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O Passos Coelho tremeu na Faculdade de Direito

Nem os jotinhas o salvaram.

Desta vez, foi Pedro Passos Coelho. Se alguns achavam que encerrar uma (

mal divulgada)

conferência da JSD o salvaria daquilo a que assistimos, estavam enganados. Apesar de jogar em casa, a segurança foi apertada desde de manhã. O cerco à faculdade começou muito antes da chegada e teve direito a carrinhas e rondas policiais várias. Como se tudo isso não bastasse, ainda montaram uma mesa à entrada do auditório da conferência com uma jovem “laranja”, que filtrava aqueles que podiam, de alguma forma, interromper as intervenções do primeiro-ministro.

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Às seis em ponto, Pedro Passos Coelho chegou. O primeiro-ministro subiu a escadaria da Faculdade de Direito de Lisboa (FDL) ao som da “Grândola Vila Morena” que uma senhora isolada lhe cantou. O Passos ignorou, entrou na faculdade e viu ainda passar-lhe à frente um coelho numa forca. Um dos organizadores do protesto foi Yassir Khalid, da Tertúia libertas, que confessou que “não houve muito para pensar”. Garante que há muitos colegas a desistir do curso, porque não há bolsas e outros que “passam os dias a comer fruta porque é a única coisa que podem pagar”. Para ele, Passos Coelho é uma “pessoa pouco instruída” para a função que desempenha mas, independentemente disso, o que está a fazer “não pode ficar sem resposta”. Segundo Gabriel Merki, sempre que “estes políticos vêm cá, envergonham os alunos”. A tertúlia que ambos representam tomou posição porque já nada esperam de uma associação da faculdade que “é cor-de-laranja”.

À chegada ao auditório, Pedro Passos Coelho ainda tinha mais um grupo de estudantes para ouvir. Eram estudantes de diversas faculdades, com militância variada mas organizados, sobretudo, pelo Mov.e, um movimento de estudantes da FDL. Após a entrada no auditório, os seguranças barraram a entrada a todos aqueles que queriam entrar e o protesto fez-se ali mesmo, à porta, com as palavras de ordem habituais. Acabado o discurso, foi o de sempre. O gajo saiu cercado por mais de 15 seguranças que empurravam toda a gente: jornalistas, estudantes, curiosos, tanto fazia. Mesmo assim, ouviu de tudo durante uma viagem que se assemelhou bastante à de

Miguel Relvas no ISCTE

.

No final, Marcelo Rebelo de Sousa veio logo em defesa do governo, procurando as câmaras e desvalorizando uma situação que, segundo ele, até foi “equilibrada”. O que conta é que o primeiro-ministro passou pela Faculdade de Direito de Lisboa e os únicos aplausos que ouviu vieram dos jotas que lhe devem respeito. Desta vez nem foi o “Que se lixe a Troika”, foram os próprios estudantes de direito (e, muitos deles, de direita) que se organizaram para lhe dizer que já não dá.