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USP aprova sistema de cotas no vestibular da FUVEST

Na terça (4), o Conselho Universitário decidiu que será incluída a oferta de vagas para pessoas autodeclaradas pretas, pardas e indígenas.
Foto: Agência Brasil.

ERRAMOS: este conteúdo foi alterado.

"A gente olha para a USP e não parece que está no Brasil", declarou Bruna Sena, 1ª colocada no curso de Medicina da universidade em 2017, ao jornal O Estado de São Paulo. A estudante negra que veio da escola pública também comemorou a aprovação de cotas no vestibular da Universidade de São Paulo (USP).

Em reunião na noite de terça-feira (4), o Conselho Universitário da USP decidiu que, a partir de 2017 (ingresso em 2018), será incluída a oferta de vagas na universidade por meio de cotas para pessoas autodeclaradas pretas, pardas e indígenas (PPI). As reservas serão disponíveis da seguinte forma:

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  • 37% das vagas de cada unidade de ensino e pesquisa;
  • 40% das vagas reservadas de cada curso de graduação, para o ano de 2019;
  • 45% das vagas em cada curso e turno, para 2020;
  • 50% das vagas por curso e turno a partir de 2021 e nos anos seguintes.

Além das vagas disponíveis via vestibular tradicional, o Conselho da universidade também aumentou as vagas do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Serão oferecidas 2.745 vagas, um acréscimo de 407, em comparação ao vestibular de 2017.

Em 2017, houve o maior número de alunos da rede pública de ensino que ingressaram na USP. "A inclusão social é um problema importante do ponto de vista de integração de nossa população", conta o reitor da universidade Marco Antonio Zago à Rede EBC. Zago considera a decisão como histórica.

Apesar da adoção das cotas, a tese da Profa. Doutora em Educação Viviane Angélica Silva sobre o debate racial na universidade revela que apenas 2% do total de docentes da instituição são negros. Como divulgado na Folha de S.Paulo, dos seis mil docentes da USP, apenas 120 são negros. Os dados foram recolhidos dos Recursos Humanos da instituição.

Por outro lado, a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, responsável pelo curso de medicina da USP, divulgou na quarta-feira (5) que não irá realizar mais o vestibular junto com a FUVEST. A instituição irá selecionar os próximos 120 candidatos já em 2017, a partir de um vestibular próprio, como informa o portal G1.

ERRAMOS: Diferentemente do que foi publicado nesta nota, a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo é uma faculdade privada e usava a FUVEST como seu processo seletivo. A Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), por sua vez, seguirá as regras do processo seletivo imposto pela FUVEST.

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