O tubo de lança-perfume nas mãos era comum para a alta sociedade brasileira nos carnavais de clube até os anos 60. E momentos como esses apareciam na coluna Magazine Social, do gaúcho Christiano Carpes Antunes (1934-1967) no jornal Pioneiro, que até hoje circula em edições impressas. Conciliando a carreira de bancário, ele publicava semanalmente os eventos mais badalados da cidade – colonizada por italianos ainda no século 19.
Publicidade
Christiano tinha como costume guardar o jornal impresso com seu nome estampado e ainda levava para casa os contatos (como eram chamados os testes das fotos analógicas reveladas) em preto e branco para compor álbuns de recordações. Mas tinha um capricho adicional. "Ele se dava o trabalho de pintar as fotos manualmente. Bem precursor", diz Suzete Antunes, filha e jornalista que mantém a memorabilia do gaúcho.
O acervo pessoal da família, hoje, detém imagens que sequer possuem os devidos créditos, mas sabe-se que muitas foram tiradas pelo fotógrafo Ildo Boff. "Meu pai morreu muito cedo, aos 33 anos. Eu tinha apenas três. Ouço histórias dele pela minha mãe, pelos meus tios", pontua Suzete.A folia não era qualquer coisa para o colunista, que criava suas fantasias meses antes dos festejos. Nas fotos, é possível vê-lo fantasiado de marajá e de índio nos clubes Recreio da Juventude, Juvenil e Guarany.
"Ele era festeiro e muito querido em Caxias do Sul", rememora a filha. Quando Christiano morreu, o velório aconteceu em casa e chegou a congestionar a rua pelo número de pessoas que queriam dizer adeus ao colunista cujo nome acabou batizando uma rua na cidade.Saque abaixo mais fotos de outros carnavais em Caxias do Sul que compõe o acervo de Christiano Carpes Antunes.