O Rio de Janeiro Segundo João Antônio, Rubem Braga e Mário Lago

Num botequim, o cardápio traz crônicas de João Antônio, Rubem Braga e Mário Lago, três sujeitos que sacaram as vibrações do Rio de Janeiro melhor do que ninguém. É assim que o Arte Sesc, localizado no bairro do Flamengo, resolveu expor as impressões dos escritores: reproduzindo o cenário de um bar.

Em cartaz até 13 de setembro, a mostra O Rio de Mário, Rubem e João reúne em seis salas crônicas, textos, frases, reportagens e vídeos do trio.

Criador do conto-reportagem no jornalismo brasileiro, o paulistano João Antônio levou para o papel as loucuras e o linguajar do submundo. Morador de Copacabana, ganhou dois prêmios Jabuti, trabalhou no Pasquim e fundou a Revista Realidade. Retratou como ninguém as mazelas vividas pela população periférica carioca. Sua máquina de escrever, uma Royal já enferrujada, pode ser vista na exposição.

Nascido e criado na Lapa, Mário Lago foi preso sete vezes. Apesar de retratar um Rio de Janeiro boêmio, era um sujeito que atravessava noitadas à base de cafezinho e água. Ator, diretor, compositor, radialista e fluminense doente, dizia ser um "marxista comunista autônomo".

Rubem Braga dedicou 62 anos de sua vida ao jornalismo e publicou mais de 15 mil crônicas. Foi preso duas vezes por textos que se opunham à ditadura militar. Morador de uma cobertura em Ipanema, onde cultivava árvores, usou seu bom-humor literário pra retratar um Rio de Janeiro sutil e ensolarado.

"O Rio de Mário, Rubem e João"
Arte Sesc
Endereço: Rua Marquês de Abrantes, 99, Flamengo.
Tel.: (21) 3138-1582 e 3138-1634
Data: De 20/7 a 13/9
Horário de visitação: De terça a sexta das 10 às 19h, sábados e domingos das 10h às 17h.
Preço: Gratuito
Classificação: Livre
Palestra com os pesquisadores Rodrigo Lacerda, José Castello e Maria Lucia Rangel sobre os cronistas: 10/08, às 19h.
Realização: Sesc