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Motherboard

Astrofísicos usaram os anéis de Saturno para compor um sonzinho experimental

A canção fúnebre para a sonda Cassini até que é alto astral.
Credito: NASA/JPL-Caltech/Space Science Institute

Em maio, tivemos a descoberta do jazz espacial composto a partir das órbitas do sistema estelar TRAPPIST-1. Agora é a vez de Saturno — bem mais pertinho da gente, logo ali depois de Júpiter — entrar na brincadeira e mostrar que também pode virar música.

Os responsáveis pela obra são, de novo, os astrofísicos Matt Russo e Dan Tamayo, e o músico Andrew Santaguida, todos do projeto SYSTEM Sounds. Para essas novas composições, no ar desde o começo de setembro, ele converteram diversas propriedades de Saturno para criar padrões sonoros e, assim, gerar música.

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A ideia é celebrar o fim das atividades da sonda Cassini, que por 20 anos ajudou a estudar Saturno e produziu algumas das imagens mais legais que a gente tem do Sistema Solar. (Leia aqui nosso agradecido obituário.)

Nessa canção aqui, o grupo usou a imagem colorida de maior resolução dos anéis de Saturno. Segundo eles, o brilho de cada pixel é usado para controlar as notas das harpas e a intensidade da bateria. As notas, dizem, correspondem às 13 primeiras da série harmônica.

Eles também fizeram composições mais experimentais. Nesse noisezinho aqui o lance são as ondas de densidade da espiral lançados pelas luas de Saturno. Nesses lugares o movimento das partículas dos anéis se harmonizam com o movimento de uma das luas e com ambas as partes – lua e anéis – completando diferentes números de órbitas simulteneamente. Abaixo, dá para sacar como os cientistas converteram as ondas de todas as ressonâncias das luas irmãs Janus e Epimeteu em som.

Ainda nos experimentos sonoros, foi feita a leitura do som dos anéis do planeta utilizando a mesma escala para extrair som das luas. Aqui eles saem da parte mais exterior dos anéis, tocando um ré sustenido, e chegam na parte mais interior, em sol sustenido, uma oitava e meia acima. Conforme foi explicado no site do projeto, a escolha destas notas foi inspirada na trilha sonora do filme Interestelar, o que deixou o som mais reconhecível. Abaixo, dá pra escutar a leitura da parte mais escura dos anéis pois, como garantiram os autores do projeto, ela soa mais interessante.

Dá para ouvir todas as composições no YouTubes do trio. Não é o tipo de som que você sairá ouvindo toda hora, mas até que é legal imaginar uma composição cósmica evaporando desse tão fascinante planeta cheio de anéis.

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