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A camgirl Kiara, do CameraHot. Foto: divulgação
Sexo

As camgirls brasileiras estão enchendo o bolso na quarentena

A punheta não para.

A situação do Brasil e do mundo não tá nada favorável, mas a conta corrente de boa parte das camgirls brasileiras tem engordando com a quarentena. O CameraHot, um dos principais portais nacionais de modelos que se exibem para a câmera, teve um aumento de 300 mil visitantes se comparado com o mês passado. Por dia, o site recebe mil novos usuários cadastrados, um crescimento de quase 30%. "Se continuarmos assim, vamos bater o recorde para o mês de março", comemorou a jornalista Melissa R. Pitta, porta-voz do CameraHot, que surgiu em 2010. Já o Câmera Privê relata que, nos últimos dias, o aumento foi de 10 a 15% no volume de acessos e novos usuários. A onda é mundial: em muitos países, as assinaturas e acessos de sites com conteúdo pornográfico têm aumentado exponencialmente.

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Bruninha Fitness, 30, é camgirl desde os 18 anos. Para ela, que trabalha com o Câmera Privê, a quarentena tem rendido bem. "Nos últimos dias, meu ganho teve um aumento de 50%. Não posso reclamar. Sou grata por ter esse trabalho, home office. Em meio a tamanho caos acontecendo, ficar sem trabalhar é um problema", disse em entrevista à VICE.

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A camgirl Bruninha Fitness. Foto: Julio César/Divulgação

Ela não conta, exatamente, quanta grana levanta por dia, mas fala que, em média, uma camgirl tira em torno de R$ 250 a R$ 300 diariamente. "Existem meninas que passam uma média de oito horas por dia online e tiram R$ 500, R$700. Então, tanto pra uma menina que tira menos ou mais, os valores dobraram."

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A camgirl Bruninha Fitness. Foto: divulgação

A quantidade de clientes novatos também altera um pouco a dinâmica de trabalho das modelos. Bruninha conta que, quando perguntam "o que ela faz em chat", dá pra sacar que o sujeito não manja muito em como lidar com camgirls. Já os clientes fidelizados costumam ter um comportamento padrão. "Eles perguntam como estamos, conversam sobre coisas do dia a dia. Alguns users novatos são tímidos e não falam muito. Outros acabam chegando de uma forma mais ríspida. Não cumprimentam, então, não têm essa quebra de gelo inicial que, pra nós, é muito importante e relevante", disse.



Não foi só nesse quesito de interação que o coronavírus e a quarentena influenciaram. Melissa, do CameraHot, diz que os usuários têm pedido que as modelos usem fantasias de médica e enfermeira. "Percebemos também camgirls que estão usando a máscara para fazer atendimento, às vezes pra estimular algum fetiche", falou.

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Kiara, 23, é enfermeira e camgirl no CameraHot. Por isso, aproveitou o momento para usar a máscara descartável em seus shows pela webcam. "Resolvi brincar com a fantasia de alguns clientes, mas é legal também que aproveitei pra alertá-los sobre a importância do uso da máscara", relatou à VICE.

O CameraHot tem registrado mais camgirls online e notado, também, que elas estão transmitindo no site por mais tempo. "Até porque muitas tinham outras atividades como faculdade, trabalhos por fora ou academia", explicou. Pra surfar essa onda, a plataforma tem sorteados pacotes de crédito todos os dias para os usuários.

O Câmera Privê também tem intensificado planos de fidelidade, descontos e cashback. "Assim, nesse período de afastamento social, [as pessoas] ainda poderão se conectar com outras pessoas e tornar o dia a dia mais divertido em meio a tanta tensão", relatou a equipe do site em entrevista à VICE.

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A camgirl Violet Abadeer. Foto: divulgação

Outro aumento foi no número de mulheres interessadas a ter um canal nesses portais. O Câmera Privê teve um aumento de 10% nos últimos dias. No mesmo período do ano passado, 10 mulheres se cadastravam diariamente no CameraHot. Hoje, o número de interessadas chega a 20 por dia.

Mas nem todo mundo tem relatado esse aumento na demanda. A camgirl Violet Abadeer, 24, tem sentido o oposto. "Parece que as pessoas estão mais preocupadas e querendo economizar", contou à VICE. Apesar de fazer cerca de 500 dólares por semana no site ManyVids, ela tem recebido muito cliente chorando desconto sob a justificativa de "estar de quarentena". A resposta dela nesses casos? "Nem fodendo, irmãozinho. Isso aqui é serviço de luxo. Paga quem pode." Errada ela não está.

@DeboraLopes

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