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Tecnologia

​O Futuro da Realidade Aumentada Depende da Simbiose

A relação simbiótica pode dar o salto que tanto esperamos para a realidade aumentada e as tecnologias vestíveis, e a GE está em busca desse futuro.
​O Paulo Gallotti é um dos responsáveis pelo uso da realidade aumentada na GE. Crédito: Felipe Larozza/VICE

Esta matéria foi produzida pelo MOTHERBOARD em parceria com a GE do Brasil.

Diz a lenda que o clipe de papel, esse onipresente do escritório, deve seu triunfo à produção industrializada de papel. O aumento na oferta de papelada caminhou com a demanda, então alguém tinha de manter as folhas juntas umas às outras. Verdade ou não, a cadeia evolutiva das invenções muitas vezes premia quem se associa. Essa relação simbiótica pode dar o salto que tanto esperamos para a realidade aumentada e as tecnologias vestíveis.

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Os óculos são a plataforma que mais caminham para esse futuro. E o motivo disso é bem óbvio: o objeto que dá razão a nossas orelhas é um dos poucos que permite absorver o mundo de uma maneira que não aconteceria sem que estivéssemos vestindo-os. O Google Glass, afinal, nada mais é que uma lente que projeta uma camada de informações em um mundo de três dimensões.

Os companheiros de miopia sabem que essa camada de informação é um lance supérfluo considerando que, sem nossas amadas lentes, tudo fica embaçado a alguns palmos da cara. As possibilidades abertas por óculos inteligentes, no entanto, ainda são tão pouco exploradas quanto seu tempo de existência. Não é difícil imaginar um futuro em que placas como essa, criada pelo catalão Fernando Barbella, estejam espalhadas por aí.

Por enquanto, o casamento entre realidade aumentada e games tem sido a maneira mais acessível a nós, reles humanos, desse tempo que ainda vai chegar. O Oculus Rift, o Kinect e o Wii representam um viés mais amplo da tecnologia ao criar uma interface que, com passos de dança, por exemplo, leva o espaço digital ao real. É o mesmo que dizer que eles operam o caminho inverso da realidade virtual queridinha da ficção científica, como no filme Tron.

Partindo dessas ideias, é possível desenhar um mundo em que comandos de voz conviveriam com gestos no ar no meio da rua, em frente a uma vitrine, em prateleiras de um supermercado ou até no parabrisa de um carro — um GPS bacana. Adicione aí uma pitada de miniaturização e chegamos a lentes de contato que, mais discretas que óculos, fariam de nós mais biônicos que nossos smartphones conectados o tempo todo à internet.

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Antes disso, alguns setores da indústria também experimentam incrementar a realidade aumentada. Em vez de pensá-la como produto, algumas companhias usam a tecnologia aliada a outras plataformas para criar novas ferramentas para a indústria. A GE do Brasil tem um projeto desse tipo coordenado por Paulo Galotti, pesquisador líder na área de Software e Produtividade.

"Preciso que profissionais que façam inspeção de máquinas pesadas mudem a maneira como trabalham. Ele precisa ser analista, precisa de novas ferramentas. É importante que ele tenha acesso a informações sobre determinado equipamento quando ele está em campo", disse o Paulo, enquanto mostrava um tablet que adiciona uma camada de informações virtuais assim que sua câmera é direcionada a uma máquina de extração de petróleo.

O Paulo e sua equipe vão ajudar aos clientes da GE da indústria a economizar uma grana. Crédito: Felipe Larozza/VICE

Uma simulação 3D do equipamento gira para qualquer lado de acordo com os toques na tela. Isso permite uma visualização de vários ângulos do amontoado de válvulas e canos de uma Árvore de Natal –equipamento utilizado para controlar o fluxo de fluídos de um poço de petróleo e gás - , além de suas entranhas divididas em seções selecionáveis. Cada pedaço do equipamento oferece opções que vão do manual a dados em tempo real, coletados por sensores típicos nesse setor da indústria. "Não é só realidade aumentada. É um conjunto de informações", disse ele.

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Além de ser útil, a GE acha que esse esquema pode poupar tempo e dinheiro. Isso significa prevenir manutenção em sistemas de extração de petróleo, máquinas que ficam anos submersas suportando quilos de pressão, além da ação da água salgada. "Considerando apenas a operação de equipamentos submarinos a gente tem um potencial de economia de US$ 3 milhões", contou Paulo.

O projeto coordenado por ele começa a ser testado em 2015, ano que ele deve avançar um pouco mais nas suas pesquisas. "O próximo passo é trabalhar com o óculos, deixando as mãos livres", me disse ele. O protótipo que a gente testou ainda fica devendo para a plataforma no tablet, mas essa nova parceria não deve tardar a acontecer. "É importante que esse sistema possa funcionar em qualquer dispositivo porque está acontecendo um boom de óculos", disse ele.

A Camila Nunes faz parte da equipe de Pesquisadores deste projeto do Centro de Pesquisas da GE e também posou pra nossa foto. Crédito: Felipe Larozza/VICE

Curiosamente, na sessão de teste as duas plataformas foram ativadas quando suas câmeras localizam um QRCode preso à máquina. Desde que ganhou as agências de publicidade, esses pequenos adesivos se espalharam por tudo quanto é superfície — quase sempre de maneira inútil. No projeto liderado pelo Centro de Pesquisas da GE, ao contrário, eles foram bem úteis. Quase como um cilpe de papel que finalmente encontra algumas folhas para prender.

Veja o que a GE ​ainda está planejando para revolucionar o futuro na indústria em seu Centro de Pesquisas inaugurado na última semana no Rio de Janeiro e confira o ​projeto #postaisdofuturo.