Falsificar arte está mais fácil que nunca, e é um ótimo jeito de lavar dinheiro
Foto por Tuhsayoh; assistente de fotografia Jacqueline Lin; conceito por Elizabeth Renstrom.
Crime

Falsificar arte está mais fácil que nunca, e é um ótimo jeito de lavar dinheiro

Mais e mais ricos estão comprando arte e guardando em lugares estranhos. Segundo famosos golpistas, essas obras não estão nem perto de serem legítimas.
MS
Traduzido por Marina Schnoor

John Myatt sentia que sua vida estava em queda livre.

Era o meio dos anos 1980 e aos 41 anos, seu trabalho nunca estourou – ou deu lucro – na cena das galerias de Londres. A esposa o deixou, e ele estava com dificuldade para sustentar dois filhos pequenos.

Então ele começou a forjar pinturas.

Fazendo uma parceria com o comerciante de arte John Drewe, a dupla vendeu mais de 200 obras fraudulentas de arte por milhões de libras, ludibriando alguns dos colecionadores de maior prestígio do mundo, galerias importantes, casas de leilão e grande instituições como a Galeria Tate de Londres.

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Foi um dos maiores escândalos da arte de todos os tempos. Myatt passou incontáveis horas fazendo obras “novas” incrivelmente detalhadas ao estilo de Marc Chagall, Le Corbusier, Alberto Giacometti, Matisse e Graham Sutherland, entre outros. Ele geralmente comprava tintas, pincéis e telas dos períodos dos artistas em mercados de pulgas, além estudar obsessivamente as técnicas deles.

Ele reconhece suas habilidades como falsificador, mas diz que boa parte do golpe era “manipular a máquina de publicidade ou apenas estar no lugar certo na hora certa” para fazer a venda; promover histórias falsas sobre a criação da imagem e como ela se encaixava no corpo de trabalho do artista, e explicar como a obra trocou de mãos com o tempo.

Myatt, que cumpriu pena por seus crimes e agora vive e trabalha como pintor no Reino Unido, está entre um punhado de falsificadores que dizem que o próprio ambientes onde seus crimes do passado prosperaram, em muitos sentidos, continua fértil hoje. Com os preços de arte atingindo picos estratosféricos e com o impulso da era Trump de regular cada vez menos, o mundo da arte ainda é um paraíso pouco explorado para atividade ilícita que, muitas vezes, literalmente, está bem no nariz das pessoas

“Acho que hoje em dia é tão fácil quanto antes”, Myatt disse sobre falsificar arte numa entrevista por telefone.

John Myatt in his studio

John Myatt em seu estúdio em Londres | Foto por Wendy Huynh

O que muitas vezes é descartado como um crime quase sem vítimas tipo Thomas Crown, a Arte do Crime (o estrelado por Pierce Brosnam e Rene Russo, não aquele com Steve McQueen e Faye Dunaway) pode ter riscos muito mais altos. Falsificação de arte pode fazer pensar em ricaços agarrando suas pérolas com o queixo caído diante de um Picasso falso, mas o crime muitas vezes também é ligado a lavagem de dinheiro, evasão fiscal e tráfico de drogas. Crime de arte é o comércio criminal que mais dá lucro no mundo nos últimos 40 anos, segundo o Departamento de Justiça dos EUA e a UNESCO, atrás apenas de drogas e armas. Thomas Hoving, ex-diretor do Metropolitan Museum of Art, uma vez estimou que 40% das obras de arte em circulação eram falsas.

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O que alimenta o interesse criminal é a quantidade de dinheiro sendo injetado no mundo da arte desde o auge das falsificações de Myatt. De certa maneira, isso espelha as pilhas de dinheiro da indústria imobiliária de Manhattan ou Londres – fundos relativamente concentrados em poucas mãos sendo gastos em poucos lugares.

Críticos dizem que há pouco incentivo para pegar criminosos que, em alguns casos, as supostas vítimas podem se beneficiar de participar no golpe. (Outros estão tão desesperados para entrar no mercado das artes que fazem enormes dívidas pra isso.)

O mercado global de arte em 2018 rendeu cerca de $67,4 bilhões, segundo um relatório do Art Basel e UBS, um aumento de $39,5 bilhões da recessão dos anos 2009. Enquanto os super-ricos procuram mais lugares para estacionar seu dinheiro enquanto diversificam seus negócios, gestores financeiros e comerciantes de arte receberam bem os novos dólares, com alguns indo tão longe a ponto de lançar fundos de cobertura (com taxas pesadas) para juntar dinheiro para comprar arte.

Isso pode ter feito fortunas para alguns, mas não é necessariamente uma motivação para pegar criminosos de arte. No geral, arte – seja real ou falsa – está sendo usada para movimentar dinheiro mais do que nunca, sugerem ex-falsificadores, agentes da lei e especialistas. E ironicamente, os falsificadores estão entre os que mais falam sobre isso.

“Foi um erro meu e era hora de passar para coisas boas”, disse Myatt. “De encarar as consequências.”

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“Estou tentando fazer algo bom com algo mau.”

Quando o bilionário russo e ávido colecionador de arte Dmitry Rybolovlev se divorciou da esposa, Elena, em 2008, as obras que antes decoravam orgulhosamente as paredes de casas de leilão e chegaram até a coleção dele agora eram um passivo financeiro. Então Rybolovlev criou um esquema elaborado para estacionar sua coleção de arte numa entidade num paraíso fiscal, segundo o Panama Papers.

Despachar as obras não foi tarefa fácil, já que durante seu casamento de 23 anos, Rybolovlev, que a Forbes ranqueou como a 224ª pessoa mais rica do mundo, tinha juntado uma coleção impressionante com obras de Picasso, van Gogh, Monet, da Vinci e Modigliani, entre outros. Mas enquanto o casamento afundava, Rybolovlev passou a arte para uma empresa de fachada criada pela notória e agora fechada firma Mossack Fonseca nas Ilhas Virgens Britânicas. Isso tirou a coleção da Suíça, parte de uma tentativa de escondê-la da esposa e do tribunal de divórcio lá. (Rybolovlev está envolvido em mais litígio com seu vendedor de arte.)

Enquanto não há evidência de que Rybolovlev estava lidando com obras falsas, esse é apenas um dos muitos escândalos recentes envolvendo estratégias secretas no mundo da arte, e de seu papel em movimentar dinheiro numa época em que oligarcas de todo mundo passam por cada vez mais escrutínio. Em maio passado, a comerciante de arte titã Mary Boone foi condenada por evasão fiscal em sua galeria, pegando 30 meses de prisão – uma raridade na indústria que frequentemente vê grandes somas trocando de mãos. Arte tem um papel recorrente no uso de companhias de fachada em paraísos fiscais, como o Panama Papers mostrou, incluindo alegações de que os verdadeiros compradores e vendedores de grandes obras muitas vezes são ocultados.

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John Myatt studio ephemera

O estúdio de John Myatt | Foto por Wendy Huynh

O mesmo vale para a saga ainda se desenrolando de Jeffrey Epstein. Enquanto especulações se amontoavam sobre a real riqueza de Epstein nos dias antes de sua morte, também surgiram questões sobre seus bens de arte e como eles se encaixavam em seus supostos crimes. Entre sua coleção de arte estavam “Parsing Bill”, uma pintura de Bill Clinton num vestido azul; um retrato do próprio Epstein numa cena fotorrealista numa prisão; e uma pintura de uma mulher nua. Não está claro qual o valor de mercado das obras, mas Epstein “se divertia tendo em casa arte falsa que parecia real”, disse o amigo de longa data e comerciante de arte Stuart Pivar para a Mother Jones.

Uma razão para obras falsas proliferarem é simples: é relativamente fácil falsificar uma pintura. E se for percebida como precisa, ela pode ser vendida como um ativo e – em alguns casos – ser comprada e vendida com poucas ou sem perguntas serem feitas.

Especialmente se a arte está passando entre mãos que são confiáveis. Das fraudes de autenticidade de arte investigadas pelo FBI nas últimas três décadas, cerca de 87% foram perpetradas pelos “insiders” do mundo da arte, tipo um de esquema Ponzi via telas. Entre os casos mais notáveis está a queda da Knoedler Gallery, um empreendimento que fechou as portas depois de 165 anos em 2011 entre alegações de que ela tinha vendido obras falsas de Mark Rothko, Jackson Pollock, Robert Motherwell e outros, geralmente com pouca diligência.

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“É realmente chocante”, disse Peter R. Stern, um advogado especializado em arte, sobre o escândalo da Knoedler. Em sua linha de trabalho, Stern representa galerias, artistas e colecionadores em questões como lidar com grandes transações, ajuda com planejamento de heranças e conflitos sobre autenticidade e propriedade de obras de arte. “O comportamento era horrível, mas também acho que os compradores não faziam sua lição de casa.”

Myatt's studio once again

Foto por Wendy Huynh

Entre as tarefas óbvias, segundo Stern, está rastrear a proveniência de uma obra, a trilha de documentos mostrando como ela mudou de mãos desde sua criação. Hoje, a internet facilitou mais que nunca descobrir mais sobre as origens de uma obra, mas também ficou mais fácil para falsificadores habilidosos criarem arte falsa e documentos para ela.

“A internet abriu novos mercados”, disse Tim Carpenter, agente especial de supervisão do FBI que gerencia a Equipe de Crimes de Arte da Bureau, numa entrevista. “Dia sim, dia não, não são só pessoas comprando grandes obras. O dinheiro no meio da transação, passar essas obras falsas como reais. Antes dos mercados online e redes sociais tomarem o controle, você tinha galerias e intermediário fazendo a diligência. Agora, não há mais intermediário. Você tem um acesso mais livre a arte ruim.”

Depois de décadas de casos de crimes de arte sendo abordados com base ad-hoc, o grupo de Carpenter foi formalizado dentro do FBI em 2004. Além de lidar com os casos, a unidade conduz treinamentos para lidar com arte e artefatos culturais. Carpenter diz que o FBI não divulga dados sobre o número de caso que eles investigam, mas acrescentou que “estamos sempre muito ocupados”.

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Arte de alto escalão pode ser difícil de movimentar, mas criminosos querendo fazer dinheiro rápido com vendas mais humildes chamam menos atenção. Enquanto os preços das obras famosas sobe, o valor das obras de meio termo também. “Temos muitas preocupações com a explosão de valores no mercado da arte nesses últimos dez anos”, disse Carpenter. “Há muito risco e ameaça nisso para nós.”

Numa tarde de julho em Jersey City, o falsificador condenado Alfredo Martinez podia ser encontrado recontando as queixas de que ele se safou falsificando obras de Jean-Michel Basquiat quase 20 anos atrás.

Sentado em sua escrivaninha de camiseta e calça de moletom pretas, com seu longo cabelo encaracolado escuro bagunçado, Martinez, 52 anos, olhava para uma tela de computador, clicando por imagens dos seus “Basquiats”. Ele discutiu sua técnica de colagem com óleo e disse que usava chá para criar o efeito de papel envelhecido. Furadeiras, pincéis e papel estavam espalhados pelo estúdio de teto alto na MANA Contemporary, um coworking para artistas.

Alfredo Martinez in studio

Alfredo Martinez in his New Jersey lair | Photo by Tuhsayoh

Nos últimos meses, a recuperação de uma amputação de cinco dedos do pé direito depois de um acidente relacionado com arte deixou Martinez mais próximo da tela do computador que de seu cavalete, ele disse. Mas isso não diminuiu o entusiasmo dele por fazer curadoria para exposições de jovens artistas (“Gosto da garotada”), discutir seu tempo na prisão (“parecia Oz, mas a coisa estava mais pra Seinfeld”), ou compartilhar anedotas de ter sido um “punk de rua” na cena da arte de Nova York durante o auge de Basquiat (“Eu o conheceria melhor se fosse uma loira peituda”).

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O FBI recebeu uma dica quando Martinez tentou vender uma obra de “Basquiat” de $185 mil, com certificados de autenticidade forjados e tudo mais, para dois comerciantes em Manhattan. Se a obra fosse real, ela valeria milhões hoje. Mas Martinez só conseguiu uma pena de 21 meses numa prisão federal e um sabor peculiar de infâmia no mundo da arte quando saiu em 2006. (Ele disse que foi atraído pela falsificação por causa “do dinheiro. E porque eu era preguiçoso”.)

Martinez fala das casas de leilão hoje como “teatro Kabuki” e tem uma “abordagem sarcástica” para o establishment da arte, mesmo continuando a participar desse mundo. Antes, e agora, comerciantes da arte são loucos pra tirar dinheiro dos ricos, muitos deles sem realizar ampla diligência, ele disse.

“Duh”, disse Martinez, acrescentando, “Você está literalmente imprimindo dinheiro”.

Alfredo Martinez in studio again

Foto por Tuhsayoh

O estado atual das coisas é tão relaxado que 73% dos gestores de investimento, 74% dos profissionais de arte e 64% dos colecionadores dizem que o mercado da arte “precisa se modernizar com as práticas de negócio para atender os padrões esperados de um mercado transparente, confiável e desenvolvido”, segundo um relatório de 2017 da Deloitte e Art Basel. Eles também descobriram que 83% dos gestores de investimento “veem problemas de autenticidade, proveniência e atribuição como os grandes riscos do mercado de arte” e 65% “sentem que lavagem de dinheiro é uma ameaça séria para a credibilidade do mercado de arte”.

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Este ano, a House Financial Services Committee introduziu uma legislação para evitar lavagem de dinheiro, que propõe incluir “comerciantes de arte e antiquários” entre as instituições que devem ser monitoradas. Nos últimos anos, a União Europeia também aprovou leis similares. Entre a polêmica regulatória estão os freeports, ou galpões onde obras de arte podem ficar guardadas por anos. Eles existem em lugares como a Suíça e desfrutam de benefícios de impostos generosos, já que tecnicamente estão armazenando obras consideradas em trânsito.

“Certos preços no mercado estão saindo do controle”, disse David Drake, fundador e presidente da LDJ Capital, um escritório multifamiliar que inclui consultoria de arte como parte de seus serviços. A empresa de Drake não conduz pesquisa de proveniência para clientes, em vez disso lidar com seguros e financiamento depois da compra.

A nata do mundo da arte aparentemente está tentando se distanciar das entranhas criminosas da indústria, buscando aumentar a confiança dos compradores.

Muitos catálogos de artistas, incluindo Basquiat e Andy Warhol, se recusam a admitir novas obras, preocupados em dar seu selo de aprovação para obras que não são autênticas (enquanto também desfrutam do controle de oferta e procura do mercado). Casas de leilão têm tentado lutar contra golpes fortalecendo seus esforços forenses, como a Sotheby's adquirindo a firma forense de arte Orion em 2016. Um porta-voz da Sotheby's não respondeu nossos pedidos de comentários.

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Mas apenas uma fração dessa arte que é vendida passar por diligência realmente robusta. E muitas obras sendo falsificadas são relativamente modernas, fazendo tarefas como datação de tintas e telas algo sujeito a debate.

Alguns falsificadores, geralmente como parte de acordos judiciais, acabam virando informantes. Aposentado depois de duas décadas na Bureau, Robert Wittman, o agente do FBI que investigou o caso de Martinez numa operação disfarçado, comanda uma empresa de recuperação e consultoria da arte na Filadélfia. Ele estima que 75% do mercado ilegal de arte – ou seja, arte envolvida em lavagem de dinheiro ou ligada a um crime de outro tipo – é falsa.

Mesmo assim, as pessoas continuam comprando.

“A fraude seguiu o mundo da arte por causa do aumento nos valores”, disse Wittman. “Ladrões de banco vão pra lá porque é onde o dinheiro está. É a mesma coisa com o mercado de arte. O valor crescente de obras de arte desde 1970, os preços estão no tento. E com pinturas sendo vendidas por $200 milhões, os criminosos viram isso e decidiram se envolver.”

Ironicamente, alguns no mundo da arte imaginam se a prisão de Martinez não trouxe ainda mais atenção para o trabalho de Basquiat; que sua habilidade de forjar e vender pinturas destacou a demanda pelo artista, que morreu aos 27 anos em 1988. (Em 2017, “Untitled”, uma obra de 1982 de Basquiat, foi vendida por US$ 110,5 milhões, na época a maior soma paga em um leilão por uma obra de arte produzida nos EUA.)

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Essa é mais uma razão para Martinez ser cínico com burburinho financeiro sobre o mundo da arte hoje. Ele apontou que no final das contas, não foi a qualidade de suas obras falsas que o colocou na cadeia, mas uma briga com um dono de galeria que ele diz que não pagou o que devia. Aquele dono, acrescentou Martinez, deu a dica para as autoridades. (O agente do FBI que pegou Martinez tem uma lembrança diferente do que aconteceu. Segundo Wittman, o comprador notou erros nos certificados forjados. “Pessoas que fazem esses certificados falsos geralmente não cometem erros assim”, disse Wittman.)

Hoje, Wittman e Martinez ainda estão em contato, desta vez como amigos.

Alfredo Martinez has a complicated relationship with Basquiat

Alfredo Martinez tem um relacionamento complicado com as obras de Basquiat. Foto da esquerda cortesia de Alfredo. Foto da direita: Jean-Michel Basquiat’s “Undiscovered Genius” © Jean-Michel Basquiat 1983

“Quando trabalha disfarçado, você cria um relacionamento com alguém, e confiança. É fazer amizade, não trair”, acrescentou Wittman. “Alfredo liga pra mim e estou feliz por ele. Ele entrou no caminho errado, mas agora parece estar indo bem.”

Hoje em dia, Martinez vende seus próprios trabalho – criações originais e réplicas rotuladas de Basquiats – principalmente por seu site e Instagram, quase sem usar agentes e galerias. Ele diz que está começando a ver as coisas de maneira diferente agora que seu próprio trabalho original está ganhando atenção, incluindo uma pintura de uma arma que agora é parte da coleção permanente do MOMA.

Movendo cuidadosamente seu pé machucado, ele cruzou seu estúdio até uma mesa onde havia uma série de desenhos: figuras de pessoas, escorpiões. Ele disse que eram reproduções de coisas que ele tinha feito e perdeu, tomadas pelas autoridades da prisão ou simplesmente porque acabaram nas mãos de algum comerciante de arte com quem ele perdeu contato.

“Acho que estou falsificando a mim mesmo agora”, ele disse.

Correção 17/12/2019: Uma versão anterior desta história sugeria falsificação de arte em particular, em vez de crime de arte em geral, foi o terceiro comércio criminal de maior bilheteria no mundo, de acordo com o DOJ dos EUA e a UNESCO. Lamentamos o erro.

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