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Música

Uma Entrevista com a Cara do LCD Soundsystem

O lance da arte do LCD Sounsystem e da DFA Records é que tudo parece totalmente simples, misturado aleatoriamente, mas depois de falar com Michael eu saquei que é essa a idéia, e é também o que dá a cara desses trabalhos.

A EMI Records está organizando uma exposição de arte em Sydney nessa sexta-feira na qual exibirá todos os convites para festas, capas de disco, esboços de caderno e rabiscos de guardanapo feitos para ou pelo LCD Soundsystem. O diretor de arte da banda, Michel Vadino, vai comparecer à exposição, e depois de ver o monte de trabalhos de arte que compõe a mostra, a minha primeira pergunta foi: “Você precisou mesmo de um diretor de arte para isso?”

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O lance da arte do LCD Soundsystem e da DFA Records é que tudo parece totalmente simples, misturado aleatoriamente, mas depois de falar com Michael eu saquei que é essa a idéia, e é também o que dá a cara desses trabalhos.

Vice: Como você virou o diretor de arte do LCD Soundsystem?
Michael: Eu fazia osflyers de algumas das festas e eles começaram a me pedir outras coisas. Queria acreditar que existe uma linha estética no conjunto. Talvez descubramos se existe mesmo quando a exposição abrir – eu nunca havia exibido tudo junto antes.

É a estréia mundial?
Nesse sentido, com certeza – nós vamos exibir literalmente tudo. Quer dizer, não tem nada de precioso nessa exposição, é mais pela diversão, mesmo.

Você nunca exibiu essas peças em Nova York?
Em Nova York ninguém se daria ao trabalho de ir ver.

Trouxas.
É, todo mundo teria alguma coisa melhor para fazer naquela noite. Eu mesmo sofro disso.

Trauma de festa?
Tipo isso.

E como você descreveria o estilo desses trabalhos? É intencionalmente…
Nas coxas.

Isso mesmo.
Nós sempre fizemos questão de que parecesse bem DIY e como uma espécie de volta aos primórdios do punk e no wave – quando não havia dinheiro para fazer arte de verdade. Sempre demos esse visual meio fodido e zoado a eles. Eu adoro isso – acho que é revigorante. Acho que os nossos trabalhos são também uma reação a todas aquelas coisas afrescalhadas dos anos 1990.

Você usa algum programa de computador para fazer os designs?
Lembro que a primeira coisa que fiz foi um flyer para uma festa. Eu queria fazer a parada bem rápido e estava usando o computador do escritório da DFA, mas o James só tinha lá o Photoshop. Eu desenhei à mão, escaneei e literalmente coloquei as letras manualmente no Photoshop.

Como um bilhete de sequestro?
É, levou um tempão. Enchia o saco e era ridículo pra cacete, mas funcionou e definiu uma espécie de padrão para nós. Tudo parece meio atrapalhado. Então é basicamente uma combinação de computador e desenho à mão.

E de onde veio o relâmpago?
Bom, há muita controvérsia. Um dia eu entrei no escritório da DFA e havia um pedaço de papel quadriculado todo rabiscado, e um relâmpago com “DFA” escrito no meio. Fiquei doido com o negócio. Há muita discussão sobre quem realmente desenhou o relâmpago, mas nós deixamos James achar que foi ele e Tim achar que foi ele. É perfeito assim. De qualquer jeito, me apropriei dele para um flyer, contra a vontade deles, mas batalhei pelo relâmpago e no fim eles largaram mão e começaram a amar o desenho.

E por isso você é o diretor de arte.
Exato.

A mostra That’s Cool But Can You Make It More Shit estará em exibição de terça-feira, dia 27 de julho, a terça-feira dia 3 de agosto, das 11h às 18h na galeria Tom Dunne.