FYI.

This story is over 5 years old.

Música

Os Q&P avisam: "Onde há música, não pode haver maldade"

"Terror is not a new weapon", novo single da dupla de produtores de música de dança, assenta numa mensagem activista e em grandes feitos da humanidade. Para te pôr a dançar, mas também a pensar.

No século XVII, Cervantes escreveu Dom Quixote, um romance que foi traduzido em mais de 60 idiomas e é considerado um dos livros mais importantes de todos os tempos. Até Nietzsche, o auto-proclamado "pessimista dionisíaco", era fã de Dom Quixote, um optimista inveterado.

Dom Quixote é uma alegoria da vida de todo o homem que, ao contrário de outros, não é cuidadoso apenas com o seu próprio bem-estar, mas persegue um objectivo. Obcecado com os ideais cavalheirescos, decidiu pegar na sua lança e espada para defender os desamparados e destruir os ímpios, em busca de glória e de uma grande aventura.

Publicidade

No século XXI, as batalhas mudaram. Mas, ao longo dos anos, conseguimos ir encontrando alguns cavaleiros que tentaram lutar contra o mal e que o fizeram através de discursos, de acções e da música. Para a dupla de produtores de música de dança Q&P, cujo novo single, "Terror is Not a New Weapon", vos chega agora aos ecrãs (vídeo acima), embrulhado numa viagem visual histórica e de reflexão, alguns exemplos não passam despercebidos. Eles explicam o que os inspirou em cada um dos seguintes líderes mundiais:

Barack Obama

Still do vídeo "Terror is not a new weapon", de Q&P.

No seu discurso de vitória, Obama disse: “Sim, nós podemos”. "A estrada à nossa frente será longa. A nossa subida será íngreme. (…) Nunca estive tão esperançoso de que lá chegaremos, como estou esta noite. Prometo-vos: nós, enquanto pessoas, chegaremos lá".

Temos tanta história, fomos atacados por bombas e tirania, uma geração ascendeu à grandeza e a democracia foi salva. "Sim, nós podemos". Um pequeno passo foi dado quando o homem chegou à lua, quando uma parede caiu em Berlim, quando a ciência e a nossa imaginação continuam a crescer. "Sim, nós podemos".

“Que os nossos filhos vivam para ver o próximo século; Que as minhas filhas tenham a sorte de viver tanto quanto a Ann Nixon Cooper. E que mudanças verão? Qual será o progresso que faremos?", questionou o agora ex-presidente dos EUA.

John Kennedy

Still do vídeo "Terror is not a new weapon", de Q&P.

O terror não é uma arma nova, mas continuamos a questionar-nos: Onde está o amor? Para Kennedy, explorar o espaço foi um grande passo, no entanto o então presidente norte-americano avisou: "Não iremos vê-lo ser governado por uma bandeira de conquista hostil, mas por uma bandeira de liberdade e paz. Prometemos que não iremos ver o espaço cheio de armas de destruição maciça, mas com instrumentos de conhecimento e compreensão".

Publicidade

Hoje em dia, continuamos a fazer progressos e a tentar evoluir nas viagens espaciais. Escolhemos ir ao espaço, "não por ser fácil, mas, exactamente, por ser difícil, porque este objectivo servirá para organizar e medir o melhor das nossas energias e competências (…)".

Steve Jobs

Still do vídeo "Terror is not a new weapon", de Q&P.

Outro lutador, Steve Jobs, empresário, visionário, disse-nos para nos mantermos "esfomeados e idiotas". Isso mostrou-nos que devemos valorizar a vida e amar o que fazemos.

Steve Jobs, afirmou: “O teu tempo é limitado, então não o desperdices com a vida de outra pessoa. Não fiques preso pelo dogma - que é viver com os resultados dos pensamentos das outras pessoas. Não deixes que o barulho das opiniões dos outros afoguem a tua própria voz. E, o mais importante, tem a coragem de seguir o teu coração e intuição. Eles, de alguma forma, já sabem no que tu realmente te queres tornar. Tudo o resto é secundário".

Nelson Mandela

Still do vídeo "Terror is not a new weapon", de Q&P.

O revolucionário e político sul-africano, Nelson Mandela, ficou na história por lutar contra a discriminação institucionalizada contra os negros no seu país, especificamente contra o Apartheid. Uma vez, disse: “A liberdade não teria sentido sem termos segurança no nosso lar e nas ruas”. E, por isso, lutou para levar o seu país do extremo do Apartheid até à democracia.

Malala

Still do vídeo "Terror is not a new weapon", de Q&P

"Os terroristas acreditaram que os meus objectivos mudariam e as minhas ambições seriam travadas. Mas, nada mudou na minha vida excepto isto: a fraqueza, o medo e o desespero desapareceram. Em vez disso, a força, o poder e a coragem surgiram no seu lugar”. Prémio Nobel, defensora da liberdade, Malala renasceu.

Publicidade

"Esta é a filosofia de não-violência que aprendi com Gandhi, Bacha Khan e Madre Teresa. E este é o perdão que recebi do meu pai e da minha mãe. Isto é o que a minha alma me diz: sê pacífico e ama a todos. Então, hoje, pedimos aos líderes mundiais que mudem as suas políticas estratégicas em favor da paz e da prosperidade", explicou Malala, para concluir: "Já tomámos muitas medidas. Agora é hora de dar um salto".

John Lennon

Imagem via Wikimedia Commons.

Em boa verdade, sim evoluímos muito e é por isso que continuamos a pedir a todos os governos que lutem contra o terrorismo e a violência. E também o fez John Lennon com “Imagine”. Uma música escrita para encorajar quem a ouve a imaginar um Mundo em paz, sem as barreiras das fronteiras ou de pessoas divididas pela religião e nacionalidades e considerar a possibilidade de que toda a humanidade viva sem qualquer ligação exclusiva aos bens materiais.

As batalhas mudaram, dizia-se acima, no entanto, para os Q&P, "o Mundo ainda precisa de cavaleiros para defender os mais oprimidos". Foi por isso que o projecto surgiu, mas também porque, acreditam os produtores, "agora é o momento de agir, para um Mundo melhor".

O slogan "banir a bomba”, icónico da cultura jovem dos anos 60, que criticou o uso de armas nucleares, é agora substituído por o “terror não é uma nova arma”. A combinação da música da dupla, juntamente com a estilização visual, dá vida, cor e uma pequena pitada de loucura à sua melodiosa exploração sonora. Q&P são, por isso, uma dupla de produtores, que escreve e produz música de dança para o Mundo. No seu EP de estreia vão beber influências à pop, ao disco e a vários outros elementos do underground, para construirem temas imersivos, upbeat, de estrutura rítmica carregada de linhas de baixo viciantes e um groove tremendamente dançável.

Publicidade

A mensagem activista é parte integrante das suas canções. Uma mensagem que pretende lembrar-nos alguns dos grandes feitos da história recente da humanidade, como a queda do Muro de Berlim, a ida à Lua, ou o fim do Apartheid! Não é, portanto, por acaso que samples das vozes de Nelson Mandela, JFK e outros líderes inspiradores ecoam ao longo do single de estreia.

Onde há música, não pode haver maldade.


Este artigo tem o apoio Q&P

Segue a VICE Portugal no Facebook, no Twitter e no Instagram.

Vê mais vídeos, documentários e reportagens em VICE VÍDEO.