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Pelo menos 80 mortos em Nice após caminhão atropelar uma multidão num ataque terrorista

Um motorista avançou contra milhares de pessoas reunidas na orla da cidade francesa, que assistiam a queima de fogo do Dia da Bastilha.
Um ferido é visto no chão depois do ataque terrorista em Nice, França, quando um caminhão atropelou a multidão que comemorava o Dia da Bastilha em 14 de julho de 2016. Foto por Eric Gaillard/Reuters.

Matéria original da_ VICE News_.

Nessa quinta-feira (14), pelo menos 80 pessoas morreram depois que um caminhão atropelou uma multidão reunida na cidade francesa de Nice para assistir a queima de fogos do dia 14 de julho, Dia da Bastilha, um feriado nacional francês. A unidade contraterrorista da promotoria de Paris está investigando, o que significa que as autoridades têm indícios suficientes para considerar esse um ataque terrorista. O presidente François Hollande disse que o ato foi "inegavelmente" terrorismo.

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O presidente da região de Provença, Christian Estrosi, disse que o ataque foi "sem dúvida a pior tragédia da história da cidade". Falando na BFM TV francesa, ele disse que o caminhão era dirigido por um indivíduo aparentemente de maneira premeditada, e que o homem também atirava nas pessoas, segundo os oficiais da polícia que o "neutralizaram".

O ataque, que ainda não foi assumido por nenhum grupo terrorista, ocorreu na avenida à beira mar Promenade des Anglais às 10h30, horário local. O ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, descreveu o motorista como um "terrorista" e disse que o país está "em guerra". Ele também disse que o total de mortes foi 80, com 18 pessoas gravemente feridas.

A BFM TV citou fontes da polícia dizendo que a carteira de identidade de um indivíduo de 31 anos de origem tunisiana foi encontrado no caminhão. O homem era conhecido pela polícia por crimes menores, disse a emissora iTELE, mas não tinha ligações com extremistas. O vice-prefeito de Nice disse a BFM TV que ele foi baleado e morto pela polícia; o Ministério do Interior confirmou que o homem foi "neutralizado" e disse que ainda está sendo verificado se ele agiu sozinho.

Estrosi também disse que armas e granadas foram encontradas dentro do caminhão.

Filmagens fortes circulando nas redes sociais mostram corpos caídos na estrada, muitos cobertos de sangue e com membros torcidos.

A cidade de Nice alertou as pessoas em sua conta no Twitter para ficar em casa, usar a hashtag #PortesOuvertesNice (Portas abertas Nice) para encontrar abrigo e usar o Facebook para se marcarem como a salvo:

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Restez chez vous. Vous pouvez utiliser — Ville de Nice (@VilledeNice)14 de julho de 2016

Um usuário do Twitter postou um vídeo com a legenda "Estou em Nice, a multidão está se movimentando mas não sabemos por quê", mostrando pessoas correndo em pânico.

jss dans nice y'a des mouvements de foule de mutant on sait pas pk — yannick (@yvnnick)14 de julho de 2016

O diário local Nice Matin postou no Twitter uma imagem do caminhão depois do ataque, dizendo que ele foi crivado por balas.

Le camion criblé de balles — Nice-Matin (@Nice_Matin)14 de julho de 2016

A França já foi atacada duas vezes ano passado por extremistas muçulmanos, que mataram quase 150 pessoas em ataques ao redor de Paris em novembro e janeiro.

As autoridades francesas indicaram essa semana que o mentor dos ataques de novembro pode ainda estar foragido.

O presidente François Hollande falou com a nação um pouco depois das 3 da manhã na sexta, dizendo que "o horror atingiu a França de novo".

Ele fez uma ligação direta entre o ataque em Nice e os ataques terroristas em Paris em 2015. "Depois de Paris, no mês de janeiro, depois no mês de novembro, com Saint-Denis, agora Nice também foi atingida", ele disse. "É a França como um todo que está sob ameaça do terrorismo islâmico."

Hollande confirmou que 77 pessoas morreram no ataque, incluindo várias crianças, e que 20 pessoas ainda estão na UTI. O presidente disse que o incidente foi "inegavelmente" um ataque terrorista, e que os investigadores ainda estão tentando descobrir se o motorista tinha cúmplices.

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Ele anunciou sua decisão de estender o estado de emergência — que, antes do ataque, deveria expirar em 26 de julho — por mais três meses. O presidente disse que vai submeter uma legislação ao parlamento para esse efeito.

Ele também disse que as 10 mil tropas mobilizadas como parte da Operação Sentinela continuarão em ação pelo país. "Reservas operacionais" serão mobilizadas como apoio, e serão usadas "sempre que necessário", incluindo nas fronteiras.

O presidente disse que nada vai enfraquecer a resolução do país de lutar contra o terrorismo, e reiterou seu plano de aumentar ações militares na Síria e Iraque. A França, ele disse, vai "continuar a atacar aqueles que nos atacam".

Hollande disse que ele e o primeiro-ministro Manuel Valls devem viajar para Nice na sexta, para dar seu apoio à cidade e seus oficiais eleitos.

O Conselho Francês da Fé Muçulmana (CFCM) divulgou uma declaração sobre o ataque, dizendo que a França "mais uma vez foi vítima de um ataque extremamente sério". O conselho descreveu o ataque como "hediondo e desprezível" e pediu aos muçulmanos que rezem pelas vítimas de sexta.

O presidente Barack Obama expressou solidariedade aos franceses depois do que "pareceu um terrível ataque terrorista":

.— The White House (@WhiteHouse)14 de julho de 2016

Tradução do inglês por Marina Schnoor

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