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Noisey

A ostentação antissocial do Filipe Ret

Do Liceu às bocas de favela e seda gringa personalizada, batemos um longo e sincero papo o com rapper sobre sua história, carreira, rap, funk e pixo.
Foto: Matias Maxx

No final do ano passado, mais precisamente naquela semana entre o Natal e o Ano Novo, quando está quente pra caralho mesmo muito depois da meia noite, tive a oportunidade de acompanhar um show do Filipe Ret numa favela do Rio de Janeiro. Subi o morro com a equipe meia hora antes do Ret; a van acelerando vagarosamente pela ladeira íngreme, com farol baixo e luz da cabine ligada, como manda o proceder nesses casos. Primeiro passamos pela UPP, abandonada, depois mais umas duas contenções do tráfico. A cada contenção, o produtor no banco do carona dá um desenrole: "Somos a equipe do Ret, ele vai tocar no baile hoje e tá vindo atrás num carro assim e assado, passa o rádio pra galera". Muitas curvas estreitas depois, chegamos no topo do morro. Desviando com muito talento das inúmeras motos, o piloto consegue encostar a van já cercada de fãs. Alguém da produção local aparece e assegura nossa saída abrindo um corredor rumo ao "camarim" do evento, uma casa exatamente do lado do palco montado numa extensa rua com paredões de equipes de som e um mar de gente a perder de vista. Mesmo sem sinal do Ret por perto os fãs continuam exaltados, amontoados em frente à entrada da casa.

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Finalmente o Ret chega. Ele tem de ser escoltado da van por um bondezinho armado, mas, ainda assim, os fãs empurravam e tentavam falar com ele. A casa era bem maneira e o Ret pediu logo pra ver a lage, que tinha uma vista foda e onde eu fiz umas fotos dele gastando puxando uns ferros largados por lá. Daí sem enrolar muito, desce, faz umas fotos com a rapaziada, entorna um uísque e ruma ao placo. DJ Mãolee desce a mão na MPC uma montagem que diz "Filipe Ret" e "Ret é Ret né pai", uma queima de fogos monstra saúda o rapper e dura até o início da segunda música. A galera vai ao delírio.

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