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Música

Os 50 Melhores Discos de 2014 | 41 - 50

Nós damos o start à contagem empatando Deadmau5 e Azealia Banks. Isso é apenas o começo.

50. (EMPATE)
Azealia Banks | Broke With Expensive Taste [Prospect Park/Caroline]
Deadmau5 | while(1<2) [Astralwerks]

O que um garoto branco canadense, tatuado e amante de carros de corrida tem a ver com a precoce ex-stripper do Harlem? Pra começar, sua incapacidade de ficar longe de tretas no Twitter. Independentemente de você concordar ou não com suas declarações muitas vezes inflamadas, tanto Joel Zimmerman quanto Azealia Banks tornaram-se as vozes sinceras da dance music – então graças a Deus os enfant terribles têm o talento musical para lhes apoiar. O disco polidamente engendrado de Zimmerman desliza por acordes progressivos e reconfortantes de house, com um tédiozinho implícito; a muito esperada estreia de Banks é um pot-pourri de sons conflitantes contando com a participação de todo produtor bacana do planeta. Os dois não tinham como ser mais diferentes. Ainda assim, achamos que eles combinam. (ML)

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49. Galantis | Galantis EP [Big Beat/Atlantic]

Há uma certa ironia em um conjunto formado por dois produtores que fizeram carreira por meio de vendas de discos ter se tornado uma banda para se ver ao vivo. Este é o caso de Galantis, grupo formado por Christian Karlsson e Linus Eklöw, um projeto que ganhou (mais ou menos) 75.000 fãs por conta de seu show no Coachella este ano, tornando seu EP homônimo mais um suvenir para quem frequenta shows do que um ponto focal de sua obra. Ainda assim, singles contagiantes como "Smile" e "You", ao lado da emocional faixa "Revolution" tornam este lançamento de seis faixas algo muito distante do dispensável. Com um aguardado álbum arrasa-quarteirão para 2015, Galantis EP pode acabar sendo só uma notinha de rodapé, mas uma nota de rodapé inegavelmente deliciosa. (ZM)

48. The Juan Maclean | In a Dream [DFA]

O talentoso grupo de retro-house-disco surgido da infinita onda de talentos dance-punk da DFA voltou esse ano com outra demonstração de seu vocal disco brilhante. Dando um destaque um pouco maior à vocalista Nancy Whang, o disco baseia-se fortemente em suas letras, sem mencionar sua cantoria de proto-diva. Não que a produção de John MacLean ainda não esteja no comando; mais uma vez o produtor acerta com um carrossel cintilante de esplendor onírico para remexer o corpo, entrelaçando perfeitamente seus ritmos entre e através do vocal fluorescente de Whang. Há também um hino Ítalo-disco, algumas odisseias de sintetizadores de 10 minutos, e uma criatividade sem fim. Em um sonho? Com certeza parece um. (DG)

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47. Luke Abbott | Wysing Forest [Border Community]

Se você veio até Wysing Forest pela atmosfera, veio ao lugar errado. Em seu último LP pelo selo Community de James Holden, a sutileza glitchy de Luke Abbott esconde um panorama musical de múltiplas camadas que exige atenção, mesmo quando deixa de lado as convenções. Parte disso se deve à instrumentação do disco; a dedicação de Abbott a tudo que é elétrico é irresistível. Será que sempre queremos um sintetizador áspero ao invés de um instrumento de verdade? Talvez não, mas é esse o ponto. A música não é feita só com aquilo que é familiar, e a beleza pode ser ouvida até mesmo nos lugares mais dissonantes. (ZM)

46. Awato 3 | Open Mantra [Rush Hour]

O house holandês tem muito mais a oferecer do que um cara de dois metros de altura que usa chinelos. Mais de 15 anos depois, a loja que virou o selo holandes Rush Hour continua com sua curadoria juntando o que há de melhor no house e techno, destacando alguns dos melhores e mais brilhantes produtores (muitas vezes locais). Steven Van Hulle, também conhecido como Awanto 3, brilhou pela primeira vez com seu single de 2012, "Pregnant".  Open Mantra, deste ano, pega sua mistura de house feito com um MPC e samples doidões e leva a outro patamar. Da sinfonia de batidas que se transforma em um música contagiante de baixo estilo Guaracha de "Appleacke" à ornamentação melódica sem fim de "Bubbles" e a chamada agressiva na resposta de "Su What?" há uma faixa que se encaixa em qualquer cômodo fracamente iluminado no qual você gostaria de estar. (JF)

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45.  Flight Facilities | Down to Earth [Future Classic]

O Flight Facilities chegou chegando na cena com seu single absurdo, "Crave You", inadvertidamente lançando essa onda retrô bloghouse que temos surfado na Austrália desde então. Passados quatro anos insistindo que tratava-se de um grupo de singles apenas, a dupla finalmente arrefeceu, lançando seu disco de estreia, Down to Earth – incluindo aí uma versão de "Crave You" da Kylie Minogue. Da canção de ninar inspirada em Debussy "Clair de Lune" à faixa de hip hop com a participação de Bishop Nehru "Why Do You Feel", o disco confirmou aquilo que muitos já suspeitavam: o Flight Facilities não vai morrer na praia como um grupo de um hit só. (ML)

44. Fatima Al-Qadiri | Asiatisch [Hyperdub]

O álbum de estreia de Fatima Al-Qadiri causou um frenesi entre críticos, eruditos, e qualquer um com uma quedinha por tratados teóricos sobre música. Baseado no conceito de "uma viagem simulada a uma China imaginária", Asiatisch chegou com um buffet de ideias cabeçudas sobre o que significa ser "asiático", o orientalismo do século 21 e as formas pelas quais a cultura é disseminada online. Musicalmente, a produtora vinda do Kuwait também mergulhou no sinogrime – um subgênero do grime surgido no leste de Londres no começo dos anos 2000, que se vê às voltas com temáticas e melodias asiáticas. Enquanto obra de arte que desafia seus ouvintes a repensarem dicotomias entre Ocidente e Oriente, Asiatisch atinge a perfeição. (ML)

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43. Kele | Trick [Kobalt/Lilac]

O primeiro disco solo do frontman do Bloc Party Kele Okereke parece uma variação sônica de sua banda. Com uma sonoridade electro voltada para as canções, revela seu gosto por dance music sem guitarras. Seu segundo disco Trick é uma obra muito mais refinada com referência aos grooves atuais do house feito no Reino Unido e o techno das manhãs de Ibiza. Como compositor, Kele se sai melhor quando trabalha em cima da progressão melódica de acordes, mas mesmo quando não o faz, a produção segura o tranco. Da sedutora primeira faixa "First Impressions", um dueto com a vocalista Yasmin (conhecida por sua participação em "Real", do Gorgon City) à emocionalmente austera "Year Zero" e a lindamente vulnerável "My Hotel Room", Trick expressa de maneira integral os estados emocionais e musicais da mente de um artista. (ZM)

42. FaltyDL | Into the Wild [Ninja Tune]

mostra um FaltyDL que reconhece a atenção crescente sobre o seu trabalho depois do lançamento de em 2013. Seu novo trabalho é um disco mais denso e difuso que oscila entre a ambiência e batidas desafiadoras que rolam nas casas noturnas. Faixas como "Do Me" e "Greater Antilles, pt. I" podem arrebentar em boates quando tocadas na hora certa, mas em outros momentos o disco soa mais como Philip Glass do que Fabric. Essa tensão sônica e a capacidade do FaltyDL de manter a intelectualidade e a arte em faixas centradas em beats é o que torna seus lançamentos tão cativantes. (JK)

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41. Alison Wonderland | Calm Down EP [Astralwerks/EMI]

Calm Down

 era ao mesmo o EP perfeito para dar uns amassos e um puta arsenal de singles explosivos. Houve alguma introdução mais bem recebida em festivais do que os gemidos icônicos de "I Want U"? Alguma outra quebrada mesmerizou você e seu peguete tanto quanto "Space"? Com a participação dos co-produtores Djemba Djemba e Lido, a qualidade deste disco foi garantida, mas ninguém tinha como prever o quão rapidamente ele estabeleceria Alison Wonderland, ex violoncelista clássica, como uma força motriz da dance music. (ZR)

Words by THUMP staff: Zel McCarthy, Jemayel Khawaja, Michelle Lhooq, David Garber, Ziad Ramley and Joel Fowler.

Veja a eleição completa dos discos do ano:
No. 40-31 
No. 30-21 
No. 20-11 
No. 10-1