Foto por Joel Fowler, Design de Christopher Classens.À medida que 2015 foi chegando ao fim, nos demos conta de que ele foi um ano bastante movimentado para a música eletrônica e a dance music. Por isso mesmo o THUMP vai relembrar os bons e maus momentos do ano nesses finalmentes de 2015 — começaremos nesta segunda (14) com o nosso ranking das 50 melhores faixas do ano. As faixas selecionadas nesta lista refletem um ano marcado não só por produções e inovações fantásticas, mas também pelo fato de que as linhas entre os gêneros e cenas ficaram mais tênues do que nunca. Desde as máximas espalhafatosas do EDM até os estrondos subterrâneos do dubstep, esta lista demonstra que, em 2015, não importa quem estava por trás da música — o importante é que ela fosse boa D+.
50) Sudanim - Seydou
Publicidade
Ser capaz de criar uma faixa depois da hipnotizante "Something on My Mind" poderia ser uma tarefa quase impossível. Entretanto, o Pender Street Steppers não só o fez, como fez com estilo. Mais uma vez inserindo uma pegada leve e relaxante na melancolia house típica da sua região — dessa vez através da label Future Times, de Washington D.C — o Jack J apresenta seus próprios vocais suaves e românticos numa faixa que flutua verticalmente enquanto também penetra suas veias. Sem falar naquela linha de baixo! Que linha de baixo! — David Garber"Let me walk away/let me walk away" ("Me deixe ir embora/me deixe ir embora"), é o que canta a Empress Of, de Nova York, na faixa "Kitty Kat". Mas não vai achando que é uma música sobre mimimi de fim de relacionamento. A faixa é sobre como os homens que cantam as mulheres nas ruas diariamente são um tormento. Empress Of faz um poderoso apelo às pessoas para que se manifestem contra o sexismo, fazendo com que você realmente se obrigue a pensar no assunto depois do fim faixa, que tem apenas 2:26 de duração. — Dylan CoburnO produtor M.E.S.H (aka Jamie Whipple), que vive em Berlim, produz faixas arrebatadoras e com uma atmosfera de balada que recriam o espaço e o ritmo na dance music. "Epithet", a faixa de abertura do seu álbum de estreia Piteous Gate, que tem essa fusão de gêneros e foi lançado pela PAN, une diferentes velocidades rítmicas através de síncopes, criando contrastes dissonantes entre sons de sinos ondulantes e padrões de bateria abrasivos. O efeito é uma visão musical inquietante que reflete a instabilidade da era digital. — Claire WangO Dominick Fernow é um daqueles caras descolados que usa várias roupas de couro e faz uma música comicamente intensa essencialmente direcionada a outros caras descolados que usam várias roupas de couro. O que, todos concordamos, é que trata-se de um tipinho bem ultrapassado hoje em dia: caras descolados vestidos de couro dos pés a cabeça "quebrando barreiras" e "explorando transgressão" pararam de ser interessantes em, hmmm, 1987, por aí. Mas relevando o SIMBOLISMO CHOCANTE e a INTENSIDADE EXTREMA, você se dá conta que produtores como o Fernow ainda conseguem misturar um som pesado com formatos totalmente novos. Ele teve um ano relativamente calmo sob seu "disfarce" como Prurient, lançando apenas dois álbuns: o Cocaine Daughter, disponível apenas em cassete, e o Frozen Niagara Falls. O mais recente é caótico, com escaladas arrebatadoras, e esse trecho é o puro fedor infernal. No bom sentido. — Josh Baines"Ele é tão bizarro e ainda assim me atrai que nem um ímã com uma vagina", é o que diz um comentário do YouTube no clipe da música "Savage Coast", uma preciosidade presente no disco de estreia do DJ Richard, o produtor baseado em Berlim pela lançou Grind pela Dial Records. E nós concordamos totalmente com o autor, uma vez que a faixa basicamente define o que você testemunhará no disco: um surto de synths que caem como um efeito dominó psicoativo, e o resultado pode ser uma faixa que funciona tanto numa pista de dança quanto num quarto exótico — você decide. — Juan Pablo López
Publicidade
Ok, ok, nós sabemos — todo mundo já ouviu essa aqui na mixtape icônica do Galcher Lustwerk, a 100% Galcher, lá em 2013, e mesmo naquela época a faixa já tinha um ano de idade. Mas se liga: ele decidiu lançá-la em vinil em 2015 e ela ainda é tão boa quanto dois anos atrás. Todo mundo junto, vamo lá: I rock the drop top down/hanging out/you know when we come through/we bang it out. — Josh BainesNo Armzhouse, seu último EP, Cooly G — o pilar fundamental da label Hyperdub — trouxe sua abordagem obscura e excêntrica de volta ao clube, lançando cinco faixas ligeiras de house music entre as quais, a estrondante "BooBoo" é um dos destaques. A faixa, que é ideal para ser tocada na metade de um set, é capaz de fazer você se jogar na pista de dança e te segurar lá com sua irreverência. Com seu groove escaldante e samples cativantes, "BooBoo" é o tipo de música que já está dançando sozinha e te pede para entrar no flow. — Michael Scott Barron"Sicko" parece uma música meio desajustada. Uma traquinagem escabrosa pelo território distorcido e industrial, o lançamento do Rex the Dog (Jake Williams) pela Kompakt testemunhou as habilidades do produtor ao usar os materiais mais simples e grosseiros: um único synth sufocado que cacareja e rosna contra kicks barulhentos.Desde o seu lançamento, a faixa vem sendo tocada por todos desde o Jackmaster até o Joy Orbison, provocando efeitos devastadores e distorcidos. Seu som inimitável foi muito bem sintetizado pelo próprio produtor quando ele apresentou a faixa ao THUMP. "Imagine um robô drogadão", disse, "ele socaria a cara de várias pessoas sem nem perceber". — Angus Harrison
38) Cooly G - Booboo
Publicidade
36) Kelela - Rewind
32) Sophie - MSMSMSM
30) Arca - Vanity
27) Kamixlo - Paleta
Publicidade
O produtor sueco Tiger Stripes tem uma habilidade fantástica em mandar ver em músicas que funcionam muito bem no ápice da balada, mas essa faixa é a mais viciante que ele produziu até o momento. Durante a minha primeira viagem à Ibiza no início deste ano, "Brrr" foi minha fiel escudeira tanto em clubes super bombados como nos rolês underground nos quais a pista de dança era do tamanho da minha sala. Nos momentos de incerteza, aquele "brrrrrrrrr!" inconfundível me lembrava que, sim, aquela bendita música estava tocando novamente. Como a maioria das músicas que ficam grudadas na cabeça, o refrão de "Brrr" é extremamente irritante e me faz lembrar do meu irmão enfiando o dedo no meu ouvido. Mas quanto se trata de músicas de balada e peripécias da infância, não há motivo para brigas, o jeito é se entregar. — Michelle LhooqSe "Bitchcraft" foi a faixa que representou o dubstep em 2015, então ela representa também a reimersão gradual do gênero em algo novo e conquistador. A épica faixa é parte integrante do Volume 1, o álbum colaborativo do recém-formado supergrupo de dubstep, Commodo, Gantz & Kahn. Apesar de o disco ser peso pesado, há um dance delicado que toma forma em "Bichcraft". Ela arde na medida certa e com precisão, carregando seu peso com uma qualidade de alta definição e agregando um drama austero a um som que muitas vezes é incompreendido e tido como limitado e obscuro. — Angus HarrisonVamos direto ao ponto: DJ Haus, o homem por trás da Hot Haus Recs e da banda Unknown to the Unknown desenterrou o clássico de fim de noite da Fatima Yamaha e transformou sua aura introspectiva de música de balada eletrônica em um hino definitivo de Ibiza. Às vezes é necessário jogar a delicadeza pela janela. — Josh BainesO Folk, do Nick Hoppner, é uma daquelas coisas bem raras: um disco de house fantástico e sem mimimi. Talvez isso não devesse ser uma surpresa, já que ele comandava uma das labels de house e techno mais prestigiadas do mundo, a Ostgut Ton da Berghain. Deixe sob a responsabilidade da nova DJ favorita da galera, a norte-americana Black Madonna — que vem marcando presença atrás dos decks da balada berlinense — transformar a faixa "Relate" numa versão muito mais solta e divertida que tem sido estouro nas festas dos últimos meses. — Josh Baines
Publicidade
O que estou ouvindo é uma música nova ou das antigas? Se você estiver ouvindo algum dos alter egos do René Pawlowitz, essa é uma pergunta pertinente. No caso de "Amen Garage", a pergunta deve ser feita ao PCK, em um disco chamado For The Kingdom, o segundo lançamento da sua label The Final Experiment, que inclui "umas paradas de uma galáxia chamada Hardwax, localizada em Berlim". Esta faixa representa uma revitalização do garage britânico e breakbeats, aliada à severidade e a resistência do Shed durante seus dias meio treta. Coisa fina. — Jaun Pablo LópezO trabalho do chapa do Studio Barnhus já é de longa data, tendo lançado um EP fantástico por esta label, criado o melhor cover de house melancólico de todos os tempos — da faixa temática de um filme infantil sobre basquete e o pernalonga — e casualmente lança as maiores jams de verão desde… hm… "Summer Jam". "Pantalon", que surgiu em junho graças a label escocesa Numbers, é o som daquele verão que você sempre sonhou. É uma slab irresistível, nonsense, acrobática, absurda, deliciosa e brincalhona de um freestyle flutuante que não saiu da sua cabeça desde que você ouviu pela primeira vez. É muito fácil esquecer que a dance music pode ser poderosa, arrojada, boba e incrivelmente divertida, mas músicas como a "Pantalon" são exemplos perfeitos do poder que tem o prazer sincero. — Josh BainesO epicentro sônico da label de Vancouver Mood Hut, Jack J e Hashman Deejay, que formam o Pender Street Steppers, produzem faixas que representam a vibe da sua cidade e região — alegre, bem de boa e totalmente maravilhosa. Mesmo com um título confuso que não tem nada a ver com a cidade dos caras (curiosidade: na verdade é um apelido para Toledo, Ohio), "The Glass City" representa de forma precisa o temperamento único da cidade através de uma sedutora linha de reverb, beats de house nebulosos e um piano delicado. Não importa se a faixa toca no início, meio ou no fim do set: é o tipo de jam que você nunca quer que acabe. — David GarberHá muitas músicas mais bonitas do que "Sticky Drama" no álbum Garden of Delete. Na verdade — com sua melodia vocal esganiçada do Chipspeech, bateria abrasiva e a referência do título a um dos blogs de fofoca sobre celebridades mais grotescos da história — "Sticky Drama" é o exato oposto de 'adorável', mas é justamente por isso que ela é tão incrível. Levando em conta a intenção declarada do Oneohtrix Point Never de explorar as experiências emocionais e físicas da puberdade, existe algo encantadoramente honesto nessa homenagem eletrônica arrebatadora aos excessos do rock alternativo das rádios nos anos 90. Afinal de contas, nós já sabíamos que o Lopatin era capaz de fazer os detritos da cultura pop soarem cativantes e belos — o que nós não imaginávamos é que ele também se sairia tão bem. — Emilie FriedlanderA faixa "Holding On" do produtor inglês de Bristol é um flerte com a disco music presente no álbum Knockin' Boots, lançado este ano. Foi baseada num sample instrumental de uma faixa de 1981 da banda Inner Life, chamada "Make It Last Forever", revigorada com os dotes vocais do cantor/compositor de Chicago Sam Dew. Não tem nada tão surpreendente na produção prafrentex da faixa: um vocalista incrível com uma pegada inconfundível sempre soará incrivelmente bem por cima de clássicos das pistas e uma bateria afinada. Porém, não tem como negar que o todo é bem melhor do que trechos destacados. O Bashmore poderia muito bem liderar o movimento para trazer a disco music do Estúdio 54 de volta para os rankings. — Gigen Mammoser
Publicidade
A abordagem do footwork feita pela Jerilyn Patton nos atormentou ao longo de todo o ano — no bom sentido. Dark Energy, seu disco inquieto e irredutível, foi um dos nossos favoritos do ano e rolando, rolando a mau assombrada "Guantanamo" foi sem dúvida o seu ponto alto. — Josh Baines"4 Degrees" apareceu do nada em novembro deste ano, anunciando ao mundo sua existência em uma explosão de latões sintéticos, cordas e tímpanos. Havia uma sensação de falta de ar na faixa que parecia o nascimento de algo inspirador, e de várias formas, ela de fato foi. "4 Degrees" foi a primeira faixa do Hopelessness — o "disco de dance / experimental eletrônica" que o artista antes conhecido como Antony Hegarty lançará no ano que vem sob a alcunha de ANOHNI. A voz de ANOHNI está tão agitada e misteriosa como de costume, mas veio à tona sob um novo nome e novo contexto sônico, incluindo alguns floreios de uma produção com um som consideravelmente cinematográfico do Hudson Mohawke e Oneothrix Point Never. Coincidindo com a conferência das Nações Unidas em Paris sobre as mudanças climáticas este ano, ela também pareceu anunciar o surgimento de uma nova era: onde a Terra não só fica cada vez mais quente, ameaçando ⅙ das espécies animais e vegetais do mundo a extinção, e sim uma era onde todos temos responsabilidade sobre o rumo que o nosso planeta está tomando. — Emilie FriedlanderChacoalhando na introdução com um vórtice de synths galáticos e golfinhos saltitantes, "First Mythz" foi um anúncio. Um anúncio do Rustie de que o EVENIFUDONTBELIEVE seria seu disco sob sua própria direção. Bizarro, frenético, engraçado, apaixonado e totalmente específico para sua visão singular, a faixa apresenta perfeitamente sua imaginação provocadora e também sua habilidade particular em canalizar euforia das formas mais esquisitas possíveis. Enquanto outras faixas como "Big Catzz" e "Morning Starr" alcançaram patamares parecidos quanto à expressão maximalista, nada no LP chegou no nível desta explosão inoportuna e tétrica de glória. Entretanto, é mais do que apenas uma releitura esquisitona de faixas hardcore mainstream. É uma das vozes mais claras e fortes desta geração provando que o seu trabalho, quando sob sua própria direção, pode decolar. — Angus HarrisoQuando pediram para o Steve Goodman, responsável pela label Hyperdub, explicar o seu primeiro LP sob o pseudônimo de Kode9, ele disse ao jornalista DeForrest Brown que simplesmente precisava escolher uma premissa como porto de partida para a música. Começando com um conceito totalmente vazio, ele disse, "queria produzir uma espécie de catalisador que continha as mais variadas ideias para músicas". Depois, ele revelou uma razão mais pessoal e devastadora: "Eu também sabia que esse álbum seria vazio para mim, porque não teria o Spaceape".
14) Kode9 - Void
Leia: "Morre Spaceape, o MC da Hyperdub e grande truta do Kode 9"
Publicidade
Assim como várias outras faixas do Nothing, "Void" — com suas pausas oscilantes e pulsos de máquinas vibrantes — permite que os espaços negativos sejam tão bem representados quanto os cheios. A diferença em relação aos espaços vazios na faixa "Void" é que, originalmente, eles deveriam ser preenchidos pelo seu grande amigo Spaceape — o MC inglês, poeta e colaborador frequente do Kode9 que partiu para outro plano em outubro do ano passado. Ao tentar imaginar como a voz do Spaceape entranharia nesses espacinhos faz você se dar conta que, às vezes, é possível dizer tudo sem falar nada. — Emilie FriedlanderA essa altura até a querida mamãe do Shakin' Stevens já é fã de carteirinha desses chapas de Belfast. Desde a época em que eram grandes hitmakers na cena dos blogs — sim, blogs! — até quando conduziam basicamente sozinhos o revival da house music em meados dos anos 90 na Inglaterra, o Andy Ferguson e Matt McBriar se tornaram sinônimo de zueira. E foi justamente por isso que nos surpreendemos tanto quando "Just", essa faixa perfeita para o pôr-do-sol, surgiu no rolê no início deste ano. Qualquer pessoa que já tenha associado a dupla a faixas avassaladoras e house music claramente não estava prestando muita atenção, mas até mesmo para os fãs mais devotos — ou seriam os mais esforçados? — do Biceps, "Just" foi um passo em direção a algo totalmente novo. Ela soa como a trilha sonora da afterparty mais perfeita que você conseguiria imaginar, e nós não conseguimos imaginar jeitos melhores de acabar uma noite. — Josh BainesCom "Ryderz", Hudmo se provou mais uma vez um raro produtor contemporâneo que fundiu com destreza o hip-hop do início dos anos 2000 com dance music eletrônica moderna. A bateria e os samples intimam memórias aconchegantes de produções vintage e obcecadas pela motown do Rockwilder, DJ Premier, Kanye West e Just Blaze — uma época em que o Beanie e o Jay ainda eram descolados e a série "Heavy Hiitas" do Funk Flex na Hot 97 era a desculpa perfeita para você sair mais cedo do trabalho ("Suckaaaaaas"). Em comparação a fórmula eficaz de festival trap, Hudmo confeccionou algo muito mais delicado, uma baladinha de fim de noite de um minuto que funciona muito bem na pista depois que as luzes do festival já foram apagadas. — Dylan CoburnUma faixa é sempre uma faixa, independente do seu comprimento. O lado A do LP Morning/Evening do Four Tet tem exatos 21 minutos, mas ainda parece muito pouco. Focado em chimbais latejantes, cordas que se curvam lentamente, notas de órgão cintilantes e com a voz do cantor hindu Lata Mangeshkar em loop, a faixa evolui assim como a manhã — desde as primeiras suaves notas do nascer do sol até um céu iluminado até onde os olhos são capazes de enxergar. — David GarberApesar de ter aparecido na cena como um integrante do Ratking, as contribuições solo do Sporting Life neste ano foram, definitivamente, por conta dele mesmo. Seu disco de estreia, 55 5, é repleto de faixas ofuscantes e contorcidas permeadas por lado um emocional ousado e intenso. Ao longo de seus quatro minutos e meio de duração, "Badd" ressoa em absoluto, pegando carona em loops de vocais agudos e com uma pegada Kanye, além de breakbeats fracionados. E, é claro, ela destaca o talento do produtor, mas mais do que isso, de alguma forma, a faixa foge do escopo das cenas e apresentações de hip-hop e footwork que o público deve estar acostumado a associá-lo, em um exercício revelador de movimento catártico na música. Para uma faixa criada a partir de tantas privações do "agora", "Badd" tem uma abordagem impressionantemente atemporal. — Angus HarrisonO LP de estreia do Jamie xx In Colour, lançado no fim de maio, foi um dos mais aguardados do ano. Ao mesmo tempo em que deixou os críticos divididos, ninguém seria capaz de negar que "Good Times", que conta com a participação da rapper de Atlanta Young Thug e o ícone do dancehall jamaicano Popcaan, foi uma das jams de dance mais iluminadas deste verão. O temperamental produtor inglês conquistou nosso coração com samples gloriosos, baterias borbulhantes e bares efervescentes na medida certa para arrancar sorrisos dos críticos. — David Garber
13) Bicep - Just
8) DJ Koze - XTC
DJ Koze é o príncipe palhaço liderando a cena house e techno europeia. O disco do nativo de Hamburgo é repleto das melhores esquisitices possíveis, mas ele sempre alinha seu humor paspalho com uma produção suave, então a piada nunca habita um território duvidoso. Na faixa "XTC", entretanto, ele vai direto ao ponto — para os padrões do Koze, pelo menos. Teclados de synth luminescentes se embaralham sob o tipo de percussão escorregadia que bombava quando a Kompakt estava no auge, e ainda há uma mulher de fino trato tagarelando sobre ecstasy em cima disso tudo. Em 2015 aprendemos que todo mundo na balada ama músicas sobre as drogas que a gente curte tomar na balada. — Josh Baines
Publicidade
7) Floating Points - Silhouettes 1,2&3
Publicidade
Esse ano, tive a sorte de assistir muitos artistas tocando seus maiores hinos de 2015 ao vivo, desde o Diplo arregaçando com "Where Are Ü Now" enquanto o Skrillex ficava pra lá e pra cá num Segway até o Jamie xx dando uma palinha daquele sample de Persuasions em "I Know There's Gonna Be (Good Times)".Ainda assim, nada chegou perto da minha experiência ao ver o Skepta quebrando tudo com "Shut Down" nesse último verão — e não só apenas uma, mas duas vezes. Poucas horas depois de ter se apresentado no OVO Festival de Toronto com o Drake — que deu aquela introdução irresistivelmente besta à música — o Skepta se apresentou de novo em um clube lotado onde o suor praticamente escorria nas paredes. Enquanto outros canais de música insistem em argumentar sobre o ressurgimento da popularidade do grime nos clubes da América do Norte, o Skepta provou que o único selo de aprovação de que ele precisava era o dos seus fãs. — Max MertensO maior nocaute techno do ano foi feito em 40 minutos pela obscura produtora islandesa durante um período miserável. "Tinha acabado de voltar para a Islândia e tinha conseguido um trabalho bem bosta", Bjarki disse à Rolling Stone. "Fui a um show [da Mistress Barbara] — que consegui dar um jeito de entrar sem pagar — e senti muita atitude e raiva na música. Pensei, 'Quero fazer algo do tipo'". Sampleando a faixa "2 Be Free" (Dance Mania, 1996) do DJ Deeon, Bjarki filtrou o vocal ghettohouse em um rugido intensamente robótico. Quando o crescendo finalmente chega ao ápice, uma pitada de melodias trêmulas injeta uma onda de energia nervosa."I Wanna Go Bang" se tornou um clássico do horário de pico — o youtube está repleto de vídeos dos illuminatis do techno (Dettman, Rodhad, Klock, Capriati, etc) tocando essa faixa no auge da balada. Ela transformou a Bjarki numa revelação e se mantém como o maior hit lançado pela label da sua mentora Nina Kraviz, a трип. Num mundo cheio de exageros e lixos desnecessariamente pretensiosos, é confortante ouvir algo que deixa essas baboseiras de lado e vai direto ao ponto: Eu quero curtir. Afinal, não é isso que faz as pessoas se levantarem da cama diariamente ou fazerem qualquer outra coisa? — Michelle Lhooq
Publicidade