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Música

Como Transformar o seu Diploma Inútil em um Trabalho na Indústria da Música

Não é só de músicos que vive a música. Falamos com mais de 20 pessoas na indústria para descobrir como elas chegaram lá. Anote e aproveite.

Imagem por Alex Cook

Parabéns, formandos! Vocês conseguiram seu diploma, saíram para jogar bola por uma última vez, cheia de melancolia, e completaram o último ritual de bebedeira insana. O futuro é seu. Vocês conseguiram. Estão prontos para a vida – ou, no mínimo, para encarar o abismo do tédio pós-formatura. Talvez estejam com um emprego engatilhado. Que bom, já metendo o pé na porta! Talvez tenham percebido, com temor cada vez maior, que nenhuma das muitas vagas para as quais mandaram currículo na Catho vai dar algum retorno. Talvez ainda não façam ideia do que desejam fazer da vida, porque a única coisa de que gostam é música. Mas não entrem em pânico; mantenham a calma. Há esperança.

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Trabalhar com música talvez pareça um emprego dos sonhos, uma coisa inalcançável – afinal, parte do motivo de nos sentirmos atraídos pela fantasia de ser um pop star é exatamente isso: o fato de ser uma fantasia. Mas não é necessário ser o maior guitarrista do mundo para conseguir trabalhar com música; na verdade, você não precisa ter talento musical nenhum! Longe dos holofotes existem milhares de pessoas na indústria da música fazendo todo tipo de trabalho, que lhes permitem passar o dia inteiro girando em torno de música, shows, e dos artistas que amam. Desde procurar novos talentos como um A&R para gravadoras, passando por lidar com as relações de uma gravadora com uma startup de tecnologia até ser supervisor musical de um programa televisivo, ou trabalhar com assessoria de imprensa, ou ser um jornalista de música, há muitas maneiras de se ter um trabalho na música, em todos os níveis da indústria, sem ser um músico – empregos de cuja existência você talvez nunca tenha ouvido falar!

Quais são esses empregos, e como você, um aficionado por música, pode obtê-los? Ótimas perguntas! Entramos em contato com mais de 20 pessoas que têm empregos na indústria da música para descobrir o que elas fazem, e como chegaram aonde estão, na esperança de desvendar parte do mistério.

Talia Miller, Assessora de Imprensa e Administradora da Agência Brixton

Foto cortesia de Talia Miller

O que você faz no dia a dia?
Muita coisa. Reuniões para promover os artistas, atualização de relatórios, criar propostas de lançamentos inovadores. Mas também passo, no mínimo, 50% do meu tempo criando novos projetos e controlando as minhas expectativas! No momento, também empresario o Pity Sex e o Wildhoney. [Nota do Editor: Uma propaganda desavergonhada, a verdadeira marca de uma boa assessora de imprensa.]

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Como conseguiu esse emprego?
Fundei a minha própria empresa! Isso depois de passar anos tocando em bandas (tenho a nossa primeira fita demo, posso te mostrar!), organizando festivais, trabalhando em casas de show, agendando shows, etc. Por fim, acabei trabalhando para amigos meus durante um tempo, numa distribuidora de discos independente, que me ensinou a lidar com imprensa. Depois que isso acabou, me mudei para o Brooklyn e acabei fundando a Brixton Agency com meu amigo Sean Rhorer, que foi quem me fez começar a trabalhar com assessoria de imprensa!

Qual foi seu primeiro emprego depois de formada?
Assistente de operações na Richmond Symphony. Eu agendava viagens e acompanhava os solistas quando estavam na cidade. Também ajudava a garantir que uma sinfônica inteira chegasse para o ensaio sem atrasos!

Qual foi seu primeiro emprego na indústria da música?
Não tenho certeza… Talvez tocar baixo numa banda? Ou organizadora do Ladyfest DC 2002? Sem contar esses, em termos de trabalho pago, provavelmente ser a gerente de recepção do Toad's Place, em Richmond, Virginia. Foi um mix estranho de colocar as toalhas que o pessoal do New Found Glory tinha acabado de usar na máquina de lavar roupas e depois sair de carro com pessoas como Joan Osborn, enquanto cantarolava baixinho "what if god was one of us".

Que conselho você daria aos recém-formados?
Não tenha medo de perguntar tudo sobre todas as coisas. Isso não faz parecer burro e, no longo prazo, você acaba conquistando mais aliados. Sempre é possível aprender coisas novas.

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Diga uma coisa que os professores não ensinam.
Não há como ensinar traquejo social. Sair é tão importante quanto ficar em casa e estudar. Suas notas, em última análise, não vão arranjar emprego, mas o traquejo social, sim.

Matt FX, Supervisor de Broad City, Man Seeking Woman, e Difficult People

Foto cortesia de Matt FX

O que você faz no dia a dia?
Como supervisor musical, ouço músicas novas e as organizo, trabalho na edição de faixas com o editor, e verifico se tenho como arcar com essas faixas. Como DJ, também presto atenção às músicas, mas enquanto procuro samples gratuitos como supervisor, quase me empolgo mais como DJ ao achar faixas maneiras com samples reconhecíveis. Como o "Big Scoot" da Scooter Island, trabalho com vocalistas, rappers e outros produtores em estúdios espalhados por toda a cidade (e às vezes pela internet), forjando os sucessos de amanhã!

Como conseguiu esse emprego?
Resumindo, eu sem saber plantei uma semente que vingou alguns anos depois, na forma do meu primeiro cargo como supervisor musical. Basicamente, arrastava uma asa forte por uma garota no ensino médio, e acabei mostrando a ela e às suas amigas a versão britânica (e original) da série Skins, tempos atrás. Uma das garotas às quais mostrei Skins acabou indo trabalhar como estagiária para o criador da série, e me levou à sala dos escritores, para o que eram essencialmente focus groups com gente mais nova. Logo de cara fiz perguntas sobre música, e o criador pediu que eu lhe fizesse uma mix. No dia seguinte ele me mandou largar meu emprego.

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Qual foi seu primeiro emprego depois de formado?
Depois que larguei o colégio, meu primeiro emprego foi como ambulante, vendendo comida na Highline. Era outubro e fazia muito frio. Nos meses que se seguiram, trabalhei em inúmeros empregos aleatórios: trabalhei em uma empresa de remessa de correspondência; como recrutador em NY, para uma firma global de pesquisas de mercado focadas nos jovens, e até tive uma época de trabalhar como babá em tempo integral, cuidando de um garoto de 16 meses de idade que se chamava "Atomic".

Qual foi seu primeiro emprego na indústria da música?
Skins!

Que conselho você daria aos recém-formados?
Não se isole, não pare de fazer novos amigos, e lembre-se de que praticamente nada acontece "da noite para o dia".

Diga uma coisa que os professores não ensinam.
Como fazer o imposto de renda? Larguei o colégio um mês e meio depois de começado o primeiro ano do ensino médio, então eles não chegaram a me ensinar nada, na verdade.

O que você gostaria de já saber na época em que estava começando?
Rá! Queria saber que o nome do cargo era "supervisor musical". Na verdade, quando mandei fazer meus primeiros cartões de visita, coloquei o nome "curador musical", porque não sabia o nome certo!

Lauren Nostro, Editora de Notícias de Música, Complex Magazine

Foto cortesia de Lauren Nostro

O que você faz no dia a dia?
Na prática, meu trabalho é cuidar de todas as notícias de música – estreias, agregação, notícias divulgadas, matérias de destaque, etc. Mas, como sabe todo mundo que trabalha na mídia, você faz muito mais coisas do que as atribuídas ao seu cargo, especialmente no campo das notícias. As notícias de música têm suas próprias regras. É um trabalho que nunca para – e com lançamentos surpresa de discos, os seus queridinhos deixaram nosso trabalho insano pra caralho. Na Complex, nossa equipe de música é composta do editor adjunto, Damien Scott, da editora-executiva, Christine Werthman, do editor de social, Edwin Ortiz, e de mim e minha equipe de cinco redatores freelancers que me dão apoio e não deixam que eu perca a cabeça. Nos últimos meses, fizemos com que a Complex Music virasse um site de música que engloba tudo, e nossos freelancers e funcionários estão sempre em cima das notícias de música – além disso, estamos fazendo crescer diariamente a nossa TV, num ritmo veloz. Então grande parte do meu trabalho é também ajudar os produtores da Complex News com os roteiros, entrevistas, novos vídeos, etc.

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Como conseguiu esse emprego?
Comecei a estagiar sob o comando do nosso editor-assistente Insanul Ahmed, enquanto fazia pós-graduação. Não foi fácil. Eu estava equilibrando bicos em restaurantes para pagar as dívidas da faculdade, e morava com gente demais no Queens, mas dei muito duro, errei feio em duas transcrições e depois nunca mais errei… Ou, pelo menos, consegui esconder melhor. Depois disso, fiquei de freelancer permanente do site – o que basicamente significa que eu estava fazendo posts e matérias para todos os setores. Fui contratada como assistente editorial pela Complex Music, em que o trabalho é basicamente fazer tudo, desde transcrições até notícias, matérias, entrevistas, ajudar os editores, etc. E aí eu saí! E trabalhei no Noisey (!) como editora convidada durante alguns meses, antes de voltar para a Complex e comandar o setor de notícias de música.

Qual foi seu primeiro emprego depois de formada?
Depois de me formar, trabalhei em Jersey Shore, para o projeto fracassado da AOL de fazer jornalismo hiperlocal, no site Patch. Morava num conjugado pertinho da casa do Jersey Shore da MTV, meus editores só se comunicavam por e-mail, e acabei dando o fora dali quando alguém tentou arrombar a porta da minha casa às quatro da manhã, depois que eu tinha passado uma longa noite no Karma. Foi maneiro. Eu tinha um scanner que acessava o rádio da polícia, e basicamente aparecia em cenas de crimes e ia a reuniões de conselhos comunitários, que, apesar de serem uma coisa muito zoada, é algo de que muitos blogueiros não têm experiência. Também trabalhei em dois restaurantes em Nova York, como hostess – o que, para quem me conhece pessoalmente, não faz sentido nenhum, mas dinheiro de restaurante em Nova York é uma coisa fácil e que tem por todo canto.

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Qual foi seu primeiro emprego na indústria da música?
Complex! Estou na indústria há pouco tempo, desde 2011, sou um bebê. Em 2011, eu queria muito estagiar na Vibe, mas eles nunca me deram retorno, então tentei entrar na Complex, na verdade não conhecendo muita coisa sobre a marca. Mas eu ficava acordada até tarde, lia as revistas, lia tudo o que podia. E diria que tudo deu bastante certo.

Diga uma coisa que os professores não ensinam.
São raros os trampos de tempo integral dentro do ramo de escrever sobre música que só requerem que você saiba escrever. Muita coisa do que aprendi na faculdade foi a arte de escrever – que, sim, não tem preço – mas o mais provável é que, se você estiver trabalhando em alguma publicação hoje em dia, vai precisar ter conhecimentos sobre vídeo, foto (no mínimo Photoshop), otimização de mecanismos de busca, mídias sociais, etc. Há um foco menor sobre as notícias na faculdade também. Há uma certa arte em ser redator e repórter que pode ser aplicada a todos os ramos, se você dominar o essencial, e, na minha opinião, isso é algo difícil de se ensinar na faculdade. Então, seja estagiário ou trabalhe no jornal da sua faculdade, pelo menos. Isso é útil.

O que você gostaria de já saber na época em que estava começando?
Ninguém vai fazer porra nenhuma por você. As pessoas vão lhe ajudar, vão lhe orientar, você vai encontrar algumas pessoas firmes, que ficarão ao seu lado – isso tudo é excelente. Mas, a menos que você seja a sua maior cheerleader, não vai acontecer merda nenhuma para você. Acredite em si mesmo, e, quanto às mulheres, não esqueçam, homens são lixo – especialmente na indústria da música.

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David Castillo, Proprietário/Comprador de Talentos do Saint Vitus Bar

Foto cortesia de David Castillo

O que você faz no dia a dia?
O meu dia normalmente se divide entre conversar com os agentes encarregados de marcar os shows, com empresários e bandas, tentando marcar shows no bar via e-mail e fazendo reuniões. As noites passo indo a shows e pesquisando o que há de bom em música.

Como conseguiu esse emprego?
Eu agendava shows de forma independente, na região do Brooklyn, quando o Arty Shepherd, guitarrista da minha banda, Primitive Weapons, abriu um bar e pediu que agendasse shows para lá.

Qual foi seu primeiro emprego depois de formado?
Tem um minuto para ouvir sobre o meio ambiente?

Qual foi seu primeiro emprego na indústria da música?
Trabalhei como RP para uma gravadora e odiei com força. Pedi demissão e comecei a fazer mais das minhas próprias paradas.

Que conselho daria aos recém-formados?
Aprenda tudo o que puder sobre como as coisas teoricamente funcionam, mas nunca perca de vista o que você tem vontade de fazer, e como poderia fazê-lo melhor.

Diga uma coisa que os professores não ensinam.
Você não precisa necessariamente arranjar um emprego; é possível criar um emprego.

O que você gostaria de já saber na época em que estava começando?
Confie em si mesmo e não se deixe limitar pelas expectativas alheias.

Jeff Rosenstock, Músico, Produtor de Discos, Dono de Gravadora, Designer Gráfico e Editor de Vídeo

Foto cortesia de Jeff Rosenstock

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O que você faz no dia a dia?
Depende. Às vezes só envio pelos correios um punhado de pacotes da Really Records, e fico de bobeira na internet. Dias como esse andam cada vez mais raros, mas, na verdade, meio que odeio não ser produtivo. O dia de hoje é exemplo de um dia um tanto cheio. Estou no meio da edição de um lyric video para o Chuck Ragan. Mais tarde, Chris Farren e eu vamos começar a trabalhar no próximo disco da dupla Antarctigo Vespucci. Vou terminar de agendar overdubs para um disco que venho produzindo nas últimas três semanas, e espero que dar os ajustes finais em mais alguns planos de casamento.

Como conseguiu esse emprego?
Acabei conseguindo esse emprego justo por não tentar fazer com que ele fosse o meu emprego. Sempre encontrei trabalho em outros cantos, fora dos "projetos do coração", por assim dizer, e no geral evitei tentar fazer com que eles fossem minha fonte principal de renda, porque não quero colocar pressão em cima das coisas que eu amo. Enquanto fazia uns bicos para amigos de bandas, fosse ajudando a gravar demos de discos ou fazendo projetos para discos, criei uma reputação de ser um sujeito razoavelmente decente e confiável, e agora estou trabalhando com essas pessoas em projetos maiores.

Qual foi seu primeiro emprego depois de formado?
Tive a sorte de ser o diretor de arte em uma boate excelente em Long Island, chamada The Downtown. Depois de ajudá-los com o design de um punhado de filipetas, eles me contrataram em tempo integral, por US$8 a hora, e fiz todos os pôsteres, calendários, propagandas, micro-sites e até menus de restaurante, enquanto morava com meus pais em Baldwin. Mas com certeza foi sorte minha conseguir esse emprego. Eles simplesmente não tinham ninguém encarregado dessas coisas antes de eu aparecer por lá, e acho que precisavam de alguém com frequência, e eu era uma companhia divertida no escritório.

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Depois que esse lugar fechou, começou a minha série de empregos de merda. Desses, meu favorito foi lavar pratos no Transmet, em Athens, Geórgia, e o que menos gostei era andar em círculos por uma grande firma financeira, garantindo que não faltasse refrigerante nas salas de conferência.

Qual foi seu primeiro emprego na indústria da música?
Enquanto estava na faculdade, trabalhei para um distribuidor de música EDM durante um dia, ligando para pessoas e tentando convencê-las a comprar o novo disco do Echobelly. Foi aí, acho, que percebi que não sou um vendedor.

Que conselho você daria aos recém-formados?
Vivemos em uma sociedade que nos condiciona a pensar que cada emprego é uma carreira em potencial, mas isso não é verdade. Alguns empregos são só empregos, e não há nada de errado com isso. Se você não permitir que seu trabalho o defina enquanto pessoa, vai encarar muito melhor sua própria vida, e provavelmente as pessoas vão gostar bem mais de trabalhar com você. Aí, quando aparecer aquele emprego que DE FATO tem a ver com quem você é como pessoa, trabalhar duro e manter uma atitude positiva parecerá muito mais fácil.

O que você gostaria de já saber na época em que estava começando?
Eu gostaria de saber como é muito mais importante ser um cara simpático e extrovertido do que ter um bom currículo. Todos os trabalhos temporários para os quais fui contratado se deveram a eu não estar nem aí durante as entrevistas, ficar relaxado e responder às perguntas com sinceridade (exceto pelos conhecimentos sobre design que eu mentia possuir). Os trabalhos para os quais outras pessoas tinham mais qualificação do que eu foram os que nunca me deram retorno depois da entrevista.

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E também tem que 95% das vezes os empregadores não vão responder à sua excelente carta de apresentação e currículo. Isso desanima pra caralho mesmo. Mas uma coisa que eu gostaria de saber quando estava tentando conseguir aqueles empregos é que 95% das pessoas que procuram trabalho passam exatamente por essa experiência. Ninguém dá retorno para ninguém. Estamos todos juntos nesse mundo de merda.

Megan Ryte, DJ e Apresentadora do Meio Dia da Hot 97

Foto cortesia de Megan Ryte

O que você faz no dia a dia?
Resumindo, apresento e produzo meu próprio programa na Hot 97, das 10 da manhã até as 3 da tarde, de segunda a sexta, e sou DJ de shows de mixagem.

Qual foi seu primeiro emprego na indústria da música?
Personalidade Matinal da Rádio e DJ na WOWI, em Norfolk, Virginia.

Que conselho você daria aos recém-formados?
Não dê atenção ao que a pessoa do seu lado está fazendo. Com as mídias sociais, pode ser fácil comparar a sua vida e o seu sucesso com os das outras pessoas. Não faça isso. Cada pessoa tem algo de único para contribuir… ela mesma. Eu costumava pensar que tinha de fazer o que outra pessoa estava fazendo para conseguir vencer na vida. Quando parei de dar ouvidos aos comentários dos outros e comecei a ser fiel a mim mesma, as coisas foram entrando em seus devidos lugares.

Diga uma coisa que os professores não ensinam.
Depois de descobrir em que área você quer trabalhar, aprenda cinco fatos importantes em torno dela. Sempre há mais de uma maneira de conseguir acesso, mas é preciso ser capaz de contribuir com a coisa de que os outros precisam. Uma vez lá dentro, é possível mudar de direção.

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O que você gostaria de já saber na época em que estava começando?
Como fazer o imposto direito. É mais uma coisa que ninguém ensina. Eu teria economizado muita grana!

Joe Armenia, Presidente Mundial das Relações com Artistas e Gravadoras da Rdio

Foto cortesia de Joe Armenia

O que você faz no dia a dia?
Fico falando ao telefone, o dia inteiro, todos os dias, 24 horas por dia. Mas falo sobre música, então não tenho direito a reclamar. O que faço é trabalhar junto de todas as gravadoras (as independentes, as de grande porte, distribuidores, agregadores) e de artistas e seus empresários por todo o mundo, para criar maneiras de trazer à tona os principais lançamentos a cada semana, através de programas de marketing de conteúdo, através dos departamentos editoriais e de publicidade, através das oportunidades de curadoria em nossa plataforma, e através da criação de conteúdo original, como no caso das Rdio Sessions. Não existe um dia normal, o que é maravilhoso.

Passo dias inteiros vasculhando datas de lançamentos em todo o mundo, compartilhando os lançamentos prioritários com nossas equipes globais, e criando planos em torno deles. Há um dia incrível todo mês, em que passamos horas só ouvindo músicas que foram lançadas no mês anterior, para montar a seção chamada "Rdio Recomenda". E com sinceridade. Recomendamos a sério aqueles discos e faixas. Esse é um baita privilégio. E há também os dias (e semanas) em que viajo para me encontrar com parceiros de gravadoras para fazer brainstorms de novas oportunidades de parcerias em torno de seus artistas principiantes e consagrados, e para aprender mais sobre como serviços como o nosso podem ajudá-los a crescer nos negócios, e ajudar o nosso a crescer ao mesmo tempo. Para finalizar, trabalho próximo à nossa equipe de marketing, de modo que possamos encontrar outros meios de destacar o conteúdo (através de parceiros em rádios, comunicados via e-mail, parceiros nas telecomunicações, releases de imprensa, eventos, etc).

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Qual foi seu primeiro emprego depois de formado?
Meu primeiro emprego veio do meu único estágio, em que trabalhei numa estação de rádio durante a faculdade. Depois disso fui contratado por uma estação de grande porte para virar noites na programação ao vivo, e para ser assistente no departamento de promoções. Eu adorava. Até a hora em que comecei a odiar.

Qual foi seu primeiro emprego na indústria da música?
Ainda que o emprego na rádio conte como indústria da música, foi ele que me levou ao meu primeiro emprego de verdade, em que fui contratado por dois meses como assistente de meio período no departamento de marketing da MTV. Estiquei esses dois meses até que virassem 14 anos, e, quando saí, era vice-presidente de marketing de música.

Que conselho você daria aos recém-formados?
Todos os velhos clichês ainda se aplicam: arranje algum jeito de entrar. Trabalhe no setor de correspondência. Use algum conhecido para entrar em algum posto a que você almeje. A partir daí, você pode criar seu próprio caminho. E, se você não sabe, faça uma lista de todos os lugares em que talvez gostaria de trabalhar, e tente entrar em cada um deles, pela ordem. Encontre algum meio… o vizinho do primo do pai do sujeito com quem você divide o aluguel conhece alguém que trabalha em algum desses lugares? Então dê algum jeito de falar com esse vizinho e entre lá. Use esse método para todos os lugares em que você queira entrar.

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E também não tenha esperanças de passar de estagiário a CEO em um ano. Conseguir as coisas com o suor do rosto ainda conta, e ainda é preciso fazer por merecer todas as coisas que você deseja. Percebi, nesses anos como gerente de contratações, que esse conceito se desvirtuou um pouco, que os que procuram emprego passaram a acreditar que merecem alguma coisa. Tudo é uma oportunidade de aprendizado. Contenha as suas expectativas e aprenda o máximo possível, com tudo o que passar pela sua frente. Se você é um assistente enviando pacotes em nome de alguém, não deixe de se informar sobre o que há dentro do pacote, sobre porque ele está sendo enviado, e o que o destinatário vai fazer com aquilo. Paciência e aprendizado.

David Strunk, Agente de Talentos no Agency Group

Foto cortesia de David Strunk

O que você faz no dia a dia?
Desenvolvimento de carreiras. Os agentes cuidam de fazer evoluir os artistas, desde bandas recém-nascidas até que se tornem artistas fazendo turnê pelo país. A parte "física" do trabalho é organizar shows, passando inclusive por negociar quanto o artista vai receber e todos os detalhes do contrato.

Contudo, a parte mais importante de agenciar é a relação com o artista. Preciso ter certeza de que os meus artistas estão se sentindo à vontade (no dia a dia mesmo) com a evolução e o crescimento de sua carreira. Isso inclui compreender o que é ter expectativas realistas, e um crescimento realista. Em termos mais burocráticos, gerencio uma pequena equipe, cujos membros educo a virarem eles mesmos agentes, enquanto lidam com a manutenção interna diária de clientes e shows. Também lido e mantenho relações com empresários, gravadoras, assessores de imprensa, empresários de turnês, advogados e gerentes financeiros.

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Como conseguiu esse emprego?
Na faculdade, trabalhei como estagiário no The Agency Group, que é onde trabalho agora, e passei de estagiário a assistente, e por fim a agente.

Que conselho daria aos recém-formados?
Que se engajem nas coisas e deixem de lado a ideia de que têm direito a alguma coisa. Já conversei com inumeráveis pessoas que querem trabalhar no mundo da música e "jogam a toalha" porque acham tudo intimidante, ou porque "têm direito a algo melhor". As pessoas criam suas próprias oportunidades e, ao permanecer ativo na música (literalmente de qualquer maneira possível): estagiando, sendo voluntário, ou tentando manter qualquer relação com alguém de qualquer setor do negócio, oportunidades se apresentarão.

Em segundo lugar, se você quer trabalhar, vai ter que suar. Raras vezes é uma atividade imediatamente lucrativa. O salário inicial em uma grande agência é uma coisa tétrica (repito: tétrica). Coloque seu ego de lado, engula os sapos e siga em frente. Tenha confiança em si mesmo, e lembre-se de que esse sacrifício inicial é passageiro.

Diga uma coisa que os professores não ensinam.
Existe uma diferença entre "tentar concretizar um objetivo" e de fato "concretizar um objetivo". Vejo muita gente que se dá por satisfeita deixando uma mensagem de voz. Se você não falou com a pessoa no telefone, não fez nada. Talvez tenha a impressão de que fez alguma coisa, mas conversar de fato com a pessoa (e não deixar uma mensagem) foi o motivo da ligação.

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O que você gostaria de já saber na época em que estava começando?
Ninguém sabe o que faz quando está começando. A coisa mais importante é entrar em ação mesmo assim. Se você errar, aprenda com o erro, siga em frente e tente outra vez.

Jen Appel, Assessora de Imprensa Sênior da Press Here Publicity

Foto cortesia de Jen Appel

O que você faz no dia a dia?
Executo e administro as campanhas de divulgação de artistas de toda a indústria, incluindo Phoenix, Weezer, Local Natives, The Killers, Lykke Li, Best Coast, Sleigh Bells, Blood Orange, e muitos outros. Isso é algo que toma uma miríade de formas e formatos diferentes – tudo, desde conseguir e organizar entrevistas e sessões de fotos com os artistas, agendar o comparecimento deles a programas de televisão, escrever e enviar releases sobre lançamentos de discos e notícias sobre os artistas, posicionar itens – clipes e arquivos de áudio – na internet, confirmar e escalar resenhas de discos, ajudar os artistas através de campanhas de publicidade enquanto estão fazendo a turnê de um disco, resolver problemas, propôr ideias para a imprensa, dar seguimento a elas, ouvir música enquanto trabalho…

Como conseguiu esse emprego?
A música era – e continua sendo – tudo para mim. Curtir certas bandas e cenas foi uma coisa que me ajudou a me definir quando adolescente, então eu sabia que, de qualquer maneira, eu simplesmente TINHA de trabalhar com música, de algum modo. Quando tinha 17 anos, tive um orientador para escolha de faculdade que tinha um amigo que tinha uma irmã que era sócia gerente em uma empresa de PR de música. Ela me apresentou a uma mulher, Linda Carbone, que me contratou como estagiária, entre o primeiro e o último ano do ensino médio. Quando o verão acabou, ela me disse que, se eu fosse para Nova York, onde ficava a sede da empresa, para fazer faculdade, ela me daria um emprego de meio período.

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Quando fui aceita e passei a frequentar a Gallatin School, da New York University, em 1999, ela foi uma das primeiras pessoas para quem telefonei. Trabalhei para ela em meio período durante os anos de faculdade, e em tempo integral, como assistente de assessoria de imprensa, durante os verões. Quando ela fundou a Press Here, com Chloe Walsh, em 2004, fui junto, e é nesse lugar que estou desde então, por causa dos artistas incríveis com que trabalhamos e da ética de trabalho espetacular de todos os meus colegas, que me inspira a me dedicar ao máximo e fazer o meu melhor. Então, basicamente, se eu não tivesse conhecido Linda Carbone, as coisas teriam sido muito, muito diferentes para mim.

Que conselho você daria aos recém-formados?
Obtenha o máximo possível de experiência na vida real, o mais cedo que puder. Não espere chegar ao último ano de curso; não espere até se formar. Muitas das pessoas que conheci no primeiro verão em que trabalhei como assistente de assessoria de imprensa ainda são as pessoas que conheço e com as quais trabalho hoje, tanto na mídia quanto na indústria da música como um todo, e essas relações abrem muitos caminhos.

Diga uma coisa que os professores não ensinam.
Que ser responsável por outras pessoas, ser responsável com elas, com gente além de você mesmo, é uma parte importante da cultura de trabalho, e uma habilidade que deve ser refinada e evoluída por si mesma. Grande parte da universidade se baseia no que VOCÊ contribui – se comparece ou não às aulas, se entrega os trabalhos, se estuda ou não para a prova, etc. Quando se entra numa empresa, a coisa deixa de girar em torno de você. O seu desempenho afeta a equipe em todos os sentidos.

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O que você gostaria de já saber na época em que estava começando?
Gostaria de saber que o iPod seria inventado. (E isso, pessoal, é um indicador maravilhoso do quanto a indústria da música mudou desde o início do milênio.)

Bryan Cullen, Produtor e DJ da Sirius XM

Foto cortesia de Bryan Cullen

O que você faz no dia a dia?
Depende de quem vai entrar ao vivo, ou do programa com que preciso lidar. Faço produções de rádio, trechos e músicas de paródia para o The Jason Ellis Show, na Faction. Também faço os promos do programa e edito o segmento de melhores para replay e on-demand. Produzo programas semanais de punk rock para Tim Armstrong e Marky Ramone. Uma vez por semana, produzo um programa ao vivo, de uma hora de duração, com o skatista profissional Tony Hawk. Tenho meu próprio programa das onze da manhã até as três da tarde, de segunda a sexta, em que enfio toneladas de punk, alguma coisa de metal, e às vezes um hip-hop clássico maneiro, como Wu-Tang. Também recebo artistas e os ajudo a apresentar o programa por mim, ou os entrevisto, dependendo de quem quiser fazer o quê. Também trabalho remotamente, às vezes em festivais, ou no X-Games, ou num evento de grande porte em Nova York. Saio por aí com um gravador juntando conteúdo, e tentando fazer com que o rádio valha o preço que cobra.

Como conseguiu esse emprego?
Eu fazia parte de uma banda de merda no ensino médio, que costumava ensaiar num estúdio. O chefe do estúdio fez de mim estagiário/assistente de produção na série Reverb, da HBO, em 1999. Eu chegava às seis da manhã, ajudava a carregar um caminhão com equipamentos de filmagem, dirigia até Nova York ou Pennsylvania, arrumava tudo, assistia às passagens de som, e depois trabalhava na série. Aí a gente desabava e ia pra casa. Às vezes era de seis da manhã até as seis da manhã seguinte para terminar o trabalho. Por esse trabalho, me pagavam 150 pilas. Parada séria! Também estava na faculdade e fazendo um programa de rádio. Peguei meu amor pela música e partes do meu trabalho na faculdade, e mandei para o programa do Howard Stern. Fui estagiário de produção para o Howard Stern durante seis meses, e aí fui contratado pela K-Rock pela quantia inacreditável de 13 dólares/hora. Mas nunca recusei trabalho. Às vezes era eu quem cuidava das seleções de "melhores momentos" do Stern Show que passavam no Natal ou no dia de Ação de Graças, às vezes virava a noite trabalhando, às vezes substituía alguém que estava doente, mas sempre dei duro.

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Fui colocado em contato com outro DJ, chamado Sluggo, em LA, comandei o show dele em Nova York, e virei seu comparsa. Trabalhar com o Sluggo me ensinou muita coisa, e me ajudou a encontrar a minha voz. Era o melhor tipo de cara para o qual trabalhar, porque deixava que você corresse riscos em algumas partes, mas, se a coisa não ficasse boa, ele dizia. Ele me ajudou a virar um DJ melhor. Daí, me entregaram um punhado de turnos como DJ da madrugada ao vivo na K-Rock NYC. Então, em 2004, fui contratado pela Sirius, que mais tarde se fundiu com a XM. Venho trabalhando com a Faction na Sirius XM faz mais de dez anos, e já pude entrevistar e trabalhar junto com alguns dos meus heróis do punk rock, vi uma tonelada de shows, e falei quantidades extraordinárias de merda nas ondas de rádio.

Que conselho daria aos recém-formados?
Estagie o máximo possível. E aprenda, não fique só de bobeira perto das pessoas mais cool, cuidando do cafezinho delas. Aprenda sobre o equipamento, faça fitas ou vídeos, anote ideias, pegue mais no pesado do que o povo à sua volta. Essa indústria está encolhendo e mudando. Nunca recuse uma oportunidade de aprender coisas novas ou de trabalhar num projeto. E também se mantenha atualizado em termos de tecnologia. Antigamente era preciso ter um monte de pessoas para pegar a estrada e coletar material de um evento, e deixá-lo no ponto para ser transmitido. Agora são caras como eu, com um notebook debaixo do braço.

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O que você gostaria de já saber na época em que estava começando?
Tente ser o melhor no que faz. Se vê algum aspecto no qual ninguém está trabalhando, ou um caminho que se encontra aberto, vá fundo!

Rachel Bisdee, Diretora de Marketing Internacional das Gravadoras Republic Records, Island Records e Def Jam Recordings

Foto cortesia de Rachel Bisdee

O que você faz no dia a dia?
Ajudo a administrar a publicidade e a propaganda internacionais para os nossos artistas. O departamento internacional de uma gravadora cria e implementa campanhas globais de promoção de artistas. Nós fazemos o papel de intermediários entre os artistas e as gravadoras do exterior e a mídia internacional. Além das minhas responsabilidades de marketing, organizo e acompanho artistas em turnês promocionais pelo exterior, que incluem programas de TV, eventos em rádios, eventos de premiação, etc.

Como conseguiu esse emprego?
Levou mais de dez anos de trabalho duro, incluindo cinco anos de estágios não-remunerados em gravadoras, revistas de música e televisão dedicada à música. Entrei na Universal em Londres, em 2009, e passei para a Universal de Nova York em 2014.

Qual foi seu primeiro emprego depois de formada?
Comecei com um emprego não-remunerado na NME, quando ainda estava no colégio, aos 16 anos, e depois na Rough Trade Records e em outras gravadoras independentes, do final da adolescência até os vinte e poucos anos. Também trabalhei de DJ em rádio universitária e em casas noturnas indies em Brighton, enquanto fazia faculdade na Inglaterra.

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Qual foi seu primeiro emprego na indústria da música?
Um dos meus primeiros trabalhos mais importantes na indústria foi no departamento de Talento & Música Internacionais da MTV. Nesse papel, trabalhei com as equipes de produção da MTV, gravadoras e empresários de artistas na organização do MTV Europe Music Awards, em 2008, e também coordenei todas as bandas e artistas no dia do show. Foi esse trabalho que me colocou no caminho de uma carreira em um papel internacional, e me ajudou a desenvolver algumas amizades essenciais na indústria da música.

O que você gostaria de já saber na época em que estava começando?
Relações são t u d o.

Jess Flynn, Empresária de Turnê, Fotógrafa de Turnês, Encarregada das Mercadorias, Motorista Responsável, Videografista

Foto por Eric Osman, cortesia de Jess Flynn

O que você faz no dia a dia?
Quando saio em turnê, meu dia a dia inclui as seguintes coisas: garantir que todos estejam acordados a tempo/que peguemos a estrada sem atrasos; mandar circulares diárias sobre o dia seguinte, ou os dois dias seguintes; fechar qualquer adiantamento para a semana seguinte, mais ou menos, através do e-mail, a caminho do show; coordenar entrega de mercadorias; parar isso tudo para tirar algumas fotos do pessoal dormindo na van de boca aberta; quando chegamos ao show, encontrar o promoter e me certificar de que eles têm tudo o que precisam de mim; ter certeza de que a banda sabe de tudo o que precisa saber a respeito do show; arrumar as mercadorias para a venda/contá-las; tentar encontrar a banda para tirar mais fotos escondidas; portas se abrem, vender mercadoria, e aí correr para tirar fotos ao vivo durante dez a quinze minutos do show de cada banda, voltar para as mercadorias; se ninguém estiver tentando comprar os produtos quando volto para a mesa, eu importo, edito e aí posto/envio fotos para a banda imediatamente; dependendo de para quem estou trabalhado, arrumar tudo o que for preciso no palco antes que eles entrem; contar os produtos, fechar as contas com a casa de shows, levar a banda até o hotel depois de convencê-los de que precisamos parar no Taco Bell (isso normalmente funciona, se estão bêbados); chegar ao hotel, arquivar todos os recibos do dia, e dormir.

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Quando estou em casa, descansando das turnês, meu dia inclui as seguintes coisas: editar fotos da turnê de que acabei de chegar, postar essas fotos, ficar de bobeira com meu gato e com meu namorado, hibernando/assistindo coisas na Netflix, tentar viajar para casa e visitar minha mãe, frilas filmando shows ou casamentos ou etc., e preparar a minha próxima turnê.

Como conseguiu esse emprego?
Fotografei shows sem parar durante cerca de três anos na Filadélfia, antes de fazer muita coisa, além de uns promos aqui e ali. Fotografo para o JUMP PHILLY, o que me permitiu trabalhar com bandas que não necessariamente teria conhecido de outro modo (Modern Baseball, The Wonder Years). Mas acho que a maior fagulha de motivação foi quando o pessoal do The Menzingers pediu que eu fotografasse a capa de Rented World e as promos daquele lançamento. Passamos quatro ou cinco dias trabalhando coletivamente nisso, e ao mesmo tempo eu estava fotografando uma matéria de capa com eles para a revista. Depois disso, conheci e fiz promos para Beach Slang, com a qual acabei fazendo várias turnês. Conheci o PUP quando eles estavam em turnê com os The Menzingers e basicamente assediei eles até que me contratassem, e hoje saio regularmente em turnê com eles.

Para ser sincera, basicamente assediando bandas para que me deixassem trabalhar um pouquinho com elas (se for por apenas quatro ou cinco dias, eles pensam "mesmo que ela seja péssima, não tem muito problema"). E quase sempre essas bandas me chamam para voltar, para turnês maiores. Agora eu basicamente trabalho para Beach Slang, PUP, Modern Baseball e Cayetana.

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Que conselho daria aos recém-formados?
Compreender o mundo que você está fotografando faz uma grande diferença. Não seja um babaca, um metido. É uma coisa muito irritante, e sempre chama atenção quando você está num show e vê um fotógrafo literalmente correndo em volta do palco ou sendo escroto com as bandas. A banda é muito mais importante do que você, e o show é muito mais importante do que você. Não compreender isso é o que dá aos fotógrafos de música uma péssima reputação. Teste o seu flash com a banda e com o engenheiro de som durante a passagem de som, para ter certeza de que não vai incomodá-los. E, ao abrir caminho por entre a multidão para chegar à frente, peça licença. Troque de posição, para não bloquear a visão do mesmo grupo de pessoas o show inteiro. Enfim, essa foi uma maneira bem longa de dizer: viva o que está fotografando, conheça o seu lugar, e não seja babaca.

Dan Lloyd-Jones, Vice-Presidente de A&R da Sony ATV Music Publishing UK

Foto cortesia de Dan Lloyd-Jones

O que você faz no dia a dia?
Contrato artistas e compositores para publicar música, organizo sessões e estúdios para projetos de disco, ajudo a desenvolver e cultivar o talento musical, tento inserir músicas em grandes campanhas publicitárias. Supervisiono uma série de artistas com quem assinei, incluindo Plan B, Knife Party, Nero, George The Poet, Gorgon City e PJ Harvey.

Como conseguiu esse emprego?
Fui dono de uma boate de sucesso, nas Proud Galleries de Camden, em 2006, chamada Another Music = Another Kitchen. Os caras que a administravam comigo e eu promovemos alguns dos primeiros shows de MGMT, Calvin Harris, Dev Hynes, Lethal Bizzle, Frank Turner, Chromeo, e Bombay Bicycle Club. Kenny Mcgoff, que era o chefe de A&R da EMI Music Publishing, aparecia toda semana, e ficamos muito amigos. Ele e Guy Moot, nosso presidente na Sony, me ofereceram um papel como gerente de A&R e me tiraram da Warner Brothers, para a qual eu trabalhava na época.

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Qual foi seu primeiro emprego depois de formado?
Trabalhei no KP Crisps Factory e na cozinha do McDonald’s, literalmente virando os hambúrgueres na chapa.

Qual foi seu primeiro emprego na indústria da música?
Assistente de imprensa na London Records/WEA Records, que acabou virando Warner Brothers.

Que conselho você daria aos recém-formados?
Não fique parado esperando surgir o emprego dos sonhos, vá atrás dele. É você quem controla o seu destino.

Lizzy Goodman, Editora/Articulista da Elle e Articulista Frequente de New York Times, New York Times Magazine, New York Magazine, e Billboard

Foto cortesia de Lizzy Goodman

O que você faz no dia a dia?
Varia muito. Normalmente estou trabalhando em um monte de coisas ao mesmo tempo – talvez esteja propondo um artigo para a ELLE ou pesquisando alguma coisa para um artigo futuro para o New York Times enquanto estou nos finalmentes de alguma coisa para a Billboard. No momento também estou concluindo um livro, então, de uma maneira ou de outra, lido com ele todos os dias. Mas o que isso quer dizer mesmo é que todo dia tento fazer avançar um pouquinho cada um dos projetos grandes em que estou trabalhando, e ao mesmo tempo manter minha sanidade. Nem sempre dá certo. Então acho que o que faço todos os dias é fracassar. Todos os escritores falam disso. Tem uma frase famosa do David Foster Wallace, que é tipo: ele passa oito horas por dia escrevendo – sete das quais se preocupando e só uma digitando mesmo. É meio que por aí. É labuta. É uma coisa que continua feia por muito tempo antes de ficar bonita. E alternar entre enfurecer-se contra esse processo e aceitá-lo é, na verdade, o que faço todos os dias.

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Como conseguiu esse emprego?
Cheguei aonde estou me colocando numa posição em que portas pudessem se abrir para mim, e aproveitando a chance quando se abriam. Isso quis dizer estagiar na SPIN, o que levou ao primeiro artigo em que meu nome foi publicado, e depois trabalhar como freelancer enquanto dava aulas para a segunda série, e depois uma coluna na NME e um trabalho na PBS que me permitia continuar como freelancer, e depois um emprego de verdade na Rolling Stone, depois me mudando para a Blender e… diga sim. Experimente tudo.

Tenha objetivos gigantescos, absurdos, constrangedoramente ambiciosos, e nunca deixe os outros dizerem que são ridículos (as pessoas vão fazer isso o tempo inteiro, e estão erradas). Mas também se dedique com o mesmo vigor às coisas menores. Aceite com humildade e gratidão cada oportunidade, por menor que seja, de acesso a uma porta que leva a um corredor que leva a um elevador que às vezes para no andar no qual você acredita que finalmente talvez goste de trabalhar. Basicamente, ser humilde é a chave para ter grande sucesso.

Qual foi seu primeiro emprego depois de formada?
Vender selas e arreios e outros equipamentos de equitação numa loja especializada, em Albuquerque, no Novo México. Sem sacanagem. Tem um universo paralelo em que virei jóquei profissional em vez de jornalista de rock.

Que conselho daria aos recém-formados?
Receba o fracasso de braços abertos. A coisa que mais me atravancou foi o medo. Medo de não saber o que eu estava fazendo. Medo que descobrissem que eu era a fraude que todo mundo, secretamente, sente ser. Medo de descobrir que não sou capaz, ou que todos se dessem conta disso. Esse medo é completamente normal e totalmente inútil. Você com certeza vai fracassar. Você com certeza não sabe o que está fazendo. Sem a menor sombra de dúvida, você é uma fraude, em alguns sentidos. Mas e daí? Todo mundo é assim. A única cura para isso é o trabalho. Não existe sensação melhor que a de enfrentar essas merdas todas e finalmente descobrir como resolver um problema num artigo, ou fazer uma ótima entrevista, ou, num sentido mais geral, exprimir o que você percebe do mundo. Receba o fracasso de braços abertos. É a única maneira de conseguir a liberdade necessária para descobrir até onde você pode realmente chegar.

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Diga uma coisa que os professores não ensinam.
A vida não é meritocrática. Fui muito, muito bem na faculdade, e portanto fiquei chocada, depois de me formar, ao descobrir que, fora da academia, ninguém me dava pontos extra por ser bem-comportada e cheia de potencial. Desperdicei muito tempo ficando espantada com isso. Ninguém está nem aí se você foi uma boa menina. Isso não quer dizer que o bom é se comportar como um sociopata no ambiente de trabalho, mas quer dizer que é bom dar tempo para ajustar-se a um ecossistema completamente novo, com sua própria hierarquia e suas próprias regras. Não seja bem-comportada, seja respeitosa, mas não diga sempre o que pensa. O seu chefe não é seu professor. E também não faça "networking"; simplesmente seja útil. Na faculdade, a atenção está sobre você. O sistema é feito para servir à sua instrução. No mundo, o sistema é feito para servir àqueles que já estão no comando, então seja útil a eles. Isso vai ajudar você a avançar, e vai ajudar também a ver de verdade a que tipo de mundo eles têm acesso, no qual você quer entrar. Um amigo me disse, bem cedo, que "seu trabalho é facilitar o trabalho do editor". Essa ideiazinha provavelmente é responsável pela minha carreira.

Sarah Lewitinn, DJ e Diretora de Música da Aritzia

Foto cortesia de Sarah Lewitinn

O que você faz no dia a dia?
Sou a diretora de música da Aritzia, o que significa que programo as músicas para as lojas deles, Spotify e Soundcloud (somos a loja de moda número um no Soundcloud!). Também seleciono as músicas para todos os vídeos, e desenvolvo parcerias musicais com bandas e artistas. Dá uma olhada no vídeo do Haerts que produzimos.

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Como conseguiu esse emprego?
Eu era a diretora de música da NYLON antes de entrar para a Aritzia. Meu trabalho na NYLON era principalmente centrado no marketing, em produzir os eventos musicais e turnês, selecionar bandas para eventos, e outras parcerias relacionadas à música. O ex-diretor executivo da NYLON, Luke Crisell, entrou para a Aritzia e me levou junto quando abriram um escritório em Nova York e lançaram a Aritzia Magazine.

Qual foi seu primeiro emprego depois de formada?
Já trabalhava profissionalmente no meu ramo desde quando cursava o ensino médio (comecei como estagiária e articulista de música para o portal AOL, da ABC), e trabalhei como estagiária em uma dúzia de lugares enquanto cursava a faculdade, inclusive no portal da SPIN, no AOL. Comecei escrevendo para a revista SPIN quando tinha 19 anos, e entrei numa empresa de marketing de internet nesse mesmo ano, como coordenadora de marketing.

Diga uma coisa que os professores não ensinam.
Eles na verdade nunca dizem como os cartões de crédito são perigosos. Também não dizem como é importante estagiar.

O que você gostaria de já saber na época em que estava começando?
Queria ser melhor em gramática quando estava começando. Também queria ter bebido menos.

Griffin Lotz, Editora Assistente de Fotografia na Revista Rolling Stone

Foto por Jason Bergman, cortesia de Griffin Lotz

Como é o seu trabalho no dia a dia?
Meus deveres cotidianos incluem encontrar fotos para cada artigo da minha seção e para as páginas de Notas Aleatórias. Procuro agências de fotos, entro em contato com fotógrafos, pesquiso fotos dos arquivos e contrato e agendo fotógrafos para sessões.

Como conseguiu esse emprego?
Comecei como estagiária e fui contratada pela Rollingstone.com. Depois de dois anos lá, abriu uma vaga na revista, me candidatei e consegui. E ah, trabalhei pra caralho o tempo inteiro.

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Que conselho daria aos recém-formados?
Se você sabe o que quer fazer, faça! Se você quer escrever, escreva, se quer tirar fotos, tire fotos. Faça o que deseja fazer bem e saia para o mundo. Ninguém vai contratar o cara que só fica falando de suas aspirações, mas nunca chega a tentar nada.

Ricki Askin, Chefe do Licenciamento e Arquivo de Músicas da Vice

Foto cortesia de Ricki Askin

O que você faz no dia a dia?
Ajudo a contratar, posicionar e liberar músicas e arquivar para todas as propriedades VICE, incluindo sua suíte digital de canais, a série de docs VICE na HBO, e um número crescente de Filmes VICE. Também supervisiono tudo de música e de materiais de arquivo para o nosso grupo interno de serviços criativos, o Virtue, e administro todos os pedidos de licenciamento que chegam para vender e sindicar programas VICE em diferentes telas.

Como conseguiu esse emprego?
Depois de três anos aprendendo o básico de supervisão musical dentro da divisão de Notícias & Documentários da MTV, fiquei sabendo de um cargo de supervisão musical permanente na VICE, o primeiro cargo desse tipo dentro da empresa. Tive uma excelente série de entrevistas que permitiram que meus pontos fortes e verdadeira personalidade meio tosca ficassem em evidência, e pelo visto gostaram.

Qual foi seu primeiro emprego depois de formada?
Fiz parte do antigo programa interno de funcionários temporários da MTV, na esperança de obter uma posição permanente por lá, e, no fim, depois de uns poucos meses quicando entre diferentes lugares do prédio, consegui um lugar como assistente executiva do vice-presidente sênior da MTV Communications. Passei três anos aprendendo sobre o mundo de RP antes de me dar conta que não era a melhor opção para mim.

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Que conselho você daria aos recém-formados?
Fale com o maior número de pessoas possível que trabalham no ramo em que você deseja entrar; veja cada conversa como uma chance de descobrir se o caminho que você acredita desejar é mesmo o certo.

Famuel Rothstein, Empresário de Childish Gambino e Kari Faux

Foto por Jimmy Marble, cortesia de Fam Rothstein

O que você faz no dia a dia?
Limpo as cagadas.

Como conseguiu esse emprego?
Alguém me viu limpando uma pequena cagada, gostou do meu serviço, e então me chamou para limpar cagadas maiores.

Qual foi seu primeiro emprego depois de formado?
Eu fazia bagels para idosos em Santa Mônica, Califórnia.

Diga uma coisa que os professores não ensinam.
Você não precisa comparecer, só precisa ser amigo de alguém que compareceu. (Você está falando de faculdade como metáfora para a indústria da música, certo?)

O que você gostaria de já saber na época em que estava começando?
Todo mundo vai improvisando no caminho. Não passamos de crianças na escolinha tentando firmar o pé.

Luke O'Neil, Redator Freelancer

Foto cortesia de Luke O'Neil

O que você faz no dia a dia?
A bênção e a maldição da vida de freelancer é que você está sempre fazendo coisas diferentes. Pelo menos é isso o que me atrai nela – não ter que triturar o seu breve tempo no planeta em algum escritório vampiro de almas. E sim, todos são vampiros de almas, até mesmo os ostensivamente cool, como VICE e outros. Mas, falando em termos mais práticos, se você quer esse trabalho, é preciso passar os seus dias tentando convencer os outros de que tem um bom artigo na manga, e depois trabalhando nele. E com artigo me refiro a coisas que vão realmente surpreender o editor, e não o 500º artigo de opinião a respeito da mesma merda sobre a qual todos os babacas do mundo estão escrevendo naquele dia. Mais fácil falar do que fazer, claro. Fora isso, passo a maior parte dos dias vendo pornô e fumando um cigarro atrás do outro.

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Como conseguiu esse emprego?
Comecei com alguns empregos na mídia, mas depois de um tempo percebi que ser editor não era algo que me atraía. O que significa que ser um administrador não me atraía. Os gastos e as reuniões e os telefonemas e as outras partes do trabalho que não são escrever/editar/fazer coisas interessantes no mundo e depois colocar no papel. Levei um bom tempo sendo garçom nas horas vagas para finalmente poder trabalhar somente como escritor freelancer, e é algo que recomendo fortemente, devido à flexibilidade de horários, quantidade de dinheiro que se pode ganhar, e pelo fato de não drenar a sua energia criativa, como pode acontecer no caso de alguns trabalhos tangencialmente relacionados na "mídia".

Qual foi seu primeiro emprego depois de formado?
Fui assistente editorial na Condé Nast. Chique! Foi uma merda. Isso na época em que as revistas ainda não sabiam que a internet ia ser ruim com elas, e muitas ainda não tinham qualquer tipo de presença real na web. Depois disso, fui fazer pós-graduação, estudar escrita criativa (rs). Não façam isso. Aí arranjei um emprego como editor de artes num semanário alternativo de Boston chamado The Weekly Dig.

Que conselho você daria aos recém-formados?
Não pague uma pós-graduação. Faça amizade com o máximo de pessoas do ramo que conseguir, porque ter relações é a única maneira que você vai conseguir trabalho. Ninguém quer lidar com uma proposta a frio. Mas, se puderem associar um rosto ao e-mail, há muito mais chances dele ser aberto.

Shira Knishkowy, Diretora de Imprensa da Matador Records

O que você faz no dia a dia?
Faço de tudo para não irritar os repórteres, e ao mesmo tempo convencê-los a ouvir minhas bandas e escrever sobre elas, e também manter os empresários e o pessoal das gravadoras atualizados a respeito do que está rolando com os seus artistas.

Como conseguiu esse emprego?
Quando fiquei sabendo que estavam contratando para o meu emprego dos sonhos, tive de ir atrás, depois de trabalhar para subir a escada de RP na música, na Big Hassle Media e na Partisan Records.

Qual foi seu primeiro emprego depois de formada?
Fui assistente dos agentes encarregados de agendar shows na WME (também conhecida como William Morris Endeavor, antigamente William Morris Agency).

Que conselho você daria aos recém-formados?
Seu primeiro trabalho depois da faculdade NÃO é o último. Não desanime se precisar trabalhar num café para conseguir sobreviver enquanto tenta outras coisas. Todo mundo começa em algum lugar, e ninguém está acima de ser um prestador de serviços. Nem mesmo um formado em artes liberais todo chique como você. Espere trabalhar como alguma espécie de assistente, ou em algum papel de auxílio, durante no mínimo os primeiros anos pós-faculdade, e não reclame. Todo mundo teve que passar por isso, e é assim que se aprende.

Diga uma coisa que os professores não ensinam.
Não ensinam a enviar e-mails profissionais, como falar ao telefone, como colocar a conta de luz no seu nome, como fazer networking sem parecer desesperado. A faculdade basicamente só me ensinou sobre teoria crítica e como beber… a parte da bebida, contudo, se aplica à minha vida profissional.

O que você gostaria de já saber na época em que estava começando?
Que o LinkedIn é caô.

Mike Fink, Diretor Sênior de Relações com a Indústria no Pandora

Foto cortesia de Mike Fink

O que você faz no dia a dia?
Ajudo a criar e manter relações com artistas, gravadoras e empresários, incluindo parcerias entre artistas, marcas e o Pandora em eventos, conteúdos patrocinados por marcas, publicidade e oportunidades de curadoria. No dia a dia, isso envolve uma tonelada de telefonemas (sim, as pessoas ainda falam ao telefone!), reuniões e e-mails, e também comparecer a shows e a eventos da indústria da música.

Como conseguiu esse emprego?
Durante a época em que trabalhei em rádio tradicional, comecei a interagir com gravadoras, no aspecto da programação. Algumas dessas relações de meados da década de 90 continuam a existir até hoje. Comecei a trabalhar com bandas nessa época, como empresário, e depois de deixar o emprego na rádio, fui um dos chefes de uma gravadora durante dez anos, e ajudei a produzir e dirigir shows no The Kennedy Center, em DC. Fui atrás de minhas paixões, e tive a sorte de ter encontrado um papel em que minhas experiências anteriores me prepararam para meu papel atual.

Qual foi seu primeiro emprego depois de formado?
Trabalhei brevemente numa mercearia gourmet, perto de Baltimore.

Qual foi seu primeiro emprego na indústria da música?
Assistente de promoções na WHFS-FM, uma estação de rock alternativo que abrangia dois mercados, Washington e Baltimore.

Que conselho você daria aos recém-formados?
Preste atenção no que posta nas redes sociais. É verdade que lugares em que você pode querer trabalhar às vezes checam as suas páginas em redes sociais, quando estão avaliando para um cargo. Nada de timidez: networking, networking, networking. O pior que pode acontecer é a pessoa não responder ao seu pedido de tomar um café ou conversar pelo telefone. Esta é uma indústria em que a sua base de networking está sempre se mesclando e fazendo polinização cruzada.

O que você gostaria de já saber na época em que estava começando?
Não deixe a gasolina acabar quando estiver dirigindo a van promocional da rádio.

Jessica Lehrman, Fotógrafa Freelancer

Foto cortesia de Jessica Lehrman

O que você faz no dia a dia?
Tiro fotos de pessoas. Edito fotos. Tento ganhar algum dinheiro com essas fotos. Bebo muito café, saio e tiro mais fotos, e aí vou a um show de rap e provavelmente tiro mais fotos ainda. Meu trabalho é focado principalmente em artistas que conheço e adoro, então há vários dias que sou escalada para fotografar meus amigos.

Como conseguiu esse emprego?
Todo trabalho de fotografia que pego é uma situação diferente, mas consegui ter clientes regulares por estar constantemente fazendo novos trabalhos, e por me empolgar com o trabalho que faço, e por concentrar minha energia em histórias com as quais me importo de verdade e que tenho vontade de compartilhar.

Qual foi seu primeiro trabalho na indústria da música?
Antes da faculdade tirei dois anos de folga, e no tempo em que morava em Los Angeles conheci uma mulher maravilhosa em uma venda de quintal, que acabou me arranjando um emprego em um jornal de Santa Mônica, como fotojornalista. Não era exatamente indústria da música, mas foi meu primeiro emprego na indústria da fotografia.

Que conselho você daria aos recém-formados?
Não baseie o caminho da sua carreira pós-faculdade em como todo mundo que você foi ensinado a adorar viveu a própria vida. Acho que é fácil se comparar, comparar a sua trajetória, aos que estão à sua volta, mas vejo que as pessoas que admiro na vida realmente criaram seu próprio caminho e fizeram coisas de um jeito criativo que funciona para elas. E também confie na sua intuição, e comece do começo, só trabalhando com pessoas com as quais se sente bem. Quando encontrar alguém que você adora no seu ramo, coloque essa pessoa no seu time. Comece a criar um time de pessoas fodas desde o início, e as mantenha sempre perto de si.

O que você gostaria de já saber na época em que estava começando?
Manter um diário. Sinceramente, esse é o meu maior arrependimento pós-faculdade. No instante em que as coisas ficavam difíceis, eu parava de escrever, e pensando agora, queria que tivesse dedicado um esforço maior a registrar minha vida naquela época, porque foi nela que as coisas foram mais interessantes e intensas e transformaram a minha vida.

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Tradução: Marcio Stockler