Foto por Joel Fowler, Design por Christopher Classens.
Hoje em dia as mixes online podem ser encontrados em qualquer lugar, permitindo a fãs curiosos fácil acesso a apresentações incríveis que vão do Skrillex ao Ben Klock, tudo sem sair do sofá, ou ter de comprar um ingresso para o Ultra ou passar pelo Sven na Berghain. Esse ano, a internet estava lotada de sets de primeira, e é por isso que hoje nós trazemos 25 das nossas mixes preferidas. Se você estiver se perguntando o que estávamos ouvindo quando fizemos essa lista ouça nossas 50 melhores faixas de 2015.
Videos by VICE
25) Avalon Emerson – Boiler Room Berlin Mix
De mudança para Berlim depois de sua residência em São Francisco, a produtora e DJ Avalon Emerson aproveitou a nova cidade no Panorama Bar. O set de estreia da DJ americana no Boiler Room a encontra armada com seu fone de ouvido pirulito ao final do verão berlinense, juntando sua afinidade com percussão pesada e a fisicalidade ressoante de suas próprias produções.—Lachlan Kanoniuk
24) Arca – Sheep for Hood By Air FW15
Essa mix que o Arca fez para a apresentação de moda do Hood By Airs, que rolou em janeiro, era realmente uma mix? Definitivamente contém elementos de uma seleção, incluindo algumas viradas abstratas do produtor de Mississipi Beek, o deus do rock progressivo Robert Wyatt e sua frequente colaboradora Björk. Dito isso, parece mais uma colagem de som alucinada do que um compêndio das faixas preferidas do produtor venezuelano, a mão ser que por “faixas” você esteja falando de sons de ovelhas, alarmes de segurança disparando, e máquinas industriais batendo. Quando você está em certo estado de espírito poético, essas coisas podem ser bem musicais em si, não? Claro, mas é raro soarem tão misteriosas e tranquilizadoras como soam aqui. —Emilie Friedlander
23) Etienne de Crecy – Essential Mix
Um dos mestres originais do house francês, Etienne de Crecy ressurgiu de um sono de dez anos no último janeiro com o lançamento de Super Discount 3, um muito aguardado retorno de uma série seminal de discos e EPs que ele lançou lá nos idos de 1997. Essa mix deu a De Crecy uma plataforma para mostrar suas últimas faixas enquanto ainda reintroduzia ao mundo um gosto há muito ausente de house. É o som francês contemporâneo em sua melhor fase.—Gigen Mammoser
22) Joseph Marinetti – Radio Tank Mix
Se você quiser sacar a mistura particular de esquisitices do selo escossês LuckyMe, essa mix provavelmente não seria um mal lugar para começar. É uma confusão, uma corrida absolutamente incansável pelo happy-hardcore consciente de si que nós esperamos da gangue de Glasgow. A julgar pela inclusão de sua própria exuberante faixa, “Helian 17”, é um som que Marinetti conhece de cor. Em nenhum segundo dessa sessão de 30 minutos para a Tank Magazine ele nos deixa para baixo, ainda que breve, essa mix é uma experiência bem exaustiva — de uma maneira incrível.—Angus Harrison
21) Tycho – Elsewhere Burning Man Sunrise Set
Todos os sets de DJ tentam comover o ouvinte de uma maneira ou de outra, mas é raro aqueles que tenham sido gravados em cima de um objeto em movimento — a não ser que você esteja no Burning Man. Scott Hansonm, também conhecido como Tycho, gravou esse set em cima do carro Dusty Rhino durante as lendárias sessões ao nascer do sol do festival. A mix de duas horas toca uma seleção de faixas de apertar o coração construídas especialmente para aquelas noites que só terminam com o raiar do dia — do techno transcendental de Jon Hopkins e Daniel Avery aos bips e bops IDM de Aphex Twin e Boards of Canada, cuja faixa clássica de 1996 “ROYGBIV”, de acordo com a tracklist, apareceu enquanto o sol estava nascendo.—David Garber
20) Moon Boots – Backyard Boogie Vol 2
Enquanto muitas pessoas passarão o churrasco de verão ouvindo The Weeknd e Drake incansavelmente, nós estávamos comendo e bebendo ao som da segunda mix anual Backyard Boogie do Moon Boots. Essa coleção deliciosamente fácil de ouvir do sujeito disco de Brooklyn, flutua como o Cadillac que viaja no tempo de Austin Powers, passeando por clássicos como Donna Summer, Rick Wade e Robert Hood, junto com alguns cortes funkeados de Danny Krivit, JKriv e o prórpio Moon Boots.—David Garber
19) Denis Sulta – Boiler Room Glasgow Mix
Tem um comentário no vídeo de YouTube do set do Boiler Room do Denis Sulta em Glasgow no último verão que diz: “O único problema que eu tenho com o Sub Cluc é que ele estraga qualquer outra balada para o resto da sua vida”. E é, na verdade, um sumário bem engraçado da energia positivamente contagiante que escorre desse set. Sulta teve um ano sensacional, e esse set para o Boiler Room é um testamento perfeito de por que Glasgow continua sendo um dos lugares mais empolgantes para ficar doido e suadão do Reino Unido. De suas próprias faixas “LA Ruffgarden” ou “It’s Only Real”, ao lançamento de Lumberjacks From Hell em “Hit It N Quit It”, cada segundo é um tributo à alegria da balada.—Angus Harrison
18) Bjork – Tri Angle Records Birthday Set
Em maio desse ano, a Tri Angle Records comemorou seu quinto aniversário dentro de um prédio no centro financeiro de Nova York. Eu estava doente em casa com uma gripe, mas anúncios bêbados da festa davam conta de que estava acontecendo, entre outros detalhes memoráveis, o que parecia ser um DJ set da Björk mascarada com lantejoulas e curtindo com a pista.
Ouça a Björk discotecando um MC Brinquedo em Nova York
A descrição toda parecia bizarra demais para ser verdade, mas quando uma gravação da produtora e cantora islandesa surgiu no SoundCloud alguns dias depois, parecia menos um set de festa e mais uma colagem de som quebrada, começando com uma lenta balada do cantor paquistanês Abida Parveen e esparsos sons de coral, flautas chilenas, e canções da África central entre batidas da galera da Tri Angle. Houveram momentos dançáveis, claro, mas também teve beleza assustadora para arrancar a ocasional lágrima.—Emilie Friedlande
17) Martyn & Actress – NTS Mix (March 13, 2015)
Ambos produtores têm em comum o que eles têm de diferente: tanto o inglês Actress quanto o holandês Martyn em seus trabalhos autorais flutuam entre os gêneros, usando a música eletrônica como uma linha estética que costura diferentes momentos históricos no molde do agora, mas sem uma aparente pretensão afetada ou a frieza do pós-modernismo. Nesta mix para a NTS, não à toa as duas horas de som começam no deserto africano com o Tinariwen, passam pelo post-punk, pelo techno, industrial e acabam de volta em um remix balearic para uma faixa do David Byrne. É o Dr. Manhattan da música eletrônica: uma manifestação material do passado, do presente e do futuro e que não é nenhum deles, mas sim algo muito maior e bom para se dançar. —Eduardo Roberto
16) Mike Huckaby – The Bunker Podcast 49
Mike é como um cirurgião atrás dos decks, pulando com foco laser entre discos que andam aquela linha entre o house e o techno. Essa é uma mix Huckaby no que tem de melhor, passando pelo clássico de Moodymann “Tribute”, Rhythm & Sound, G Man, Baby Ford e Kerri. Ele te traz pra baixo com algum techno meio dub apenas para levantar com uma linda frase de Rhodes. Classe pura.—Joel Fowler
15)UNiiQU3 – Radar radio, October 29th
Cherise Gary, também conhecida como Uniiqu3, é uma das vozes mais vibrantes do Jersey Club — e isso não é só graças às suas produções e remixes de sacudir o popozão, mas também a forma como ela representa seus parceiros em seus timbres únicos. O caráter espontâneo e sem regras de grupos como Brick Bandits e as estrelas agora internacionais como DJ Sliink brilham profundamente nessa mixtape de uma hora para The Wire, desenterrando um monte de ritmos de festa e identidade do coração da cidade que ela ama.—David Garber
14) Bicep – Mix for Gilles Peterson Worldwide
Se você se encontrar no deck para fazer uma mix para a Family Mixtape de Gilles Petersons, você sabe que é hora de pegar a lupa e olhar bem na sua caixa de discos. Para uma edição de meio do ano da série, a dupla breakout do Reino Unido, Bicep, colocou seus músculos de house em espera para uma mix de afrobeat e disco. É uma mix tão classuda quanto madura, passando por Roy Ayers e Dayme Aroecna (do próprio selo de Peterson, Brownswood Recordings), antes de terminar com um blues modeno com St. Germain.—David Garber
13) Tzechar – Thuggin’ Underground Club Mix for THUMP
Na matéria gringa publicada sobre essa mix do Tzechar, nossa querida Michelle Lhooq elogia a habilidade dos seus remixers australianos de K-pop de encontrarem conexões musicais inesperadas entre material de todo o mundo. “Quando uma faixa de footwork da dupla de Xangai e Tóquio SLV segue em uma Azealia Banks ‘Heavy Metal and Reflective’, parece uma revelação”, ela escreve. “Esse mix é muito mais do que hits. É sobre descobrir a linhagem musical secreta compartilhada pela comunidade de dance music dos dois lados do mundo”. Esse senso de conexão é poderoso desde o começo, quando uma faixa da trilha sonora de Ghost in the Shell de Kenji Kawai se funde com um clássico industrial de Throbbing Gristle — é uma puta entrada, e as coisas só ficam mais interessantes daí pra frente.—Alexander Iadarola
12) Prins Thomas – Paradise Goulash
É justo assumir que essa é o única mix dessa lista a ser servida em uma lata. Porra, é justo dizer que esse é o único lançamento da disco a ser lançado em uma lata. Com Paradise Goulash, Prins Thomas entrega uma dose de três discos de um brilhantismo esquisito em homenagem à instituição nova-iorquina Paradise Garage. É bastante para digerir, mas cada audição recompensa com as únicas lentes disco do artista norueguês. Prove uma entrada clicando no link acima.—Josh Baines
11) Fred P – FACT Mix 511
Fred Peterkin é um herói do deep house contemporâneo. Você pode conhecer ele de seu selo Soul People, fundado uma década atrás como canal para suas próprias produções, muitas das quais aparecem sob a alcunha Black Jazz Consortium. Sua mix para FACT é emocionalmente rica — quase espiritual — envolvendo sua gentil mas firme narrativa dentro de uma ambientação suave. Inclui contribuições de outras feras do house como Chez Damier, Ron Trent, Mr. G e o frequente colaborador us-Ed, e vai iluminar qualquer mal humor que você jogar nele.—Max Pearl
10) Nina Kraviz – DJ Kicks
Kraviz tem estado relativamente quieta na produção esse ano, oferecendo aos fãs só um remix 12” de seu neo-clássico “Ghetto Kraviz” e alguns singles em seu selo трип. Então parecia apenas justo que ela nos desse uma amostra de sua proeza nas picapes — dessa vez com um de seus CDs de mix mais bem sucedidos até o momento. Quando ela quer, Nina pode ser uma ótima contadora de histórias. A lista de faixas é só de mestres como DJ Bone, Fred P., Terrence Dixon e Plaid, assim como uma amostra de artistas de seu selo. O resultado é uma aventura bem executada por ouros contemporâneas junto com algumas excelentes faixas de IDM dos anos 90.—Juan Pablo López
9) Prosumer – Beats in Space #801
Eu tenho a maioria dos sets do Prosumer para o Beats in Space guardado para dias cinzas de inverno, e nunca paro de me surpreender como ele é capaz de juntar Skye, St. Germain, Tuff City Kids e Dollska em um set de uma hora e fazer isso funcionar — mas essa é a beleza desse grande alemão. Essa mix acontece em sessões: às vezes ele está mostrando como ele pode mixar com os melhores; às vezes ele está mostrando como ele pode tocar um disco de Jamie Lidell de 90 BPM se ele quiser. Porque ele é Prosumer.—Joel Fowler
8) Teki Latex – Just Jam
Teki Latex é provavelmente um dos melhores DJs a aparecer nessa lista. Ouça seus shows ao vivo no Rinse French, ou na balada, e o que você irá ouvir é um mestre de seu gênero. Esse set, gravado como parte da série de livestream Don’t Watch That, de maio deste ano, é um ótimo exemplo em explicar por que Sound Pellegrino é um homem tão reverenciado. Eu não acho que exista mais ninguém no planeta terra que possa ir da versão de Fraxinus de “Doors to Manual” de Fidel para “Forever in Electric Dreams” em 45 minutos e, se tiver esse alguém, não faria com a ingenuidade e a empolgação de Teki Latex.—Josh Baines
7) Mike Servito – Dekmantel Podcast 019
Tem um motivo pro Mike Servito ser residente do Bunker. Seus corajosos DJ sets — geralmente temperados com uma boa dose de acid — seguramente fazem a pista de dança girar. Esse ano o nativo de Detroit foi de uma lenda local para uma figura em ascenção no circuito internacional, com uma entrada na meio zoada mas ainda respeitada lista dos Top 100 DJs. Gravado nos estúdios do Bunker em Nova York em dois Technichs 1200, um mixer Rane MP2015, essa mix disponível apenas em vinil, segundo Servito me disse por e-mail, foi a sua preferida do ano: “Eu acho que me captura em meu próprio elemento. Elementos de Detroit. Elementos do acid. Faixas velhas contra as novas. É um mix bem energético desde o começo. Eu tenho uma tendência a ir para todos os lados às vezes, mas esse mix parece coeso e correto quando o terminei”.
“O som é bem representativo de como eu tenho tocado esse ano e os tipos de faixas que tenho guardadas”, contou. “Eu acho que continua constante até o fim. Tem viradas e mudanças e algo de agressivo nele”. Mais do que qualquer outra coisa, essa mix me faz querer fazer o que já vi Servito fazer em muitas ocasiões: pular, estalar os dedos e gritar.—Michelle Lhooq
6) DJ Harvey – Boiler Room
O anúncio que DJ Harvey iria gravar um set do Boiler Room no último verão do hemisfério norte foi um motivo sério de nervosismo. O homem praticamente vive de fumaça, boatos e mistério. Seus sets não são compartilhados no Facebook; eles são comentados com reverência. Como alguém tão mítico poderia segurar as pontas sob o olhar de uma câmera? A resposta? Incrivelmente. Harvey conseguiu, de algum jeito, distorcer as regras do livestream, transformando um formato normalmente estéril em uma experiência a quilômetros de distância de qualquer quarto vazio ou mesa bagunçada que estivéssemos vendo seu set. Construído de escuridão, ele apenas tocou disco após disco do balearico a disco mais comovente e chorosa que você possa imaginar. Por lá rolaram discos que você nunca vai achar ou escutar em outro lugar. Uma hora e meia de trabalho de mestre.—Angus Harrison
5) Total Freedom – Rinse FM Podcast
Em uma recente entrevista para a Pitchfork, Arca descreveu o Total Freedom como “o rei que pinta o caos”. E ele tem razão: junto com suas próprias edições maníacas e faixas de seus colegas de Fade to Mind, Ashland Mines ficou conhecido por tocar de tudo desde hardstyle a música de coral e vidro quebrando. Existem alguns DJs tão hábeis em juntar o agressivo com o sensual (ou em combinar dois samples de maneiras que fazem você sentir algo que nunca sentiu antes, como: gritos de filme de terror que ele costuma colocar na hora certa). Nós temos sorte que a gravação do set do Total Freedom para a Rinse exista — uma obra prima de duas horas que bate forte na experimentação.—Alex Iadarolla
4) Function – Berghain 07
Incontáveis ondas de publicidade têm recaído sobre a Berghain nos últimos anos, mas suas paredes de fortaleza ainda não ruíram sob o peso do mainstream. Ainda assim, manter o nível de perfeição da balada underground berlinense é uma proeza hercúlea — uma proeza que pede que seus DJs residentes acertem em cheio noite após noite. Manter esses padrões é de extrema importância para manter a reputação da balada, que é talvez o motivo de Function (também conhecido como Dave Sumner), quando foi chamado para comandar a sétima edição da série de mix da Berghain ter chamado a tarefa de “o projeto musical mais difícil que eu já participei”. O residente da Berghain, que se mudou de Nova York para Berlim em 2007, é o primeiro não alemão a participar da série — mas os 90 minutos de techno impecavelmente costurados que ele apresentou serviram de prova de que não se tratava de um estrangeiro. A mix de 30 faixas, apresentando entre outros Silent Servant, Rodhad, DVS1 e Rrose, incluiu incríveis 17 sons exclusivos tão procuradas que foram lançadas depois como EP em vinil.
Em uma entrevista, Sumner dedicou a mix para a Berghain e a Limelight, a balada dos anos 90 em Nova York onde ele sentiu o poder sombriu do techno pela primeira vez graças ao som do residente Jeff Mills. “Foram as únicas baladas no mundo que representaram uma mudança de vida para mim”, disse Sumner, “e os dois únicos lugares em que entrei e me senti em casa”.—Michelle Lhooq
3) Robert Hood – Live at Weather
Uma das melhores coisas do ano aconteceu em um campo perto de Paris em uma noite estranhamente fria em junho: Robert Hood, tocando como Floorplan, desmontando duas horas irreais de techno e house. A lenda da cultura de balada pregou de cima, passando pelos dez mandamentos da pista de dança com serenidade. Ver Hood trabalhando é um exercício transcendental, e no final das contas, não é por isso que vamos a baladas e festivais, o motivo de ouvirmos disco após disco — para encontrar algo acima e além de nós? Eu encontrei isso naquela noite. Eu nunca vou esquecer.—Josh Baines
2) DJ Koze – DJ Kicks
Março passado, conduzi uma entrevista envergonhada por telefone com DJ Koze na qual o produtor de Hamburgo e fundador da Pampa Records admitiu que seu último disco, o psicodélico Amygdala, era provavelmente o melhor disco que ele havia produzido. “Meu tempo acabou”, ele disse. “Eu preciso dar espaço para a geração mais nova agora”. DJ Koze é uma espécie de enganador inveterado, então eu suspeitei à época que ele pudesse estar brincando comigo; quando ele lançou seu DJ Kicks alguns meses depois, eu percebi que ele realmente havia me enganado.
Apropriadamente, tem muito humor através da coleção de mais de uma hora dessa mix: uma mensagem computadorizada de boas vindas de alguém clamando ser o vizinho de Koze; nomes de faixas apresentados por um bebê alemão; uma canção de William Shatner produzida por Ben Folds. Mas Koze fez mais do que nos fazer rir; depois de cada risada ele seguiu com um momento impressionante de apreciação à música — geralmente de artistas que nunca ouvimos antes, ou talvez nunca esperássemos que Koze desenterrasse, da lenda da cena beat da Califórnia com Madlib ao folk psicodélico dos ingleses do Broadcast, progenitores do cloud-rap cLOUDDED à música havaiana. Tudo é manipulado com a mesma mão cuidadosa que ele usa para suas outras produções, como se ele nos levasse numa visita guiada a alguns dos discos mais estimados de sua coleção, sussurrando comentários ao invés de falar em voz alta. Mas melhor mesmo é ouvir as canções.—Emilie Friedlander
1) Four Tet & Floating Points – Final Plastic People Mix
A Plastic People tem sido um pilar na cultura dance britânica há mais de duas décadas, lar de noites definidoras de cena como a festa pioneira do dubstepFWD>>>. Quando a balada anunciou que iria fechar, Four Tet e Floating Points — dois DJs que se tornaram o que são por causa dessa casa — deram um adeus adequado à balada: dividindo os decks durante seis horas seguidas deixando o público gritando de empolgação a cada mudança de faixa.
Eles começaram com um pouco de música Brasileira, eventualmente foram para “Pinnacles” de Four Tet, aparentemente tocada pela primeira, e agora última, vez no sistema de som da casa. (Four Tet fez uma faixa com o nome da balada para seu disco de 2010 mas escolheu não tocá-la, substituindo-a com a igualmente metalinguística “Plastic Situation”). Nós também sentimos o gosto do EP de Floating Points, o Vacuum Boogie, que ele disse que nasceu daquele ambiente; clássicos de amigos como Daphni e Joy Orbison; Jimi Hendrix, J Dilla, algum seminal house de chicago e, é claro, dubstep do Reino Unido. “Dizer que esse lugar foi fundamental na nossa formação musical pessoal seria muito pouco”, eles disseram em uma nota que acompanha a mix. Em celebração às faixas que inspiraram suas próprias trajetórias aventurosas, Four Tet e Floating Points nos lembraram que os melhores DJ sets são mais do que a trilha sonora de uma festa. Elas são um reflexo das pessoas que fazem a festa ser maravilhosa.—David Garber
Tradução: Pedro Moreira
Siga o THUMP nas redes Facebook // Soundcloud // Twitter.