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Milhões de Festa

Contem com os Zombie Zombie para chegar àquele estado de transe ideal

Os gajos que curtem Carpenter e que tocam hoje no palco VICE.

Os Zombie Zombie, que tocam hoje no palco VICE, vêm de Franca, onde a música de dança nunca é deixada em mãos alheias. Ou seja: preparem-se para mexer os pés e para poderem micar, abertamente e sem pudores, o rabo daquela miúda gira mesmo à vossa frente. Mas voltando à música: estes zombies são fãs incondicionais de cinema e isso nota-se na música que tocam. A Wikipedia classifica-os como “música japonesa clássica”, mas eles consideram-se uma banda de acid-rock. Para mim, o que me importa mesmo são os universos espaciais e psicadélicos que Etienne Jaumet e Cosmic Neman exploram em Land of Renegades e Rituels D’Un Nouveau Monde. Por tudo isto (e muito mais), conversei com os franceses mais fixes deste Milhões. VICE: Antes de vir para o Milhões, tentei converter alguns amigos aos Zombie Zombie e alguns pediram-me para vos perguntar como é que definem a vossa música.
Zombie Zombie: É fácil — somos uma banda de acid-rock. Sendo franceses, têm certamente uma visão priveligiada daquilo que se passa em termos de música danca. Acham que a França é o berco da música de danca?
O nosso país é muito conhecido por aquilo a que se chama de French touch. Talvez seja por aí que muita gente olhe para nós como o país da música de dança por excelência. Mas a verdade é que há muito mais aqui para ouvir, muita diversidade… Infelizmente, a maior parte dos artistas franceses não toca muitas vezes fora. Acham que o facto de a popularidade da cultura zombie ter sido reforçada nos últimos anos ajudou os Zombie Zombie de alguma forma?
Pensamos que, em algum ponto, as pessoas de todo o planeta vão transformar-se em zombies, tipo os sem-abrigo da Flórida que mandaram aquela droga esquisita e viraram canibais. Essa malta começou a comer-se uns aos outros e nem se lembrava disso! Na verdade, escolhemos o nosso nome porque gostamos de filmes de zombies, mas não achamos que isso nos ajuda a vender mais discos ou a conseguir mais concertos. É só um nome e aquilo que esperamos é que a música prevaleça acima de tudo. Das poucas imagens que vi dos Zombie Zombie em palco, reparei que só utilizam instrumentos analógicos…
Bom, tu sabes que preferimos instrumentos analógicos. Violinos, pianos… Esses são os verdadeiros instrumentos, ao contrário de computadores e respectivos softwares. Nós somos músicos verdadeiros, gostamos de instrumentos a sério, são eles que nos ajudam a fazer magia. Desde o primeiro disco que os Zombie Zombie encerram em si uma dimensão cinematográfica muito vincada. Houve algum filme em pano de fundo durante as gravações do Rituels d'un Nouveau?
Claro que sim. Aguirre, do Werner Herzog. Se pudessem escolher um filme para escrever a banda sonora, de que género seria e quem era o realizador?
Definitivamente, um western realizado pelo Sergio Leone. Para quem vos for ver hoje pela primeira vez, qual é a melhor forma de aproveitar um concerto de Zombie Zombie?
Mandem drogas e cenas. E se isso não for a vossa cena, a música e a energia do nosso concerto ajudar-vos-á a chegar àquele estado de transe ideal. Boa, vou seguir o conselho. E será que vos verei a tainar por Barcelos?
Claro que sim! É a nossa primeira vez em Portugal, por isso queremos aproveitar ao máximo.