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Música

Discos: Lana del Rey

Pior mesmo só se fosse o Carlos Queiroz a produzi-lo.

Ultraviolence

Polydor Records

Para além da cíclica busca incessante por um novo fenómeno da pop, devo dizer que nunca consegui entender todo o

buzz

em volta da Lana del Rey.

Born to Die

(o disco) não foi mais do que banal, salvo poucas canções — a própria

Born to Die, National Anthem

e

Summertime Sadness

até me ficaram no ouvido —mas, pior que isso, a mediocridade assentava em não conseguir encontrar nada de particularmente interessante na personagem e respectiva música. Não dava sequer para escrever: "O disco é mediano MAS…"

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Chegou agora

Ultraviolence

(e tal como o anterior, alvo de ultra

hype

antes de sequer se ouvir um segundo…) e com ele morre em definitivo o meu interesse auditivo pela artista-anteriormente-conhecida-por-Lizzy-Grant.

Ultraviolence

tresanda a um

faux-vintage

que procura desesperadamente voltar atrás no tempo e ser sarcasticamente fixe. Esconde-se atrás de uma pseudo-sofisticação, as letras estão recheadas de clichés patéticos (faz um óptimo trabalho em tornar o

live fast die young

do rock n' roll na cena mais monótona do universo), os instrumentais são aborrecidos e a produção do tipo dos Black Keys inundou-me os headphones de tanto reverb que nem sei se os vou conseguir usar de novo. Finalmente, se em

Born to Die

a Lana del Rey conseguia ainda disfarçar as audíveis limitações na voz com alguns artifícios engenhosos e refrões

catchy, Ultraviolence

leva-me a crer que Lana será das piores cantoras do mundo. Tudo junto, contribui para um disco mais entediante que o Irão vs. Nigéria dos últimos dias —pior mesmo só se fosse o Carlos Queiroz a produzi-lo.

Ultraviolence

não é mais do que um estado permanente de letargia deprimente e desnecessária. Mais uma exibição de "Ó-para-mim-que-sou-tão-sentimental" de alguém que parece viver desesperadamente dessa imagem. A música, essa, nem vê-la. Em todo o caso, salvam-se os lábios de pato e fotografias como esta.