve estar se perguntando. Tem nome melhor para dar para um grupo que praticamente nasceu dentro de uma cozinha? "A sequência era absoluta: tocar, cozinhar e matar a larica enchendo o estômago, pra depois tocar de novo. Quando vimos, não tínhamos mais opção, tinha que ser Estômago". Uma bela escolha, por sinal.O EP começa com as três primeiras músicas sendo todas instrumentais. Jazzeira psicodélica mais brasilidades. Uma mistura de John Coltrane e Frank Zappa com "Sugar Cane Fields Forever", do Caetano Veloso, MC Pedrinho e a sua "microtonalidade". A última faixa, "Mano Primata", que dá nome ao disco, tem voz e é uma ode introspectiva. É o "ser (h)urbano" contemporâneo, símio humanizado calado e despido de vontades e desejos na floresta de pedra." É para ouvir e se perguntar: "O que tá acontecendo com a minha vida?". Tipo isso mesmo.O disco é só o primeiro passo da banda, que já tem mais sete músicas novas engatadas no caminho certo. "Vocês podem esperar mais canções-fusões, mais trabalhos, mais sabores e mais amálgamas sinestésicos, múltiplos e instigantes".Ouça abaixo Mano Primata:
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