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Desporto

​Ficha Tripla: o Rui em altas, o José em terapia e o Jorge cheio de azia

A Ficha Tripla debruça-se em voo picado sobre os títulos que fizeram as capas dos três diários desportivos nacionais.

Na semana em que a águia ficou a oito jogos de levantar o caneco, os dragões quase sofreram mais um derrame cerebral e Slimani voltou a fazer o gosto ao pé, a Ficha Tripla debruça-se em voo picado sobre os títulos que fizeram as capas dos três diários desportivos nacionais - A Bola, Record e O Jogo – entre 9 a 15 de Março.

A Bola

"Nem medo nem frio". Foi com este espírito que os encarnados voltaram à sempre fresquinha Rússia para matar saudades de Hulk, Witsel, Villas-Boas e companhia e, contra aquilo a que habituaram os adeptos em tempos recentes, a ficar "De novo na história". É certo que até o Lopetegui conseguiu chegar aos quartos-de-final da Champions e, ainda por cima, ganhar um jogo ao Bayern, mas a verdade é que depois de andar a levar pancada durante mais de meia época, Rui Vitória está definitivamente em altas. Tão em altas que foi dizendo, de sorriso maroto nos lábios, "Prefiro estar cansado e ganhar", do que cansado por não competir. Jesus já deve ter o lombo dorido de tanta bicada.

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No hemisfério azul e branco, e enquanto o piquenique da Mata do Jamor não chega, os jogadores vão-se mantendo entretidos com uma "Terapia de grupo". A intensidade da sessão foi tanta que, em noite de União e poncha, "Corona salva o dragão" de queimar mais uns quantos neurónios num campeonato que já deu uvas. Por falar em Corona e seus hermanos, parece que andam a tentar esquecer uma época desastrosa com idas sem volta a bares alternativos – ou de alterne. "Mexicanos unidos pela liga", anuncia A Bola como quem fala poeticamente de uma orgia feita de muito sexo, tequila e fajitas.

"É claro que era vermelho", disse Bryan Ruiz sobre a cor do carro que o atropelou e deixou na horizontal sem parar para ver os estragos. Ruiz disse ainda que ficou tão combalido que não conseguiu enfiar a chave na fechadura, tendo de esperar pela chegada da mulher para o merecido descanso. Uma fonte anónima disse quase poder jurar que o carro era um Audi, modelo Sanches. Entretanto, Jorge Jesus e Bruno Carvalho dizem estar "Unidos até ao fim", um pouco como aqueles casais que, por medo de represálias extra-terrenas, ou pura convicção, decidem que um casamento da treta é melhor que uma separação. Ámen para eles.

O Jogo

"Não me agarro às arbitragens", afirmou Jorge Jesus, como quem diz que, em caso de emergência, se deverá evitar contar com os árbitros para amparar a queda, já que estes são muitas vezes dados à escorregadela. O treinador verde-e-branco esteve em destaque esta semana, ao dizer "Sei de onde vim e como se montam estratégias para dividir". Um pouco como quem vai perguntando se querem ensinar a missa ao vigário.

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Inspirado na mítica e inspiradora história de David, Rui Vitória enviou "Samaris para travar o gigante" russo, ainda que este apenas tenha aceite o repto na condição de poder combater de luvas e cachecol. A manobra deu resultado e nem foi preciso atirar com uma pedra ao olho de ninguém. Já o presidente encarnado mostra-se muito preocupado com as contínuas obras na segunda circular. "Vieira avisa: ruído vai aumentar", tendo já pedido a Vitória que os jogadores passem a treinar com protecções nas orelhas.

Mais a Norte foi firmado um "Pacto de balneário", uma vez que, cada vez que entram em campo, os jogadores azuis-e-brancos são alvo de chacota e insultos, preferindo já jogar fora do Dragão, onde o nível do assobio é bem mais fraquinho. Entretanto, Peseiro não foi de modas e disse "Estamos bem vivos", isto antes de dar uma injecção de mística portista que consistiu em colocar "Sangue azul no menu" por via intravenosa. A julgar pela exibição frente à União, muito provavelmente as agulhas estariam entupidas.

Record

Convicto de que neste momento o miolo deve ser mais bem trabalhado do que o corpinho, "Peseiro falou 1h15 com o grupo", aproveitando para dar uso ao curso de psicologia online que tirou nos tempos em que andava mais descontraído. Com os "Goleadores a anos-luz dos rivais", a vida do treinador portista não está nada fácil, tendo deixado ficar um pedido em tom de lamento: "Peço tolerância aos nossos adeptos". O problema é que os adeptos portistas vestiram a pele de polícias inflexíveis, ao bom estilo Terminator, fazendo da tolerância zero um mantra amigo.

"Estava boa para rematar", contou Jiménez a propósito do seu golo em São Petersburgo, isto como quem numa conversa de tasco vai falando das mamas da vizinha do quinto andar. Entretanto, foi divulgado "O vídeo que mexeu com eles" e que fez com que os jogadores encarnados saíssem do gelo com os três pontos e a qualificação debaixo do braço. Descansem as cabecinhas, não há aqui pornografia para dar e vender, nem sequer as mamas de vizinha alheia. O realizador da curta-metragem foi o redes Júlio César, que mostra também dotes de motivador (o Peseiro que lhe ligue a pedir conselhos).

Já "Bruno diz que Sporting lideraria liga sem erros", imaginando um campeonato Disney onde os jogadores leoninos seriam os esbeltos cavaleiros de um reino verde-e-branco, sem sombra de azul ou vermelho. Quanto a "Jesus defende Bruno", dizendo que isto das estatísticas e das realidades paralelas é como as opiniões: cada um tem a sua. Peaners, meu caro Watson, peaners.