Tirana, Albânia, 2014. Vista de Tirana pela janela. Dados do censo revelaram que os albaneses que retornam tendem a ser relativamente jovens e em idade de trabalho.Migrações humanas são um fenômeno antigo que sempre correspondeu a períodos caracterizados por superpopulação, conflitos políticos e crises econômicas. A Europa, em particular, sempre foi cenário de movimentos em massa de populações – encorajados pelos chamados "fatores de repulsão", que são internos, do país de origem, ou pelos "fatores de atração", que são externos e associados aos países de destino.
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Durante os anos 90, com o colapso da Cortina de Ferro, a queda de muitos regimes comunistas no Leste Europeu e o fim da guerra nos Balcãs, a Europa testemunhou uma onda de migração intensa do leste para o oeste e o sul. Na Albânia, a queda do regime Hoxha fez massas de migrantes fugirem para os países próximos da União Europeia, como Itália e Grécia.E, agora que esses países experimentam um derretimento econômico, os albaneses não se sentem mais "atraídos" em direção ao sul.
Por exemplo, a Grécia ainda está sentindo os efeitos da crise econômica, com uma taxa de desemprego de 27,5%. A Albânia, por outro lado, tem feito grandes progressos nas últimas duas décadas para estabelecer uma democracia multipartidária e um mercado econômico crível.Depois da graduação da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA) para o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (IBRD) em 2008, a Albânia tem conseguido manter taxas de crescimento positivas e estabilidade financeira.Então, não é surpresa que muitos albaneses decidam voltar ao país.Talvez ainda seja cedo para se falar em "êxodo contra a corrente"; ainda assim, as consequências sociais e ambientais de uma tendência de migração em massa já são sentidas na Albânia, na Grécia e em países vizinhos.
Tradução: Marina Schnoor