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Música

Como o Kylesa Encontrou a Si Mesmo no Novo Disco 'Exhausting Fire'

O guitarrista, vocalista e já há 10 anos produtor da banda Phillip Cope fala sobre o novo álbum, o metal do sul dos EUA, tocar ao vivo e como um disco do Neurosis mudou a vida dele.

Desde que estourou para o mundo com o essencial Static Tensions (2009), o Kylesa vem fazendo cada vez mais e mais shows, o que parece ter contribuído para a banda de Savannah, nos Estados Unidos, alcançar de vez o “seu som” com o novo álbum, Exhausting Fire, segundo os próprios membros do grupo de sludge psicodélico.

Sétimo lançamento em quase 15 anos de carreira, o mais novo disco saiu há algumas semanas pela Season of Mist e foi produzido pelo guitarrista e vocalista da banda, Phillip Cope, que já tinha assumido o controle da mesa de som nos últimos trabalhos do Kylesa.

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Mesmo com o diferencial de trazer mais vocais limpos por parte de Cope e da sua parceira na guitarra e microfone, Laura Pleasants, que já vinha adotando essa linha nos dois discos anteriores, Exhausting Fire se destaca pela mistura cada vez mais coesa e particular de (muito) peso e psicodelia feita pela banda.

Apesar de ser oficialmente um trio agora, com Cope, Laura e o baterista Carl McGinley como membros permanentes e outros dois músicos contratados para as turnês, o Kylesa está mais explosivo do que nunca em seus shows, o que pude comprovar recentemente no festival Psycho California, realizado em maio, e algo que fica bastante claro com Exhausting Fire.

Na entrevista abaixo, feita na última semana por telefone com Cope, o guitarrista e vocalista falou direto da estrada sobre o disco novo, obviamente, o cover inusitado que fizeram para Paranoid, de você sabe quem, quais os discos que mudaram a sua vida, a cena metal da Geórgia com Mastodon, Baroness e Black Tusk e do seu passado com o Damad, uma das primeiras bandas de sludge dos EUA e que deu origem ao Kylesa no início dos anos 2000.

Noisey: Exhausting Fire mantém o peso da banda, mas parece ser menos dark do que o anterior, Ultraviolet (2013). Além disso, o álbum tem um feeling mais psicodélico e relaxado, até com uma pegada meio anos 1990 em algumas músicas. Você concorda com isso? E como foi o processo de composição em comparação com o trabalho anterior?
Phillip Cope: Bom, nós meio que apenas sempre escrevemos as músicas. Não pensamos muito sobre para onde o som está indo quanto ao estilo ou algo desse tipo. Quando estamos compondo, não paramos para pensar se vamos ter um som mais anos 1990. Quero dizer, entendo totalmente o que você está dizendo e não estou negando que isso esteja lá, mas não é algo sobre o qual falamos. Normalmente esse processo de composição não é muito difícil. Falando por mim, estou sempre escrevendo. Acho que estou sempre tocando também. A Laura (Pleasants, guitarrista e vocalista da banda) também compõe bastante. Então normalmente é uma coisa que vem de forma bastante natural, não é algo em que precisamos trabalhar realmente pesado. Apenas meio que seguimos os nossos instintos.

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A formação atual do Kylesa é composta apenas por três membros oficiais: você, a Laura e o baterista Carl McGinley. Os outros músicos contratados que tocam ao vivo com a banda, Chase Rudeseal no baixo e John Edwards na segunda bateria, podem vir a ser efetivados futuramente? Como isso funciona?
Bom, já tivemos algumas pessoas indo e vindo no baixo e na segunda bateria. No passado, achamos que foi um pouco difícil tentar mantê-los no processo de composição e tudo mais. Por isso, desta vez decidimos que seria mais fácil fazer tudo apenas nós três, já que somos os principais compositores da banda nos últimos 10 anos. O Chase já está com a gente há uns dois anos e o John está indo muito bem, já fez duas turnês com a banda. Por isso, não é algo fora de questão ter eles como membros oficiais no futuro. É algo que apenas depende da química entre a gente. Uma vez que a química estiver lá, sempre há a possibilidade. Nunca foi algo do tipo: “Ah, vocês não podem compor apenas porque são músicos contratados”.

Continua abaixo…

Você está cantando um pouco e fazendo mais vocais limpos neste disco novo, algo que a Laura começou a fazer mais no álbum anterior, Ultraviolet. Há alguma razão específica para isso, talvez poder abrir mais as possibilidades da banda? Ou apenas ficaram um pouco cansados de gritar o tempo todo [risos]?
Bom, a Laura decidiu que prefere cantar assim [com vocal mais limpo]. Neste momento, pelo menos. E que isso se encaixa melhor no que ela está escrevendo. Para mim… eu gosto de gritar e fazer vocais mais agressivos, faço isso há anos e é algo com o qual estou acostumado. Mas, ao mesmo tempo, o vocal precisa parecer certo para a música. Se não está certo para a música, então quero deixar minhas possibilidades abertas. Eu não quero pegar uma música em que a Laura está gritando e também gritar se é algo que não faz sentido, sem propósito. Também queria sair um pouco da minha zona de conforto e me forçar um pouco para ver o que podia fazer. E foi algo divertido, gostei de fazer os vocais limpos no disco. Mas não acho que vá parar de gritar e fazer vocais mais agressivos, é algo muito catártico e que eu gosto de fazer.

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E você se sente talvez um pouco mais exposto fazendo os vocais limpos em vez do vocal gutural?
Para mim, é um pouco complicado se acostumar. A Laura está confortável, ela já vem fazendo isso há algum tempo. E eu já fiz vocais limpos em pequenos trechos em discos anteriores da banda, por isso não é algo completamente desconfortável. Olhando para trás, já fiz algumas coisas nesse sentido, mas a maioria ficava em segundo plano. Mas algumas vezes, como quando começamos a tocar a música “Moving Day” ao vivo, foi um pouco assustador para mim no início. Mas é como qualquer coisa na vida, quanto mais você faz, mais confortável fica com aquilo.

Além de escrever, tocar e cantar, você também vem produzindo os discos do Kylesa há um bom tempo, cerca de 10 anos. Como funciona isso? Você às vezes se sente próximo demais do material sendo que precisa cortar ou mudar algum arranjo? E como é essa relação na banda?
Agora é muito boa [a relação]. Quando comecei a fazer isso, produzir os discos, era um pouco difícil. Porque, você sabe, todo mundo me via apenas como alguém da banda, não me enxergavam naquele papel separado (de produtor). Mas agora eles já viram o que eu posso fazer e confiam em mim. Então tudo ficou muito mais fácil. Quero dizer, é bastante trabalho… sou o primeiro a chegar e o último a sair. Mas acho que é algo que faz sentido. Porque quando o resto da banda está tentando se comunicar comigo, não há nenhum problema de entendimento. Entendo o que eles estão dizendo, entendo a linguagem. Acho que, na maior parte das vezes, consigo alcançar o que tudo mundo está buscando. Por isso, acho que é algo que funciona muito bem.

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Voltando ao disco novo. Vocês fizeram um cover inesperado de “Paranoid”, do Black Sabbath, que acabou virando uma música totalmente diferente, mais lenta e meio psicodélica. Como foi isso? E como tem sido a reação do público a uma versão tão diferente da música? Alguém já reclamou?
Bom, você não vai agradar todo mundo [risos]. Sempre vai ter gente que gosta do que você faz e outras pessoas que não. Uma coisa que aconteceu, mas que não é negativo nem nada, é que muita gente ficou perguntando a razão para, entre tantas músicas do Sabbath, nós escolhermos tocar “Paranoid”. E muita gente não sabe disso, mas nós deveríamos ter entrado em um tributo oficial ao Sabbath e basicamente a música foi escolhida para a gente. Quando fomos convidados, todas as músicas já tinham sido tomadas. E as pessoas por trás do disco queriam a música e falaram: “Bom, vamos ter a ‘Paranoid’ e vocês podem entrar com ela”. E nós amamos Sabbath e realmente queríamos fazer parte do tributo. Por isso, acabamos concordando em tocar “Paranoid”, mesmo não sendo uma música que teríamos escolhido se tivéssemos a chance de decidir isso. Mas no fim das contas acabamos não entrando no tributo. Só que nós gostamos de como a música ficou. E a nossa gravadora também curtiu. No entanto, é apenas uma música bônus, não é uma faixa que faz realmente parte do disco. É apenas um bônus para as primeiras versões do disco. Sobre como a música saiu… Nós tentamos tocar a “Paranoid” de várias maneiras diferentes e essa foi a versão que escolhemos, aquela que pareceu funcionar melhor para nós.

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Além do Black Sabbath, vocês também já fizeram covers de bandas como Eyehategod, Black Flag, Nirvana e Nausea, entre outros. Vocês já pensaram em lançar um disco apenas de covers?
Nós já falamos sobre isso e seria algo legal. Mas teriam de ser novos covers, já que todos os covers que fizemos no passado saíram por várias gravadoras diferentes e tinham pessoas diferentes envolvidas. Seria muito complicado conseguir reunir tudo isso. Mas seria divertido fazer algo especificamente assim. Acho que seria divertido falar com os fãs e ver o que eles acharam que seria legal a gente tocar de cover. Ver se tem algo que eles sugerem que nós realmente gostamos e pelo qual fomos influenciados. Isso seria divertido.

Você falou do Damad antes. Por isso, queria saber como foi a criação do Kylesa um pouco após o fim do Damad. A primeira formação do Kylesa era basicamente quase todo mundo do Damad mais a Laura.
Bom, três dos membros do Damad decidiram que queriam continuar tocando juntos após o fim da banda. E eu já estava tocando com a Laura, apenas por diversão, e estávamos falando sobre ter um projeto paralelo juntos. Então, quando o Damad acabou e nós três resolvemos tocar juntos, pensei que a Laura seria uma escolha perfeita e a chamamos. E foi assim que nós viramos o Kylesa.

Por acaso vocês já tocaram algum cover do Damad com o Kylesa?
Não, porque são bandas separadas. E a Victoria [Scalisi, vocalista] é uma parte enorme do Damad. E, a não ser que ela mesma cantasse, eu não faria isso.

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E você acha que conseguiria compor, tocar e fazer as coisas da banda, na estrada e tudo mais com o Kylesa como vem fazendo se não fosse pelo tempo que passou com o Damad?
O Damad foi uma ótima experiência. Mas eu não diria que, sem o Damad, o Kylesa não seria o que é. Realmente cada banda é meio que uma coisa separada e própria. E eu sou o único membro do Damad que ainda está no Kylesa. E que esteve na maior parte da carreira do Kylesa, na verdade. Na época em que lançamos o nosso segundo disco [To Walk a Middle Curse, de 2005], eu já era o único membro do Damad na banda. Mas, para mim, foi uma boa experiência em termos de aprendizado. E definitivamente ajudou a moldar um pouco a forma como escrevo. Porque tive muita experiência compondo para o Damad. Então é, me ajudou sim.

Vi vocês tocando em 2011, no Maryland Deathfest, em Baltimore, e novamente em 2015, no Psycho California, em Santa Ana, e fiquei realmente impressionado com o quanto vocês cresceram como uma banda ao vivo. Acha que a banda está mais confortável para fazer shows após todo esse tempo, mesmo com essas mudanças na formação? E não digo apenas mais confortáveis uns com os outros, mas com o seu próprio som.
Ah, sim. E muito vem com a experiência também. Mesmo tendo pessoas novas se juntando constantemente com a banda, Laura, Carl e eu temos muita experiência em tocar ao vivo. Então nós meio que sabemos o que funciona e o que não funciona. Por isso, podemos pegar essa experiência e dizer: “Ok, isso provavelmente não vai funcionar. E isso provavelmente vai”. E tentar nos empurrar para seguir em frente, sempre estamos tentando deixar os nossos shows melhores. E nós somos, acima de tudo, uma banda que toca ao vivo. Nós fazemos turnês quase o ano inteiro, todos os anos. E o nosso desempenho ao vivo é muito importante para nós. Sempre estamos tentando melhorar isso. É tudo sobre dar uma razão para as pessoas voltarem para nos ver tocar. Não queremos ser aquela banda que você viu uma vez e não precisa mais ver de novo. Estamos sempre mudando as coisas, deixando tudo interessante o bastante, para que as pessoas continuem indo nos assistir.

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E está ficando muito difícil montar o setlist agora que vocês estão com sete discos de estúdio na bagagem?
É, é difícil [risos]. Definitivamente. Dito isso, nós realmente ouvimos os nossos fãs. Mesmo com os nossos discos mudando bastante de um para o outro, nós entendemos completamente, como fãs de outras bandas, que quando você vai assistir a uma banda que você gosta, existem alguns discos no lugar certo e na hora certa. E nós entendemos isso. E queremos que as pessoas possam escutar as músicas que elas querem ouvir, músicas que também significam algo para elas. Então apenas tentamos ouvir os nossos fãs e fazer setlists que possam agradar as pessoas que são fãs da banda há bastante tempo.

Vocês são de Savannah, Geórgia, que é uma cidade que também foi a casa do Baroness por um tempo, além de lar do Black Tusk e do Unpersons. E obviamente nós também temos o Mastodon, de Atlanta, que fica no mesmo estado. Acha que é possível olhar para todas essas bandas e dizer que o que aconteceu foi meio que um movimento, uma cena, porque alguns de vocês começaram mais ou menos na mesma época, especialmente o Kylesa e o Mastodon?
Bom, o Mastodon e o Kylesa começaram antes do Baroness, do Black Tusk e das outras bandas que apareceram. E, honestamente, os membros das duas bandas já estavam fazendo coisas antes na Geórgia, eles em Atlanta e nós em Savannah. Trocávamos shows. Em Savannah, por exemplo, nós tínhamos o Velvet Elvis, que depois acabou virando o The Jinx e foi meio que a casa do metal na cidade por um tempo. Quero dizer, acho que é seguro dizer que foi um movimento. Tudo isso não aconteceu ao mesmo tempo, mas ao longo do tempo. Apenas bandas compartilhando shows e se ajudando. Produzi discos do Baroness, Black Tusk, Kylesa, Unpersons, a maioria das bandas de metal de Savannah na época. Foi uma pequena cena bem legal por algum tempo. Depois cada um meio que seguiu o seu caminho quando todo mundo começou a fazer turnês o tempo todo. O Baroness, por exemplo, não fica mais em Savannah, mas na Filadélfia. Mas é, por um momento lá atrás, com certeza [foi um movimento].

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Aliás, o primeiro show do Kylesa foi com o Mastodon, certo?
Sim, nós marcamos um show para eles. Mas é… esse foi o primeiro show. Foi no Velvet Elvis, em Savannah, sobre o qual falei agora há pouco.

Falando meio que sobre o mesmo assunto ainda, mas de forma mais ampla. Acha que é possível dizer que bandas como Kylesa, Mastodon, Converge, Neurosis, Eyehategod, Old Man Gloom, podem ser vistas como parte de uma mesma “família”? Apesar de vocês serem de estilos, locais e épocas diferentes (ou seja, cenas diversas), todos me parecem compartilhar a mesma visão sobre música e underground.
Hmm, não tenho certeza se eu entendi totalmente a pergunta. Até um certo nível acho que há uma visão compartilhada e que muitas dessas bandas tentaram colocar a sua própria abordagem nesta visão. Então acho que a resposta para a sua pergunta é sim e não. Quero dizer, tem pessoas que contestariam até o fato do Kylesa ser uma banda sludge e não temos problemas com isso, sabemos que não tocamos sludge tradicional. Mas certamente temos raízes nesse estilo; eu tenho. Mesmo com o Damad, não estávamos tentando ser uma banda sludge mais padrão. Quero dizer, o sludge é um estilo bastante novo, como era quando o Damad começou. Nós fomos uma das primeiras bandas. Você tinha o Eyehategod, o Buzzov-en, o Cavity e nós aparecemos um pouco depois. E nós também éramos muito influenciados por crust. Então nós estávamos meio que misturando as nossas influências de sludge e crust. Quanto ao Kylesa, a música pesada sempre foi a nossa base, mas também sempre fomos influenciados por outros estilos e tentamos incorporar isso. Outras bandas encontram o estilo delas e meio que é isso e elas são fieis a isso. E não há nada de errado com isso, acho que há espaço para as duas coisas. E não temos nada além de respeito por essas bandas. Mas acho, que vindo do Sul dos EUA, em geral, há um tipo de pensamento de que você vai se adaptar. E muitas dessas bandas vêm de formas de pensar parecidas e acho que há uma visão compartilhada aí. Se é que isso faz sentido [risos].

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E você tem um disco favorito com o Kylesa?
Eles são todos meus filhos. Não consigo escolher um favorito.

Isso é algo que sempre gosto de perguntar. Por favor, me diga três discos que mudaram a sua vida e por que eles fizeram isso.
Ok, essa é bem fácil. O primeiro é o Souls at Zero (1992), do Neurosis. Já era fã do Neurosis e das coisas mais hardcore deles, mas quando eles fizeram essa mudança, esse disco, foi algo muito impactante. E poder vê-los ao vivo nessa turnê. Vi um show deles com o Buzzov-en. E esse foi um show muito impressionante. Isso meio que mudou a minha ideia sobre o que punk podia ser e o que a música pesada podia ser, de forma geral. Porque eu meio que via que as duas bandas tinham raízes no punk, mas era algo tão mais pesado e tão mais amplo. O Souls at Zero é aquele disco que muda a vida de quem estivesse por aí quando foi lançado.

O segundo tem que ser o Steady Diet of Nothing (1991), do Fugazi. Esse disco me atingiu quando eu estava no colegial. E a emoção naquele disco, as guitarras… É apenas esse disco realmente incrível e honesto que me atingiu em cheio.

E o terceiro seria o In a Priest Driven Ambulance (1990), do The Flaming Lips. Porque apenas achei que era o disco mais estranho, doido e bizarro quando ele foi lançado. E realmente adorava a produção, achava que era tão diferente e soava muito mais vivo do que muitos discos que tinha ouvido. Esse disco me influenciou muito na parte de produção.

Voltando um pouco. Você falou do Souls at Zero, do Neurosis, e de como representou uma mudança importante para a banda, em que eles acharam o próprio som. Pensando nisso, qual você acha que é o “momento decisivo” do Kylesa?
Acho que é o disco mais novo. O Static Tensions (2009) foi um disco muito importante para nós, mas acho que esse álbum novo… Vi a Laura dizendo isso e eu concordo com ela. Esse disco novo apenas soa como nós. Esse é um disco do Kylesa, tem o nosso som.

Aproveitando que você falou sobre ouvir Fugazi no colegial, quando começou a tocar guitarra? E quem eram seus heróis na época?
Tinha 13 anos. Quando comecei, definitivamente era o Tony Iommi. Black Sabbath com certeza. Ele tinha os riffs [risos].

Aliás, você sabe se alguém do Black Sabbath chegou a ouvir o cover de “Paranoid” que vocês fizeram?
Não, não fiquei sabendo de nada até agora. Mas há um tempo fiquei sabendo que o Tony Iommi ouviu o Kylesa e disse que a gente tinha bons riffs, o que é algo incrível. Acho que a gente nunca sabe quem está ouvindo [risos].

Hey @kylesamusic, thnx for the record, it rips!! Everyone go check it out: https://t.co/fjTzofgZdo

— Kirk Hammett (@KirkHammett) October 13, 2015

Ah é, vi outro dia que você compartilhou um tweet do Kirk Hammett, do Metallica, elogiando o disco novo do Kylesa.
É, isso foi muito legal da parte dele. Como eu disse antes, você nunca sabe quem está ouvindo.

Como sou do Brasil, essa é outra pergunta que gosto de fazer. Conhece alguma banda ou artista daqui?
Ah, o Sepultura é do Brasil, certo? E, me desculpe se pronunciar errado [o que acabou acontecendo], mas o Ratos de Porão também é daí, né?

Essa é a última. Do que você tem mais orgulho na sua carreira?
Não sei se consigo escolher um momento. Tenho orgulho de continuarmos fazendo isso. Isso eu posso dizer. Estamos prestes a completar 15 anos de banda e tenho orgulho disso.

Mas você já pensou em parar alguma vez? Isso chegou a passar pela sua cabeça com o Kylesa?
Nunca pensei nisso realmente. Tocar música é o que eu faço, e eu amo isso. Significa tudo para mim. E não acho que já tenha pensado em parar. Tenho certeza que há membros do Kylesa que pensaram nisso e realmente pararam [risos]. Nunca tiramos ninguém da banda. Sempre existe essa possibilidade, mas acho que, de um jeito ou de outro, eu e a Laura, e acho que posso incluir o Carl nisso também: sempre vamos tocar música de uma maneira ou outra. Não, eu não diria isso. Talvez dar uma desacelerada, mas não parar.