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Música

Quem Serão os Ganhadores dos Grammys de Dance Music em 2015?

Repassamos quem são os indicados às categorias de Melhor Gravação de Dance Music, Melhor Disco de Dance/Eletrônica e Melhor Remix e dizemos quais são os nomes com maior chance de levar o gramofone de ouro.

A grande noite da música está próxima. No Grammy Awards de 2015, que rola nesse domingo, dia 8 de fevereiro, Beyoncé, Iggy, Taylor e Pharrell irão disputar troféus e audiência no horário nobre dentro do Staples Center, em Los Angeles. Enquanto isso, a dance music será novamente relegada a uma pré-cerimônia, que acontece no início da tarde, chamada nesse ano de "Premiere". Em duas categorias, "Melhor Gravação de Dance Music" e "Melhor Disco de Dance/Eletrônica", os maiores e melhores astros da cena irão disputar por um raro reconhecimento na indústrial musical mainstream. Uma terceira categoria, chamada de "Melhor Remix" - uma premiação técnica que foi adotada pelos próprios DJs - irá consagrar ainda uma lista única de produtores que levaram hits pop e suas músicas indie favoritas até as pistas de dança.

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Em 2014, o Daft Punk fez todo mundo comer poeira. Nos dois anos antes da dupla francesa ter dominado a premiação, Skrillex foi quem levou para casa todos os três troféus da categoria. Em contrapartida, a edição de 2015 conta com a seleção de indicados mais diversificada que vimos nos últimos anos. Desde nomes conecidos como Aphex Twin e Tiësto até novos rostos como Zhu e Mat Zo, o espectro de fãs de música realmente antenados está mais bem representado do que nunca. No entanto, apenas três irão conquistar o gramofone de ouro. Listamos aqui nossas apostas.

MELHOR GRAVAÇÃO DE DANCE MUSIC

Desde 1998, a "melhor gravação de dance music" tem premiado uma série de músicas padrão, das quais muitas poderiam ser consideradas mais representantes do pop ("Come Into My World", da Kylie Minogue, "Poker Face" da Lady Gaga e "Only Girl" da Rihanna) do que do dance. Desde que o Skrillex ganhou o prêmio por "Scary Monsters and Nice Spirits" em 2012 (e Al Walser o eliminou na edição de 2013), os jurados da Recording Academy se tornaram bem mais focados no aspecto dance em suas indicações. Embora seja um tanto absurdo existir apenas um Grammy dado a uma música dance, quando o gênero como um todo é composto por milhares e milhares de singles lançados anualmente, o prêmio ainda é estimado tanto por vencedores quanto pelos indicados.

Basement Jaxx, "Never Say Never" [Atlantic Jaxx/PIAS]
Foram cinco longos anos que antecederam o lançamento do disco do Basement Jaxx de 2014, Junto, que saiu colocando um single nas paradas. "Never Say Never" foi abraçado pelas pistas de dança ao redor do mundo. Jaxx ganhou um Grammy anteriormente pelo seu LP de 2004, Kish Kash, o primeiro a conquistar o prêmio de "melhor disco de dance/eletrônica". A empolgação dos jurados em relação a esse acontecimento pode fazer com que a vitória seja alcançada por Jaxx, mesmo que TALVEZ eles não estejam presentes à premiação.
Chances de levar o prêmio: Para sua segurança, prepare um discurso da vitória para o seu substituto.

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Clean Bandit feat. Jess Glynne, "Rather Be" [Big Beat/Atlantic]
Muitos membros da Academia possuem rádios, o que é uma vantagem para o Clear Bandit, cujo a onipresente "Rather Be" ainda faz com que as pessoas toquem instrumentos imaginários mesmo um ano depois do lançamento da música. De longe, essa é a faixa mais voltada para o pop do disco, e um pouco surpreendente não ter sido abraçada pelos fãs do gênero. Não foi sorte deles, já que as chances aqui são muito maiores, mas talvez não grandes o suficiente para fazê-los vencer a rígida competição.
Chances de levar o prêmio: Open bar na afterparty transforma todos em vencedores!

Disclosure featuring Mary J. Blige, "F For You" [Cherrytree/Interscope]
Com nove indicações, tá mais do que claro que os jurados do Grammy amam a "rainha do hip-hop soul". Só por este motivo o Disclosure já está na posição de liderança por aqui, mas eles também fizeram por merecer. "F For You" pode não ter tido a mesma repercussão de "Latch" ou "White Noise" (ambas lançadas cedo demais para serem indicadas nesse ano), esse single nos preparou para o momento Settle e estabeleceu o Disclosure como mais do que apenas um favorito do nicho, e sim uma dupla que alguém tão consagrado como a própria Mary J. Blige pode facilmente topar uma colaboração.
Chances de levar o prêmio: Abram espaço na prateleira dos troféus!

Duke Dumont feat. Jax Jones, "I Got U" [Astralwerks]
Por dois anos consecutivos Duke Dumont foi indicado nesta categoria. Ao mesmo tempo que "I Got U" não conquistou o mundo como "Need U (100%)" fez, a gravação o deixou nas paradas por um ano enquanto um álbum de estreia não era lançado. Um sample da Whitney Houston é arriscado mas compensou com sua indicação e poderia levá-lo até a vitória.
Chances de levar o prêmio: Evoque o espírito de Whitney e o amor dela pelo Grammy pode ser o seu amor pelo Grammy.

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Zhu, "Faded" [Mind Of A Genius/TH3RD BRAIN]
O artista enigmático que atende pelo nome de Zhu, pelo que nos disseram, não estará presente na cerimônia de premiação do Grammy. É uma pena, porque também nos disseram que ser indicado era um sonho do ex-aluno da University of South California. Passar de desconhecido favorito do SoundCloud para concorrente ao Grammy em menos de um ano é realmente um grande avanço. Mesmo que concorrendo com artistas poderosos nessa categoria, para Zhu, só o fato de ser indicado já é uma honra.
Chances de levar o prêmio: É uma honra ser indicado.

MELHOR DISCO DE DANCE/ELETRÔNICA

Há dez anos, o primeiro prêmio dessa categoria foi entregue (para ninguém menos que o Basement Jaxx), hoje conhecida como "melhor disco de dance/eletrônica". Em 2015, no nome original do prêmio, "Best Dance/Electronica Album" a Academia resolveu tirar a letra "a", de "Electronica", reconhecendo, talvez, que faz mais de dez anos que ninguém realmente usa a palavra "electronica". Em contrapartida ao prêmio de melhor gravação, o de melhor disco consagra o trabalho para além das pistas de dança, incluindo música que é simplesmente feita por equipamentos, e, consequentemente, eletrônica.

Aphex Twin, Syro [Warp]
Será que Richard James, o gênio louco por trás das duas décadas de gravações do Aphex Twins, se importa com algo tipo o Grammy? Quem sabe? Mas essa indiferença deve ter pouco impacto em jurados que são espertos o suficiente para saber que Syro é um lançamento que marcou o ano passado - mesmo que eles não tenham ouvido o disco inteiro.
Chances de levar o prêmio: Assim como um grafite de rua, esse é um vencedor!

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Deadmau5, while (1<2) [Astralwerks]
Essa é a terceira vez que Deadmau5 foi indicado nessa categoria e diferente das duas últimas indicações, ele não está competindo com Skrillex. O único problema é, while (1<2) não é visto como o melhor disco de sua carreira. Se a Academia discorda, é em respeito ao seu trabalho como um todo, e isso é algo difícil de argumentar.
Chances de levar o prêmio: Esfregue a pata do seu coelho da sorte, Joel, isso pode funcionar!

Little Dragon, Nabuma Rubberband [Loma Vista/Republic]
Co-produzido por Robin Hannibal do Quadron and Rhye, o quarto álbum do Little Dragon poderia ser empurrado para a prateleira do pop ou alternativo, mas é definitivamente um disco de eletrônica que merece reconhecimento. Em turnê na Austrália, caso a banda leve o gramofone de ouro não estará presente à premiação. Ainda assim, com certeza, é uma honra estar concorrendo ao lado de candidatos tão respeitados.
Chances de levar o prêmio: Um bom disco é um prêmio que ninguém pode tirar de você.

Röyksopp & Robyn, Do It Again [Cherrytree/Interscope]
Com apenas cinco faixas, o lançamento mais amado de 2014 da super-banda escandinava por pouco não pôde ser considerado "disco". Anteriormente, Robyn foi indicada para essa categoria duas vezes. Uma com o retorno do seu auto-entitulado álbum em 2009, e outra pelo extenso Body Talk Pt. 3 em 2012. Sua credibilidade só é impelida por seus colegas do Röyksopp, mas mesmo juntos, eles tem grandes chances de alcançar a vitória com um EP que essencialmente foi apenas uma desculpa para sairem juntos em turnê.
Chances de levar o prêmio: Ganhando ou perdendo, uma vez que aconteceu, apenas faça de novo.

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Mat Zo, Damage Control [Anjunabeats/Astralwerks]
Lançado no final de 2013, o LP de estreia do Mat Zo poderia ter passado longe das indicações, mas graças à sua qualidade (e ao seu poderoso selo), Damage Control teve uma segunda chance. Ainda assim, o artista progressista não venceu nessa categoria que tipicamente favorece os lançamentos mais voltados ao pop e não tem cara de que vai mudar sua conduta. A indicação é uma vitória por si só, Mat Zo!
Chances de levar o prêmio: É uma honra ser indicado.

MELHOR FAIXA REMIXADA

Ainda que esse prêmio tenha sido dado a um DJ ou produtor todo ano desde sua introdução em 1998 (quando Frankie Knuckles levou o Grammy para casa que na época era chamado de "Remixador do Ano"), essa não é uma premiação à música e sim à técnica. Isso explica os poucos desconhecidos na mixagem - não exatamente Al Walsers, mas o mesmo tipo que levanta a sobrancelha, especialmente quando em meio a astros como Tiësto e Kaskade e hits da rádio como "Pompeii" e "Waves".

Eddie Amador, "The Rising" (Five Knives) [Red Bull Records]
Se você não é familiarizado com o Eddie Amador, você é um Zé ninguém. Enquanto o produtor de house radicado em Los Angeles tem trabalhado consistentemente desde os anos 90, ele sempre se manteve nos bastidores da cenas remixando artistas do pop e ficando no estúdio por horas a fio. A pegada glam rock do Five Knives não é exatamente global, mas não se pode subestimar o poder de uma gravadora como a Red Bull.
Chances de levar o prêmio: Coisas estranhas aconteceram.

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Audien, "Pompeii" (Bastille) [Virgin]
2014 foi um ano bom para Audien. O cara terminou com um contrato com a gravadora Astralwerks e essa indicação ao Grammy. Infelizmente para ele, rolou uma fadiga em relação ao Bastille, o que significa que esse remix que a princípio seria excepcional pode não receber a devida atenção no Grammy. Se serve de consolação, é possível estar em posições muito piores.
Chances de levar o prêmio: É uma honra ser indicado.

Kaskade, "Smile" (Galantis) [Big Beat/Atlantic]
Com quatro indicações em três anos, Kaskade se tornou um clássico do Grammy - e com um lançamento previsto para 2015 pela Warner Brothers, ele provavelmente estará presente na maior noite da música em 2016 também. Porém, seria desonesto lidar com esse remix de "Smile" como se tivesse tido tanto impacto quanto o original, e essa indicação serve como um lembrete que a dupla Galantis foi solenemente ignorada nas outras categorias. Se o Kaskade de fato ganhar, é porque fez por merecer… só não é muito provável que ele leve o gramofone de ouro.
Chances de levar o prêmio: Ninguém deve colocá-lo diante dele.

MING, "Falling Out" (Crossfingers featuring Danny Losito) [Big Alliance]
O produtor de drum and bass nova iorquino Aaron Albano, também conhecido como MING, fez sua carreira criando trilhas sonoras para filme e televisão enquanto também fazia remixes para vários artistas desde Craig David até Kaskade (alguns oficiais, outros não tão oficiais assim). Crossfingers é uma dupla desconhecida de DJs/produtores que chegou ao topo graças a essa indicação. Por isso damos boas vindas a vocês à indústria musical!
Chances de levar o prêmio: Não se exalte demais.

Robin Schulz, "Waves" (Mr. Probz) [RCA/Ultra/Sony]
Graças a Robin Schulz, o cantor de downtempo Mr. Probz tem servido como um motor propulsor. Tanto que agora, esse remix está pairando nas playlists "Top 40" das rádios e gerando um interesse inesperado pelo o novo single do Schulz, "Prayer In C". Embora ambos os artistas sejam europeus e continuem não-classificados pelas entidades americanas, a história de sucesso de dois artistas provenientes de dois gêneros diferentes é o tipo de merda que os jurados do Grammy adoram. Se tem um queridinho que pode desbancar o Tiësto, é o Schulz.
Chances de levar o prêmio: Essas tais "ondas" estão preparadas para a tempestade perfeita?

Tiësto, "All of Me" (John Legend) [Columbia]
Dizer que este é o ano do Tiësto é também concluir que o DJ/ícone tem sido ignorado pela academia nos últimos anos. Sua única indicação ao Grammy foi em 2008, por seu disco Elements of Life (ele perdeu para o The Chemical Brothers). Mas vai ser difícil de barrar o impacto de "All of Me". O remix da gravação de John Legend levou o que poderia não passar de uma baladinha descartadável até a rádio pop, aos palcos principais dos festivais e às formaturas de Ensino Médio nos Estados Unidos e no mundo. Com todo respeito aos outros indicados, se o "Tië" não levar o troféu para casa no domingo a noite, ele foi roubado.
Chances de levar o prêmio: Comecem a estourar as garrafas agora!

A 57ª edição do Grammy vai ao ar no domingo, dia 8 de fevereiro. No Brasil, a premiação será transmitida pelo canal a cabo TNT a partir das 23h, horário de Brasília.

Zel McCarthy estará fazendo a cobertura do evento ao vivo de Los Angeles no Twitter

Tradução: Stefania Cannone