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Drogas

Jovens com maior rendimento escolar são mais propensos a fumar canábis

Um novo estudo, realizado ao longo de sete anos no Reino Unido, conclui que os melhores alunos são também os mais abertos a novas experiências.

Este artigo foi originalmente publicado na VICE UK.

Segundo um novo estudo publicado pelo British Medical Journal, os jovens considerados "mais inteligentes", ou que apresentam melhor rendimento escolar, são menos propensos a fumar tabaco, mas mais a beber e a fumar erva durante a adolescência. Esta conclusão é baseada nos dados reunidos ao longo de mais de sete anos, a partir das respostas de cerca de seis mil participantes do Reino Unido, entre os 13 e os 20 anos, que responderam a questionários sobre si próprios.

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Os estudantes com um alto rendimento académico, mostraram uma preferência significativamente menor por fumar tabaco durante a adolescência, em comparação con aqueles que demonstravam rendimento inferior. Por outro lado, o consumo de canábis e álcool eram mais frequentes no grupo, uma tendência que os responsáveis do estudo atribuem à vontade de "experimentar".

Experimentar drogas e álcool define-se cientificamente como um "padrão regular de consumo temporário, que é interrompido depois de um determinado tempo. "Estudos anteriores tinham já sugerido que os estudantes com um nível académico alto são mais propensos a experimentar certas substâncias no início da adolescência e a parar quando chegam à casa dos 20 anos", explica James Williams, o principal autor do estudo e catedrático da Faculdade de Medicina da University College of London.

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Todavia, a nova investigação acaba por colocar em causa essa conclusão. "Os padrões continuam a registar-se no começo da idade adulta", salienta Williams. Ou seja, não se trata necessariamente apenas de uma fase.

A razão que motiva os jovens a interessarem-se pela marijuana e pelo álcool não é muito clara. O estudo, no entanto, propõe duas teorias. A primeira é que a capacidade cognitiva superior está associada à "abertura para experimentar", ou seja, são pessoas dispostas a testar coisas novas. A segunda é que o grupo de alto nível académico tenha, simplesmente, sido mais honesto nas respostas sobre o consumo de drogas, embora esta hipótese seja puramente especulativa.

A conclusão parece ser que, ainda que os jovens obtenham bons resultados académicos, não significa que isso os impeça de consumirem substâncias de forma excessiva. Aliás, pode até ser que os jovens "mais inteligentes" sejam mesmo os que correm um maior risco de levar os consumos até à idade adulta.


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