Este artigo foi originalmente publicado na VICE USA.
Há cerca de seis meses entrevistei Zarrah, uma actriz da Burning Angel. Porquê? Porque ela tem uma tatuagem no ânus. Não fazia a menor ideia de que um tema tão absurdo pudesse despertar a ira de outras pessoas com o ânus tatuado.
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Mas, o certo é que Lyla Louise Moretti, uma rapariga que aparece num vídeo a tatuar o rabo numa convenção de tatuagens, foi ao meu artigo e comentou: “Adoro quando me embebedo para tatuar os nomes dos meus ex-namorados. O meu cu é trash do bom. Essa gaja é uma anedota, uma porca ex-yonki que se meteu no porno”.
Fiquei a sentir-me mal por ter desprezado o seu rabo. Como sou um tipo que tenta ser profissional, fui falar com ela para saber o que tinha a dizer.
VICE: Lyla, fala-nos da tatuagem do teu ânus.
Lyla: Quando tinha 19 anos comecei a prestar atenção ao sexo anal, porque o meu namorado tinha problemas com medicação e porque me sentia sexualmente negligenciada. Em vez de ir à procura de outra pessoa, via porno em casa. A única coisa que me deixava com tesão era o sexo anal. Gosto de ver as gajas a sofrer. Adoro a dor, tolero-a muito bem. Uma noite, enquanto via um filme com o meu namorado, ocorreu-me a ideia de ensinar ao Mundo como se faz anal de verdade. Aquilo a que as pessoas chamam de sexo anal, para mim, é só o começo. Temos que meter a pila até ao fim e devemos ser brutais quando a estamos a enfiar. Se estás a curtir perde todo o sentido. Por isso, pensei que devíamos fazer uns vídeo e ensinar como se faz.
Uma carreira não. As miúdas do porno fodem com pessoas aleatórias e eu não quero fazer isso. Só o vou fazer porque o meu namorado quer.
Andava com um gajo e um dia quando voltei a casa encontrei-o deprimido, a fazer uns buracos no sofá com cigarros. Fartei-me e fui perguntar ao vizinho se me ajudava a transportar alguns móveis para me mudar. Foi assim que eu e o vizinho começámos a andar. Quando lhe falei de mim, ajudou-me a explorar o meu ânus de forma profunda. Um dia disse-me: “Sabes o que seria altamente? Pôr uma marca no teu ânus. Porque serás a única pessoa do mundo a fazê-lo”. Pensámos que iríamos estar juntos para sempre. Pedi-lhe que escrevesse o seu nome e “999” uma vez que nos conhecemos a 9 de Setembro de 2009. Além disso, ao leres ao contrário fica “666”. Fomos tatuá-lo no Dia dos Namorados. Ele segurava-me as nádegas para que ficasse com o sítio bem aberto. Doeu-me imenso, estava cheia de dores e aguentava a respiração para poder suportá-lo melhor. Quando deixei esse namorado, saí com outro rapaz. Ia tatuar o nome dele em cima do outro, mas nunca o fiz. Quando acabei com esse veio o Jason e tatuei “ROCKWOOD”, que é o seu apelido. Também serviu para tapar o antigo. Ah, já agora, também tatuei o seu nome na anca.
Não sei. O meu namorado actual acabou de me tatuar o seu nome. Tatuar nomes tem a sua graça. Sinto que quando o faço, significa que os amo de verdade e que quero estar com eles para sempre. Mas, parece que nunca aprendo. Agora, acabei de tatuar o Jordan.
Já pensei nisso, mas seria um desastre porque fiz duas rosas com espinhos para tapar os nomes que tinha no ânus. Não era o que queria, mas foi a primeira coisa que o tatuador fez na convenção. Disse-lhe que não queria isso e ele disse, “quero lá saber, já te estou a fazer isto à borla”.
Tatuaste uma cena que nem sequer querias???
Não era o que queria mas também não está feio… só é pena ter saído preto. Mas, uns tempos depois, em Tampa, fui à estação de rádio Cowhead e um outro tatuador pôs-lhe cor. As rosas ficaram vermelhas, as folhas tornaram-se verdes e pensei que seria engraçado fazer contornos a amarelo como se o meu cu brilhasse. Agora chamo-lhe a minha coroa de espinhos.
Sim. A rapariga em questão dizia que ela era a pioneira das tatuagens do ânus e não é assim. Aliás, ela tem uma tatuagem na racha, por cima do ânus e não no ânus em si. O meu está mesmo no ânus. Tenho tinta nas rugas e isso doeu-me muito.
Agora que vais começar no porno, achas que poderão fazer coisas juntas?Ela já faz porno e duvido muito disso, porque não sei onde é que ela andou a meter o cu nem com quem esteve até agora. Eu não levo esse estilo de vida. Sempre tive relações longas com os meus namorados e sou comprometida com eles.
Eu não punha outra pila dentro do meu rabo. Mas, peço ao meu namorado para me enfiar dois brinquedos enquanto ele a tem dentro de mim.
Uma tripla? Tinha acabado de sair do teu rabo? Bem, mas se está cheio de mel e rebuçados é outra história. Parece delicioso.Sim, mas ficaria com o rabo pegajoso e iria misturar os rebuçados com outras coisa.
Pois, isso não me parece má ideia. No outro dia disse-lhe antes de começar “não sei porquê, mas nunca sujaste a tua pila dentro de mim”. Tenho sempre o rabo impecável.
Usas clisteres?Não. Não sai nem um bocadinho de nada e garanto-te que não uso clisteres.
Todas gostavam de mim, até quem lá trabalhava. Não acreditavam que fosse famosa e diziam “não és uma celebridade, nem és famosa”. Eu dizia-lhes que era a rapariga do ânus tatuado e que se pesquisassem no Google iriam encontrar fotos. Depois de o terem feito, começaram a adorar-me. Estive presa três meses e trataram-me como uma rainha.
Claro que és famosa. Vais estar no programa do Howard Stern e em breve sairá esta entrevista na VICE. Como vais aguentar toda esta fama?A fama… Repara, eu só vou mostrar-lhes quem sou. Esta sou eu. Espero que gostem de mim pelo que sou, e se não gostarem, que se lixem. Tenho dito que serei famosa a minha vida toda. Mas, não quero ser rica. Se tivesse cinco milhões de dólares não comprava uma mansão na praia. Daria esse dinheiro aos pobres que me rodeiam, ou às crianças com cancro. Pagaria para que se encontrasse uma solução. Não é fixe viveres rodeado de luxos, enquanto os outros sofrem. Não curto isso. Quero fazer do Mundo um sítio melhor. Só quero ajudar.
És a Madre Teresa? Sim, já agora também podias ser o novo Papa? Isso é que era altamente. Repara, sinceramente, não me interessa.Segue a VICE Portugal no Facebook, no Twitter e no Instagram.
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