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Música

Discos: Cochaise

Estes lisboetas não enganam.

Já Te Digo Qualquer Coisa

Edição de Autor

De quatro canções apenas se faz um magnífico EP.  Do progresso dos Cochaise, desde o longínquo Mini Homónimo de 2011, passando pelo longa-duração do ano passado, e chegando a este novíssimo

Já Te Digo Qualquer Coisa

é impossível não reparar que, embora a base permaneça inalterada — falamos das óptimas guitarras a embelezar as vozes suaves que sempre conduziram as suas canções — existiu uma crescente atenção em tornar as melodias mais subtis. Podemos encontrar pequenas nuances e cuidados para tornar tudo muito mais gratificante para quem, como nós, dá por si a escutar uma e outra vez as canções, só para ouvir com nova atenção aquela voz arrastada ou aquele riff de guitarra escondido.

Estes lisboetas não enganam e

Já Te Digo Qualquer Coisa

continua a levá-los por óptimos caminhos. "Mais Valia" abre o EP numa combinação repleta de riffs de guitarra relaxantes, uma poderosa linha de baixo e uma voz que nos quer embalar. De seguida, "Não Me Levam a Maria" assume-se com o malhão de rock para partir tudo, nem que fosse pelo baixo carregado de distorção que o comanda ao longo dos seus escassos dois minutos e quarenta. Diria que é a melhor do disco, mas das quatro ou cinco vezes que o ouvi acabei por ir alterando esta escolha, por isso o melhor é ignorar esta frase. "'Tás Tão Enganado" é uma quase-balada, um misto de indiferença e nostalgia e a terminar, em "'Não Fizeste", escutamos alguns trombones e trompetes entoando murmúrios melancólicos, quase em tom da anunciada despedida que está ali à espreita. É este o principal aspecto negativo deste EP: ser um EP e, como tal, demasiado curto. Deixa-nos em suspenso, e não o merecíamos. O consolo, esse, existe na forma de um bandcamp. Aguardemos o que possa estar para vir. Valerá certamente a pena.