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Como Reino Unido e EUA Inadvertidamente Armaram o Estado Islâmico

Um novo documento da Anistia Internacional aponta que “vários fracassos... para estabelecer mecanismos de supervisão durante a ocupação comandada pelos EUA depois de 2003” levaram o EI a construir um arsenal considerável de armas.

Um armeiro curdo segura uma M16A4 de fabricação norte-americana, anteriormente propriedade do Exército Iraquiano e que depois caiu nas mãos do Estado Islâmico. (© Matt Cetti-Roberts via)

"O Reino Unido acabou armando inadvertidamente o EI", aponta um novo relatório da Anistia Internacional. Segundo o documento da Anistia, "transferências irresponsáveis de armas para o Iraque" e "vários fracassos… para estabelecer mecanismos de supervisão durante a ocupação comandada pelos EUA depois de 2003" levaram o Estado Islâmico a construir um arsenal considerável de armas fornecidas por vários países, incluindo Reino Unido, EUA e França, quando os militantes do grupo islâmico saquearam dos estoques militares iraquianos.

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Oliver Sprague, diretor do Programa de Armas da Anistia do Reino Unido, disse: "O fato de que vários países, incluindo o Reino Unido, acabaram inadvertidamente armando o EI deveria fazer com que pausássemos o comércio atual de armas".

O relatório diz ainda que armas e munição usadas pelo EI vêm de 25 países, grande parte disso dos EUA, da Rússia e de antigos países do Bloco Soviético. Algumas dessas armas foram financiadas por permuta direta de petróleo, contratos do Pentágono e doações da OTAN. Os armamentos mais antigos seriam fuzis britânicos Pattern 1914 Enfield.

Patrick Wilcken, pesquisador de controle de armas da Anistia Internacional, apontou que o fato de algumas das armas serem tão antigas mostra "os perigos do acúmulo e da proliferação de armas que resultaram em grandes atrocidades na região cometidas pelo Estado Islâmico e por outros grupos armados".

Depois da invasão do Iraque ao Kuwait em 1990 e dos embargos de armas da ONU, as importações de armamentos deveriam ter caído, porém a invasão liderada pelos EUA em 2003 resultou na volta do fluxo armamentista.

A Anistia pediu que "todos os países adotem embargo completo sobre as forças do governo sírio".

Tradução: Marina Schnoor.

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