Imagem: Instagram de Lily Allen
Sei que vocês já cansaram – porque sua aparição no festival tem sido onipresente nas notícias desde que foi feito anúncio em 2015 – mas o Glastonbury deste ano será lembrado como o ano em que Kanye foi headliner. Não gostou? Maravilha. A beleza do mundo está no fato das pessoas curtirem coisas diferentes.
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Para algumas, a presença do “Maior Rockstar Vivo do Mundo” foi demais para aguentar. No festival em si, rolaram vaias entre as músicas e as pessoas estavam com faixas com dizeres como “Foda-se o Kanye” e “Gay Fish” [referente à paródia de South Park]. Um cidadão pueril e misógino fez o favor de imprimir uma imagem da sextape de Kim Kardashin em uma das faixas, para o delírio da galera da Lad Bible.
As faixas eram, na melhor das hipóteses, imaturas, e horrendas, na pior. E acabou que soubemos por meio do Instagram que, no festival, na sexta-feira, Lily Allen – conhecida como Sheezus e veterana de Glastonbury – deu uma de justiceira ao pegar uma das faixas “Foda-se o Kanye” próximas de sua tenda, rasgando-a e tacando fogo; queimando pedacinhos até que se lesse somente “Kanye”.
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Ela escreveu uma legenda que tenta restaurar alguma “Peezus” [paz]. Então parabéns para Lily e sua justiça flamejante, porque quanto mais a rejeição a Kanye aumentava, mais difícil ficava imaginar aquilo tudo acontecendo com qualquer outro artista. Ela ainda disse: “Não vá jantar na casa de alguém e diga que a comida é uma merda”. E é por aí mesmo. Sempre tem muita gente no Glastonbury que não curte muitos os shows principais, mas dificilmente se vê tanto ultraje e protesto durante os shows. Todo mundo vai fazer outra coisa. Quando o Deadmau5 deixou o palco como headliner do Other Stage, no sábado, para tomar umas enquanto rolava um som qualquer, ninguém vaiou ou estava espumando de raiva.
Está claro que parte da negatividade direcionada a Kanye vai além de um simples desgosto por sua música. Parece ser a combinação de um monte de fatores mais pessoais: seu status, seu relacionamento e família, a cultura hip-hop. A ideia de que a “a música de Kanye é uma merda” ou “Kanye é um cuzão” não parece justificar tanta malevolência em sua direção.
Não há lugar no mundo para essa mentalidade mais. Mais que qualquer outra coisa, festivais são locais de celebração, amor e alegria, não negatividade. Além disso, um salve pra Lily por conseguir com que “All Day” sincronizasse tão bem com seu vídeo no Instagram. A mina manja dessas paradas de editar vídeo em aplicativos.
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Tradução: Thiago “Índio” Silva