Em dezembro de 2013, relatamos que o Google estava prestes a financiar um levante de robôs, investindo na Boston Dynamics, uma empresa de robótica avançada que desenvolve máquinas capazes de andar, correr e atacar de forma tão natural, que é impossível não se sentir desconfortável com elas. Agora, em um vídeo do YouTube lançado recentemente, os robôs parecem estar aprendendo a arte da guerra, trabalhando de mãos dadas (ou seriam patas?) com fuzileiros navais americanos em exercícios de campo.
Entre densas matas tropicais, o modelo militar L3 (semelhante ao Big Dog) pode ser avistado trotando, como um bichinho que nunca para quieto, ao lado de seus operadores da Marinha, carregando filtros de água industriais. No vídeo, Brandon Dieckman, do Sistema com Pernas de Apoio a Esquadrões, diz que é uma sensação estranha pensar que ele é um dos primeiros fuzileiros navais a testar um companheiro robô.
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“Trabalhar apenas com robótica”, conta Dieckman, “não é algo que imaginei que fosse acabar fazendo, ou trabalhar com qualquer tipo de tecnologia experimental”.
Segundo Dieckman, a máquina ruidosa foi capaz de passar por territórios que qualquer outro veículo terrestre jamais seria capaz de atravessar. Não é uma surpresa, considerando que o L3 pisoteia terrenos como uma mula e pode carregar 180 quilos de armamentos, com combustível suficiente para uma missão de 30 quilômetros ao longo de 24 horas. Ah, e ele também segue um líder designado, usando uma tecnologia computacional de controle de visão, de modo que nenhum driver ou operador remoto sejam necessários.
Dá para ver que o robô corpulento é um protótipo, por vários motivos. Em primeiro lugar, por mais furtivo que seja, seu barulho o denunciaria em operações encobertas, ou mesmo em ofensivas convencionais de forças terrestres, que buscam manter suas posições em segredo. É mais provável que o filhote seja usado em ofensivas longas, em que localizações não são tão críticas, aliviando a carga de munição dos soldados, ou de itens como água, como ele faz no vídeo.
Constantemente, soldados reclamam do peso excessivo, do amontoamento e das iimplacáveis marchas com 45 quilos de equipamentos amarrados nas costas. O BigDog poderia mudar isso de forma significativa, carregando a sobrecarga. E não é a primeira vez que o exército americano considera o uso de tecnologia futurística para alivar o cansaço dos soldados. Exoesqueletos militares, desenhados para capacitar os soldados com super-força e reforçar sua performance, já foram desenvolvidos.
Vivemos numa época em que soldados logo serão obrigados a operar drones-quadricópteros em campo, ou pilotar jipes com canhões a laser. Com robôs atrelados ao pelotão, é preciso ter em mente que as possibilidades são infinitas.
Embora o robô ainda não satisfaça os requisitos mínimos, é apenas uma questão de tempo até que esteja mais silencioso, compacto e/ou armado. Em outras palavras, quando será que o exército vai acoplar um fuzil M60 calibre .50 nas costas dele e mandá-lo caçar soldados talibãs?
Tradução: Stephanie Fernandes