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Música

Peitos que atiram sangue e devoradores de franceses: Sim, o Gwar Voltou

A mais ofensiva, grotesca e divertida banda norte-americana, que agora completa 30 anos de destruição, vai fazer cócegas na sua vontade de morrer.
Gwar

Quando o frontman do GWAR, Oderus Urungus, faleceu, em março, a banda poderia ter muito bem pisado no freio. Ao invés disso, eles lhe deram um funeral viking, com direito à dracar e flechas flamejantes (ver vídeo abaixo). Então eles fizeram o seu Gwar B-Q annual para mais de 5.000 pessoas e continuaram quebrando tudo e matando gente, como sempre.

Fãs do coletivo metálico cult entenderão que isso é o que se espera deles, mas se é o seu primeiro contato com a banda, então te apresentamos o GWAR: a mais ofensiva, grotesca e divertida banda norte-americana, que agora completa 30 anos de destruição. Eles farão cócegas na sua necessidade freudiana de morrer, brincarão com sua fantasia subconsciente de ser devorado, e, no geral, promoverão a alegria imersiva do cosplay.

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Nestes últimos meses a banda de Richmond saiu nas manchetes por alguns motivos. Na última semana, por exemplo, o baterista Jizmak Da Gusha revelou seus planos de assassinar Dave Grohl, mas a maior revelação do verão mesmo foi a introdução de algumas novas caras. A primeira delas é Blothar, um viking espacial gigantesco e de temperamento meio ruim que assumiu o papel vago de líder. A segunda, Vulvatron, uma ardente valquíria do futuro que copula desenfreadamente, atira sangue de seus peitos, e, no papel de caçadora de skinheads e bastião da igualdade, tornou-se a alternativa feminista à Emma Watson para as fãs de gore.

Durante uma entrevista com ambos, que em momento algum deixaram seus personagens de lado, perguntei de onde eles vieram e porquê.

Noisey: Foi mal aí, me atrasei
Vulvatron: Típico de humanos. Blothar: ONDE DIABOS VOCÊ ESTAVA?

Entrei na fila errada. Como vão vocês?
Blothar: Ah é! Fila errada, tá bom! Vulvatron: Estamos bem. Acabamos de terminar nossa dose matinal de crack, e agora estou em uma banheira com um monte de prostitutas.

Maravilha. Em 2014 o GWAR completa 30 anos. É difícil se manter relevante?
Vulvatron: O GWAR é relevante durante o espaço e o tempo. Os humanos é que devem se preocupar em continuarem relevantes para o GWAR.

Blothar: Corretíssimo. Os seres humanos nunca foram de importância para o GWAR. No máximo, o mundo parece estar acompanhando nossos passos. Costumávamos ser os únicos a promoverem decapitações, agora parece que todo mundo tá entrando nessa.

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Blothar, você é o novo líder do Gwar. De onde você veio?
Blothar: Sou natural de Scumdoggia. Era amigo – líder espiritual, se preferir – dos outros integrantes do GWAR, antes de terem sido banidos para o planeta Terra. O GWAR representava os verdadeiros alienígenas antigos, criadores de toda a civilização humana. Fiquei com eles na Terra por um tempo. Naquela época foi bem divertido, mas as coisas se complicaram e tive que vazar. Não sei o que aconteceu com eles. Aparentemente foram congelados. Enquanto isso, continuei fazendo minhas coisas. De repente, estava aqui na Terra cantando nessa banda imbecil.

Foi duro se tornar líder deles novamente?
Blothar: Nunca está duro, sempre flácido. Isso responde à sua pergunta?

Acho que sim. Vulvatron, de onde você veio?
Vulvatron: Eu vim do ano 69000. Manipulei o contínuo do espaço-tempo para me transportar ao passado e transmitir uma mensagem muito importante para o GWAR e alterar o futuro, evitando assim um apocalipse universal. Porém, houve algum problema com meu transporte e de alguma forma trouxe Blothar para este tempo.

Blothar: Você é a responsável por isso?

Vulvatron: Não acho que tenha sido eu, foi o cara do buraco de minhoca lá.

Blothar: Temos que matar ele.

Qual o seu papel na banda, Vulvatron?
Vulvatron: Mudar a trajetória do GWAR rumo à destruição completa, criando uma direção melhor para todo nosso universo. E também matar todos os humanos.

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Foi difícil ganhar as graças de uma banda que está junta há tanto tempo?
Vulvatron: Eles ficaram putos quando fumei todo o crack, mas todo mundo ficou mais de boa quando atirei dos meus peitos.

Blothar: O maior problema com a Vulvatron é que ela pega todas as minas.

Vulvatron: Sou um ímã insaciável de gatinhas! Eles me alimentam com elas, mas quero mais.

Você sempre conseguiu atirar coisas dos seus peitos?
Vulvatron: De fato, é uma de minhas habilidades naturais.

As pessoas estão falando que a forma como você é retratada como uma espécie de líder no GWAR e o fato de ser a primeira integrante feminina em muito tempo conferem um potencial para que você seja uma nova heroína alternativa para o feminismo.
Vulvatron: Nossa sociedade está muito à frente de gêneros. No ano 69000 é considerada uma noção muito primitiva a de que existe alguma diferença entre escória feminina e masculina. Todos nós trepamos, então este conceito é desconhecido para mim.

Estou certo em pensar que vocês farão uma turnê de 45 dias ou mais?
Vulvatron: Acho que é até mais que isso. Acredito serem dois meses no tempo terráqueo.

Blothar: O que, é claro, não passa de segundos em nosso tempo. Todas as noites, após o show, volto para o meu próprio tempo. Então, para mim, é algo constante acordar todo dia em uma nova cidade. Não sei onde estou. Tudo que sei é que me prometeram umas minas gordas e até agora só obtive… Algumas.

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Vulvatron: Geralmente dou as gordinhas pro Blothar. Prefiro as minhas mais esbeltas.

Quando vocês estão em turnê, percebem gente no público mais disposta a se sacrificar que os outros?
Vulvatron: Todos os humanos imploram para serem sacrificados por nós.

Blothar: Corretíssimo. Menos os franceses.

Vulvatron: Sim, os franceses são muito indignados quanto a isso.

Blothar: Os italianos me dão indigestão, mas os franceses são os piores. Eles fazem tanto escândalo. Quase não vale à pena.

Vulvatron: Os japoneses têm uma coisa com lagartos dinossauros gigantes que já causou um problemão.

Em um show no Japão?
Vulvatron: Sim, o bicho ficava tentando entrar nos bastidores e destruiu nosso camarim.

Vocês estão planejando tocar no Reino Unido?
Blothar: Meu bom Deus, espero que não.

Vulvatron: Sou afeiçoada à sua espécie masculina.

Seu último disco, Battle Maximus, foi lançado há um ano. Vocês estão trabalhando em um disco novo?
Blothar: Sim… Se por trabalhar você quer dizer fumando crack e transando com bebês.

Vocês já têm um nome pra ele?

Vulvatron: Sim, Fumando Crack e Transando Com Bebês.

Vocês mataram alguém no palco estes últimos tempos?
Vulvatron: Matamos o Obama em Chicago porque é a cidade natal dele. E também um skinhead particularmente desgostoso. Também matei um lagarto gigante pelo qual Blothar levou o crédito.

Blothar: Claro, eu o matei!

Jack White e Neil Young foram anunciados como convidados para um show-tributo a Bob Dylan. Já chamaram o GWAR?
Vulvatron: Eu compus tudo do Bob Dylan.

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Blothar: Na verdade, o Bob Dylan tem a mesma idade que o GWAR. Então, como somos contemporâneos daquele velho fodido, duvido que teria a boa vontade para cantar aquelas suas canções atonais ridículas. Mas talvez façamos um de nossos escravos resmungar no microfone. Vamos só desarrumar o cabelo deles e mandá-los embora.

Algum recado final pra galera do Reino Unido?
Blothar: VÃO SE FODER!

Vulvatron: Continuem fazendo aquele agradável líquido quente com folhas que é muito agradável. Sou fã.

Blothar: Quanto a mim, gosto de pintos com fritas. [um trocadilho com fish’n’chips]

Vulvatron: E torresmo.

Siga Joe no Twitter @Cide_Benengeli. Ou, se tiver coragem, você pode seguir Vulvatron (@VulvatronGWAR), Blothar (@ThisIsBlothar) ou o GWAR (@GWARofficial).

Tradução: Thiago “Índio” Silva