Tradução: Marina SchnoorFoto via usuário do Flickr Jes.
Se isso não é culpa da molecada, então como explicar o aumento? Para algumas doenças, não há resposta fácil. Vendo as tabelas de infecção por clamídia na Inglaterra desde o começo dos anos 2000, parece que houve uma grande aumento — em 2005 eram cerca de 200 casos para cada 100 mil pessoas, mas em 2008 já eram mais de 350. Em 2005, o Serviço de Saúde Nacional do Reino Unido (NHS) lançou o Programa Nacional de Triagem de Clamídia. Com mais pessoas fazendo o teste para a doença, mais casos foram encontrados, e por isso os gráficos mostram um grande aumento.
Outras condições parecem bem menos claras — a razão pode ser diferente de doença para doença, e a situação em Hackney pode ser motivada por fatores diferentes da situação em Cheshire, por exemplo. Mas de uma coisa a gente sabe: com mais pessoas fazendo os testes, menos pessoas são infectadas — é por isso que os médicos disseram ao Guardian que o corte de £40 milhões que o governo britânico fez nos serviços públicos de saúde sexual vai resultar numa "explosão" de novas infecções.
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Sabemos que é isso que acontece quando você diminui o financiamento para serviços que tratam DSTs porque já vimos isso em outros lugares — cortes nas clínicas em Nova York contribuíram para um aumento de 60% nos diagnósticos de gonorreia nos cinco anos anteriores a 2014. E isso certamente vai representar mais gastos no tratamento de gonorreia do que o que foi economizado com os cortes.
E essa nem é a pior parte. Todas essas doenças não tratadas estão evoluindo, e rápido. Novas cepas de gonorreia estão aparecendo, cepas resistentes aos antibióticos que antes tratavam a doença. Um surto de "supergonorreia" apareceu em Leeds ano passado, e os dois principais antibióticos usados para tratar isso não são mais efetivos.
Você pode achar que gonorreia não é um problema tão grande assim, mas isso porque a doença tem tratamento. Sem tratamento, essa pode ser uma doença séria que realmente prejudica a vida, esterilizando homens e mulheres e fazendo a gravidez se desenvolver fora do útero. Mais drogas estão em desenvolvimento, mas se queimamos os tratamentos mais rápido do que podemos inventá-los, o cenário parece sombrio.
Então esse é o nosso futuro: uma terra arrasada pós-industrial cheia de doenças sexualmente transmissíveis resistente a drogas. Nossa esperança é que na época em que as coisas chegarem a esse ponto, nossos netos estarão mais preocupados com os emojis do iPhone 42s do que com essa bobagem de sexo.
Matéria original da VICE Reino Unido.
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Por várias razões, 2016 vai ser o ano das DSTs no Reino Unido
Apesar das pessoas estarem fazendo menos sexo, as taxas de doenças sexualmente transmissíveis continuam subindo.
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