UltraviolencePolydor RecordsPara além da cíclica busca incessante por um novo fenómeno da pop, devo dizer que nunca consegui entender todo obuzzem volta da Lana del Rey.Born to Die(o disco) não foi mais do que banal, salvo poucas canções — a própriaBorn to Die, National AnthemeSummertime Sadnessaté me ficaram no ouvido —mas, pior que isso, a mediocridade assentava em não conseguir encontrar nada de particularmente interessante na personagem e respectiva música. Não dava sequer para escrever: "O disco é mediano MAS…"Chegou agoraUltraviolence(e tal como o anterior, alvo de ultrahypeantes de sequer se ouvir um segundo…) e com ele morre em definitivo o meu interesse auditivo pela artista-anteriormente-conhecida-por-Lizzy-Grant.Ultraviolencetresanda a umfaux-vintageque procura desesperadamente voltar atrás no tempo e ser sarcasticamente fixe. Esconde-se atrás de uma pseudo-sofisticação, as letras estão recheadas de clichés patéticos (faz um óptimo trabalho em tornar olive fast die youngdo rock n' roll na cena mais monótona do universo), os instrumentais são aborrecidos e a produção do tipo dos Black Keys inundou-me os headphones de tanto reverb que nem sei se os vou conseguir usar de novo. Finalmente, se emBorn to Diea Lana del Rey conseguia ainda disfarçar as audíveis limitações na voz com alguns artifícios engenhosos e refrõescatchy, Ultraviolenceleva-me a crer que Lana será das piores cantoras do mundo. Tudo junto, contribui para um disco mais entediante que o Irão vs. Nigéria dos últimos dias —pior mesmo só se fosse o Carlos Queiroz a produzi-lo.Ultraviolencenão é mais do que um estado permanente de letargia deprimente e desnecessária. Mais uma exibição de "Ó-para-mim-que-sou-tão-sentimental" de alguém que parece viver desesperadamente dessa imagem. A música, essa, nem vê-la. Em todo o caso, salvam-se os lábios de pato e fotografias como esta.
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