A Fotografia de Rua É Cruel

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A Fotografia de Rua É Cruel

Gustavo Gomes é um fotógrafo de rua que engole seu café às sete e sai pela cidade para buscar a foto. Mas, como ele mesmo diz, se sai 15 segundos mais cedo ou 15 segundos mais tarde, pode já ter perdido o instante.

Gustavo Gomes é um fotógrafo de rua que engole seu café às sete e sai pela cidade para buscar a foto. Mas, como ele mesmo diz, se sai 15 segundos mais cedo ou 15 segundos mais tarde, pode já ter perdido o instante. Esse é o jogo.

“A prática de fotografia de rua é muitas vezes cruel: raramente há uma segunda chance.”

O cara começou a fotografar em 2000 na faculdade de jornalismo. “É fotografia de amador”, diz, como quem vai arejar a cabeça procurando por cenas nas ruas, “é por diversão, fazer fotos que me agradam, vagabundear um pouco”. Mas aí, as fotos do Gustavo encontram a luz e a cena se firma. “Intuição, sorte, antecipação” é a tríade de seu trabalho.

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Ele traça um caminho na cabeça e se deixa desviar por uma situação, uma luz, um fundo. É o som ao redor; ele nunca pede permissão, é rápido e instantâneo. As cenas que ele busca são corriqueiras – um cara acendendo um cigarro, uma padaria cristã. Luz e ação congelam transeuntes eternos na cidade de São Paulo.

Suas influências são os clássicos William Eggleston, Alex Webb, Gueorgui Pinkhassov e o brasileiro Carlos Moreira. Também gosta dos caras dos coletivos SelvaSP e Street-Photographers, dos quais participa.

“Eu visualizo um espaço… Às vezes, não acontece nada.”

Aqui, vemos quando acontece.