
Continuando nosso resgate de algumas das revistas de sacanagem de antigamente: nos anos 80, a abertura sexual trouxe um boom para as publicações de sacanagem. O público não queria ver somente fotos de lindas mulheres, queriam ver bem mais coisas. Por isso, a maioria dos nossos catecismos abandonaram o softcore para ingressar no hardcore.
Reuni aqui alguns títulos do período que merecem ser lembrados.
CINEMA EM CLOSE UP

Espécie de veículo oficial da Boca do Lixo, esta revista publicava entrevistas e matérias sobre a pornochanchada paulista. Os fãs aguardavam os posters e ensaios com as atrizes. Editada por Minami Keizi (1945-2009), introdutor do mangá no Brasil, Cinema durou exatos dezoito números.

CLOSE

Interessante publicação que mesclava erotismo com humor. As entrevistas eram com personalidades como o sambista Cartola, o cantor Juca Chaves e a atriz Wilza Carla. Ela chegou a declarar: “Tive dez homens num único dia”. Close se definia como a “a revista da grande abertura”, como pode ser visto nessa propaganda:

CLUB

Título que apostava em ensaios estrangeiros e matérias ousadas sobre comportamento sexual. Durante algum tempo, Club chegou a ter um público cativo. Depois, acabou mudando de nome e não teve uma vendagem expressiva.
FÓRUM ÍNTIMO

Revista cujo conteúdo se baseava nas experiências sexuais de seus leitores. Como seu público era muito específico, Fórum nunca decolou. Mesmo assim, a publicação teve seus anos dourados.
HOMEM MACHO

Título especial da Homem que circulou nas bancas durante um período expressivo. A publicação trazia ensaios de modelos internacionais, contos eróticos e novidades sobre as estrelas do cinema pornô. Um dos números trazia uma interessante pergunta para as musas dessas produções:

INTERNACIONAL

Pioneira publicação do hardcore brasileiro, Internacional marcou época. Baseada na Hustler norte-americana, seu conteúdo não se restringia aos ensaios eróticos. Pela primeira vez, assuntos como bissexualidade, hermafrodismo, homossexualidade e sadomasoquismo eram discutidos. Sua tiragem chegou aos 150 mil exemplares. Alguns anos depois, a revista passou a se chamar Big Man Internacional.


MARIA ERÓTICA

Gibi erótico de bastante sucesso comercial, continha histórias picantes da personagem título. A revistinha foi lançada inicialmente pela Edrel e depois passou a ser editada pela Grafipar.
MINI FIESTA

Versão mais barata da Fiesta, esta revistinha tinha público certo durante o período da abertura sexual. As edições traziam fotos de garotas gringas e poucas matérias.
PETECA

Pode parecer piada. Mas uma geração inteira de brasileiros foram formados por esta revistinha. Espécie de consultório sexual, Peteca trazia garotas seminuas, notícias e humor. Primeira publicação masculina nacional editada fora do eixo Rio-São Paulo, este título era feito pela Grafipar, editora curitibana. O slogan da publicação (“Peteca. Segure. Não deixe cair”) e as hilárias seções (Sexyhoróscopo e Sexyterapia) caíram no gosto popular.
SEMANÁRIO

Esta revista não era de conteúdo exclusivamente erótico. Mas trazia ensaios com modelos nuas. Na realidade, Semanário pode ser encarada como uma mistura do Notícias Populares com a revista Amiga. Esta publicação trazia notícias, entrevistas e fofocas sobre as celebridades. Famosas como Enoli Lara, Gretchen, Lilian Ramos, Luciana Sargentelli e Raquel (tida como a “a maior rival da Roberta Close”) pousaram para Semanário.
IMAGENS: REPRODUÇÃO DE ACERVO PESSOAL