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Tudo que você precisa saber sobre as eleições de meio de mandato nos EUA

Os democratas ocuparam a Câmara e botaram fim ao governo de partido único em Washington. No Senado, porém, os republicanos seguem como maioria.
midterms
Getty Images

Depois do hype todo, as eleições norte-americanas de meio de mandato, também chamadas de "midterms", foram como muitas pesquisas previram.

Os democratas tomaram a Câmara, acabando com o domínio de um partido só em Washington. Em compensação, os republicanos estenderam seu controle no Senado e repeliram a esperada “onda azul” com vitórias significativas no Texas e Flórida.

O presidente Trump comemorou os resultados na quarta-feira como um “tremendo sucesso”, mas seu poder de aprovar políticas diminuiu significativamente.

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Os resultados entregaram aos democratas poder para intimar e investigar mais profundamente os mundos pessoal e profissional de Trump – incluindo suas declarações de imposto.

A tática dos democratas de visar mulheres, minorias e jovens trouxe uma participação recorde em muitos subúrbios. O resultado é que Washington agora vai ser um lugar muito mais diverso, com um número recorde de mulheres no Congresso.

O Colorado elegeu o primeiro governador abertamente gay do país, enquanto Novo México e Kansas mandaram as primeiras mulheres nativas norte-americanas para o Congresso. Missesota e Michigan votaram nas primeiras mulheres muçulmanas do país. E ainda pode surgir a primeira governadora negra dos EUA.

Aqui vai um resumo de todos os resultados importantes das eleições de meio de mandato de 2018:

GRANDES NOMES

As esperanças dos democratas de virar a mesa no Texas, Georgia e Flórida não se materializaram.

- Cruz mantém seu posto: Apesar de levantar mais dinheiro que qualquer outro candidato ao Senado da história dos EUA ($69 milhões), Beto O'Rourke, 39 anos, não conseguiu tomar o lugar do titular Ted Cruz no Texas. Mas a vitória apertada de Cruz no estado vermelho-sangue será uma preocupação para o Partido Republicano, já que a estrela de O'Rourke provavelmente não vai perder o brilho até o próximo pleito em 2020.

- DeSantis, fã de Trump, vence: o democrata Andrew Gillum esperava se tornar o primeiro governador negro da Flórida, mas o simpatizante de Trump Ron DeSantis venceu por pouco. Trump apoiou DeSantis antes da eleição e rotulou Gillum de “ladrão” no Twitter.

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- Por pouco: Com todos os votos contados, o republicano Brian Kemp teve uma vitória apertada na corrida para governador na Georgia. Mas a democrata progressista Stacey Abrams não vai desistir, reivindicando votos ausentes e votos pelo correio que podem desencadear um segundo turno em dezembro.

- Walker perde a cadeira: o governador do Wisconsin Scott Walker foi derrotado pelo candidato democrata Tony Evers pela menor margem – só 1% – segundo a Associated Press. Mas Walker não vai desistir, e sua equipe sugere que precisa haver uma recontagem.

- Até o fim: Com quase todos os votos contados, o governador republicano da Flórida Rick Scott liderou contra o senador democrata Bill Nelson por menos de meio ponto percentual, na amarga e cara corrida para o Senado. Se a margem continuar, uma recontagem obrigatória será desencadeada.

- Rohrabacher fora: Vladimir Putin vai ter que achar outro “congressista favorito” depois que o republicano Dana Rohrabacher perdeu para o democrata Harley Rouda no 48º Distrito Congressional da Califórnia.

VITÓRIAS PARA AS MULHERES

Um aumento no número de candidatas este ano resultou num recorde de 115 mulheres entrando no Congresso no próximo mandato. O recorde anterior era de 107. Pelo menos 95 mulheres foram eleitas para a Câmara, enquanto alguns especialistas previam que o número poderia ser maior que 100. Elas vão se juntar a 20 mulheres no Senado.

Entre as eleitas há candidatas jovens, negras, muçulmanas e nativas norte-americanas. Elas fizeram campanha sobre várias questões progressistas, principalmente a necessidade de melhorias na área da saúde.

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ELES FIZERAM HISTÓRIA

Teve muitas primeiras vezes nas eleições americanas na terça, com candidatos diversos fazendo história.

- O primeiro governador gay: no Colorado – um estado que já foi rotulado de “estado do ódio” por suas leis anti-LGBT – o democrata Jared Polis se tornou o primeiro governador abertamente gay, derrotando o republicano Walker Stapleton.

- O primeiro congressista gay de Nova Hampshire: Chris Pappas se tornou o novo membro abertamente gay do Congresso por Nova Hampshire, depois de derrotar o republicano Eddie Edwards por mais de 8 pontos.

- A primeira mulher negra de Massachusetts: Ayanna Pressley se tornou a primeira mulher negra eleita em Massachusetts para a Câmara. Durante seu discurso de vitória, Pressley disse que mulheres não-brancas criaram “mudanças sísmicas” para vencer as barreiras que as impediam de assumir cargos públicos.

- Primeiras mulheres muçulmanas no Congresso: Rashida Tlaib, uma palestina-americana de Michigan, e Ilham Omar, uma somali-americana de Minnesota, serão as primeiras muçulmanas a servir no Congresso Americano. As vitórias delas reforçam uma onda histórica de muçulmanos se candidatando a cargos públicos este ano.

- Primeira iraniana-americana: Anna Eskamani triunfou em sua disputa para se tornar a primeira legisladora iraniana-americana na Câmara Estadual da Flórida, derrotando o empresário republicano e incumbente Stockton Reeves.

- Mais jovem que nunca: Aos 29 anos, a democrata socialista Alexandria Ocasio-Cortez se torna a mulher mais jovem já eleita para o Congresso. Sua vitória – derrotando o republicano Anthony Pappas – não foi um choque depois que ela irritou Joseph Crowley, o quarto mais poderoso democrata da Câmara, nas primárias.

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- Primeiras mulheres nativas norte-americanas: as democratas Sharice Davis no Kansas e Deb Haaland no Novo México se tornaram as primeiras nativas americanas eleitas para o Congresso. Davis é membro da nação Ho-Chunk, e Haaland é membro do Pueblo de Laguna.

LEGALIZAÇÃO DA MACONHA

Mais três estados se juntaram à lista crescente de territórios americanos legalizando a maconha para uso recreativo ou médico.

Os eleitores tornaram o Michigan o 10º estado a legalizar a maconha para uso recreativo, enquanto Missouri e Utah se tornaram o 31º e 32º estados a aprovar o uso medicinal de cannabis.

IMPOSTO PARA GRANDES CORPORAÇÕES

Os eleitores de São Francisco aprovaram a controversa Proposição C, com 60% votando a favor da iniciativa. O plano é que corporações com renda acima de US$ 50 milhões paguem 0,5% de imposto sobre receita bruta, com o dinheiro indo inteiramente para programas que auxiliam os sem-teto. O projeto foi apoiado pelo fundador da Salesforce Marc Benioff, enquanto o CEO do Twitter Jack Dorsey foi contra.

FLÓRIDA VOTANDO DIREITOS

Mais de 1,5 milhão de moradores da Flórida reconquistaram seu direito de votar.

Cerca de dois terços dos eleitores do Sunshine State votaram a favor da Emenda 4, que vai restaurar o direito de voto para ex-presidiários que cumpriram sua sentença.

E UM RESULTADO INESPERADO…

Entre alguns choques, Las Vegas foi o destaque.

Dennis Hof, proprietário de bordel e astro de reality show, derrotou a educadora democrata Lesia Romanov na eleição para a 36ª Assembleia Distrital de Nevada.

Infelizmente, Hof não tomará posse. Ele foi encontrado morto três semanas atrás pelo ator pornô Ron Jeremy.

Imagem acima: O Capitólio dos EUA refletido numa poça de água um dia depois que os americanos votaram nas eleições de meio de mandato. 7 de novembro de 2018, Washington, DC. Os democratas conquistaram o controle da Câmara dos Representantes, enquanto o Senado Americano continua sob controle republicano. (Mark Wilson / Getty Images)

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