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Música

Omulu Flerta com o EDM no Seu Novo EP

Em ‘Omulu EP’, o produtor carioca acelera os beats sem perder de vista os ritmos nacionais. Escute aqui uma prévia exclusiva desse trabalho.

A bela capa é uma produção do Tipos Populares do Brasil.

Saca aquela letra típica de mercado? Nossos manos do Motherboard já até mostraram esse rolê aqui. Foi essa a tipografia usada pelo Omulu para estampar a capa de seu novo EP, o Omulu E.P. Coincidência? Se pá não. Tanto a tipografia vernacular quanto o produtor carioca são representantes legítimos do Brasilzão véio sem porteira, aquele que dispensa predicados.

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Leia mais sobre o Omulu.

Lançado pelo selo Buuum, do projeto Skol Music, o EP com três faixas é um flerte de Omulu com EDM, quem tem os pés bem fincados em ritmos nacionais como o funk, o pagodão baiano e fenômenos populares como o Rei da Cacimbinha.

Trocamos uma ideia com o cara sobre esse novo trampo – e nós temos uma prévia exclusiva do EP aqui no THUMP. Ouve aí:

THUMP: Pra onde você tá indo com esse EP?
Omulu: Eu me matei tentando achar o caminho. "Pô, qual que vai ser a proposta? Que história eu vou contar nesse EP?" Eu cheguei à conclusão de que eu não sou assim. Minha cabeça é um liquidificador de referências. Eu não consigo parar e falar. "Eu vou fazer isso". Eu vou escutando e salpicando com o que eu gosto de cada coisa.

E você decidiu fazer o quê, afinal?
Pra mim ou você está lançando uma música ou está lançando um disco que vai ser tipo ópera, no qual as músicas são capítulos de uma história maior. Agora EP não é nada disso. Então foda-se, vou fazer o que eu tô pirando então.

Então você produziu três sons bem distintos?
Isso, as músicas quase não têm nada a ver uma com a outra. É melhor escutar antes.

"Minha cabeça é um liquidificador de referências. Eu não consigo parar e falar. 'Eu vou fazer isso'. Eu vou escutando e salpicando com o que eu gosto de cada coisa."

Eu sinto uma coisa muito despretensiosa, muito saudável, no seu som. Tô viajando?
Isso é uma parada meio que do Rio.

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Quem masterizou?
O Frank El Medico, um maluco gringo que masteriza as paradas do Major Lazer. A princípio, eu estranhei a masterização, mas eu entendi, e achei que ficou foda. O cara masterizou para sistema de som de boate. Focando bastante na bateria, sacou?

Mas trampar com ele foi um pedido seu?
Foi do Zé (Zegon). Ele que descobriu o cara.

E de onde vem esse sample de voz, em "Bate Bola"?
Vem disso aqui. O cara que é um dos meus maiores heróis. O Vuk Vuk Vuk Vuk foi um dos caras que introduziu esse lance de repetição nas músicas. Conhece já?

Conheço.
"Mais de dez mulher na minha mão…". Tu tá ligado que ele está desaparecido, né? Eu acho que mataram ele. Eu ficava viajando. "Porra, eu vou fazer uma música e samplear o cara só pra se um dia ele aparecer reclamando da voz dele eu vou ficar amarradão".

Que outras referências têm aí, em "Bate Bola"?
Eu trouxe muita referência brasileira. Do triângulo, do pagodão baiano, tudo bem misturadão.

E a próxima, em "Vila Mimosa"?
Essa aqui eu comecei fazendo ela meio moombahton. E, porra, eu comecei fazendo moombahton, comecei o projeto Omulu pirando em moombahton e acabei nunca lançando uma track em moombahton.

E por que "Vila Mimosa"?
É a maior zona de prostituição da América Latina. As Wobbles que rolam na rua aqui são lá. É um clima de putaria e caos na parada. E essa música aqui tem tudo o que eu já ouvi. Tem EDM até. Acho que por causa do Summer ON me deu uma vontade de tocar essas coisas.

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E qual foi o processo dela?
Eu trabalhei ela com os efeitos safados que a galera do funk faz com os reverbs. Isso é muito do funk. Tem até o cornetão, que é tirado do primeiro acorde do som do Rocky. Eu fui pegar ele por causa do Rei da Cacimbinha. Eu tava querendo o timbre dele e desci uma oitava.

É louco você dissecar o som desse jeito.
Isso é pra você conseguir entender como funciona a minha cabeça.

E tem mais uma, né?
É, eu coloquei um synth de EDM.

Qual o nome da música?
"Furdunço". Eu já queria fazer uma música com esse nome. Peguei aquele ritmo meio trap, meio 4x4, tipo Jersey club.

Omulu EP sai amanhã, dia 20 de março, pelo selo Buuum, do Skol Music.

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