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Entretenimento

Conheça o Casal de Nova York que Ensina os Mistérios do Sexo para seus Clientes

"Nossas credenciais são a experiência de vida."

Foto cortesia TabooCouple.com

Rob e Bianca (não seus nomes verdadeiros) se conheceram em Atlantic City nove anos atrás. Ela tinha ido assistir a David Copperfield com a mãe, enquanto ele estava participando de uma competição de fisiculturismo. No começo, Bianca não levou seu futuro namorado muito a sério, já que ele estava cercado de amigos bombados contando piadas toscas.

"Era como se o deus Adônis estivesse sorrindo para mim naquele dia: todas as garotas estavam me olhando, sorrindo pra mim – e, de repente, vi essa garota que não estava", diz Rob sobre a paixão repentina.

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Apesar desse pequeno percalço, os dois se apaixonaram profundamente relativamente rápido. Bianca visitou Nova York por cerca de um mês e decidiu se mudar para lá logo depois. A vida sexual deles na época, eles me contaram, era extremamente ativa. Mas ambos perceberam que eram um casal baunilha depois de um jantar regado a muito vinho com os amigos no qual a conversa se desviou para aventuras sexuais. Basicamente, Rob e Bianca descobriram que eram bem chatos quando se tratava de transar.

Essa conversa acabou com os dois se tornando um time de acompanhantes, o que os levou a trabalhar como "consultores sexuais" para homens que não estavam alcançando a satisfação na vida sexual. Como Bianca falou para o New York Post, "Podemos não ser terapeutas sexuais com diploma, mas – como um casal que gosta de abrir sua vida sexual para outros – temos muito a oferecer".

Liguei para os dois a fim de saber exatamente como eles foram do casal mais chato de uma festa para "The Taboo Couple" e o que os qualifica para ensinar outras pessoas a transar direito.

VICE: Quando vocês faziam serviço de acompanhante, como era um cliente típico? Homens com fantasias bissexuais ou pessoas com fantasias de voyeurismo?
Rob: Nossos clientes eram principalmente homens heterossexuais, executivos, profissionais, mestres de seus pequenos universos. Eles vinham até nós porque não podiam revelar suas fantasias para suas esposas igualmente profissionais. Eram homens heterossexuais, embora tivessem fantasias bissexuais. Eu tinha a mente aberta o suficiente para ajudá-los a explorar isso. O que era igualmente revelador para mim.

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E, quando vocês prestam consultoria, qual o tipo de pessoa que procura a ajuda de vocês? Há algum ato específico que as pessoas geralmente querem melhorar?
Bianca: Comunicação, na verdade – como se comunicar com suas esposas. Esse é o maior problema das pessoas: comunicação.

Rob: "Pornificação" é um termo sociológico que define o que acontece com uma sociedade quando o conteúdo sexual é tão mainstream. Muitos homens – e mulheres também – assistem a pornô. E, quando assiste a pornografia, você desenvolve certas fantasias. Se alguém assiste a um certo gênero de pornô e isso a excita, às vezes há uma falta de comunicação entre essa pessoa e seu parceiro. As pessoas precisam de um escape; por isso, elas procuram gente como nós. Queremos mudar isso. Queremos ajudar essas pessoas a se comunicarem, dizendo: "Por que você não acha um jeito de comunicar ao seu parceiro qual é sua fantasia?". Virgens nos procuram para aprender como beijar, como fazer oral…

Bianca: Como falar com uma garota.

Rob: E ajudamos com isso também – temos virgens de 20 e poucos anos que são nervosos, não têm confiança; então, os ajudamos a construir essa confiança. Em como dar prazer a uma mulher e como abordar uma mulher. Isso faz sentido?

"Não atrapalha o fato de eu ser especialista em paus." – Rob

Sim, perfeitamente.
Bianca: Às vezes, discordamos; então, é bom ter esses dois lados.

Rob: Imagine o valor de ter as duas perspectivas de uma coisa, não apenas ouvir um lado…

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Bianca: Ele pode dar um conselho sobre alguma coisa, e eu digo "Sabe de uma coisa? Não acho isso, acho que você devia fazer mais disso", e os dois conselhos se misturam, e é isso que torna tudo perfeito.

Rob: E não atrapalha o fato de eu ser especialista em paus.

Ou seja, as pessoas procuram vocês e dizem "Quero uma aula de como chupar uma mulher", ou algo assim? Ou elas vêm até vocês, que fazem uma semana de curso para cobrir diferentes tópicos? Como isso funciona?
Rob: Temos casos em que a pessoa quer aprender uma coisa específica. Por exemplo, a namorada ou esposa de alguém curte muito sexo oral, porém essa pessoa não faz isso bem; juntos, nós o ensinamos como aperfeiçoar seu ritmo. Ou então eu ensino, quando não é uma questão de sexo oral, a técnica em termos de como deixar seu corpo em certo ângulo. Eu digo: "Olha, às vezes o pênis tem de… assim como um ponto G, você tem de colocar seu pênis num certo ângulo". Ou você tem de pensar na logística, tipo: "OK, se eu a coloco nesse ângulo, então meu pênis está tocando isso, blá, blá, blá…".

Bianca: E cada mulher tem seu próprio estilo, e eu ensino como achar o ponto G.

Rob: É tudo uma questão de linguagem corporal. Muitos caras acham que é só: "OK, vou lamber aqui e depois vou meter".

Bianca: Muitas mulheres não gostam de fazer boquete, e eu fiquei chocada com isso, na verdade. Tenho uma página no Facebook e também um blog. Logo, mando muitos e-mails e falo com muitas das pessoas [que me contatam]. Faço isso de graça porque isso me satisfaz. Estou ajudando. Recebo e-mails dizendo "Minha esposa tem nojo disso". E as mulheres contam "Não gosto disso, acho nojento: não gosto do gosto". E eu explico que, se você ama seu marido, como você pode não amar o pau dele?

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"Você tem de pensar na logística, tipo: 'OK, se eu a coloco nesse ângulo, então meu pênis está tocando isso, blá, blá, blá…'" – Rob

Vocês fazem as pessoas treinarem sexo oral num consolo, numa fleshlight ou em algo do tipo?
Rob: Também fazemos consultas físicas, nas quais temos uma prótese de vagina ou até uma boneca. Temos vários acessórios que funcionam muito bem. Às vezes, é até engraçado, dependendo de como você vê isso, mas funciona.

Bianca: Temos uma cliente da Suíça e nos falamos por Skype, e ela tem seu próprio consolo. Assim, ela olha para mim, eu olho para ela – e ela me imita com o consolo.

Rob: Enquanto isso, eu estou atrás me masturbando – não, brincadeira!

Logo, um garoto de 20 e poucos anos pode pagar vocês para o verem transando com uma boneca para avaliar a técnica dele e dizer o que ele podia fazer diferente?
Rob: Bom, um garoto de 20 e poucos anos… não, temos nossas regras. Somos contatados por gente bem jovem, embora a Bianca tenha 28 anos – ela vai fazer 29 em alguns meses – e eu tenha 35. Nós simplesmente dizemos: "Obrigado por entrar em contato, mas achamos que você deve explorar isso à sua maneira".

Bianca: Tenho muito cuidado quando converso com essas pessoas, porque elas ainda não são maduras. Não queremos confundi-las.

Rob: No momento em que um garoto diz "Quero transar com várias vadias", eu o corto imediatamente. Vá a suas festas de fraternidade, amigo, você não está tentando mudar sua vida – você só quer ser um comedor. Não é isso que fazemos.

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Então, digamos que um cara de 30 anos quer que vocês o ensinem como transar, e vocês o avaliam, dão um feedback. Quanto isso custa?
Rob: Nossas taxas variam. Tipicamente, nossas sessões duram cerca de uma hora e cobramos US$ 600 pelo nosso tempo. Mas varia. Se for pelo telefone, isso custa US$ 300. Por Skype, US$ 300. Em pessoa, quando temos de montar os acessórios…

Bianca: E algumas pessoas compram mais horas, coisas assim.

Rob: Por exemplo, se alguém determina que, depois de conversarmos, vai precisar de mais ajuda, então fazemos um preço de pacote. Como personal trainer, estou habituado a dar descontos para pacotes. Logo, os preços variam – acho que essa é a melhor resposta.

Tem muita gente por aí que se acha boa de cama, mas que não é tão boa assim. O que qualifica vocês para ensinar outras pessoas sobre sexo?
Rob: Um fato engraçado: dois dos maiores sexólogos, literalmente os maiores sexólogos do país, dois homens, médicos, com PhD em sexologia e tudo mais – falamos com eles regularmente. Quando eles ouviram falar da gente, conversamos por Skype e eles ficaram chocados. Eles admitiram – e eles não se conhecem pessoalmente – isto: "Olha. Há certas coisas que não podem ser ensinadas nem pelos melhores seminários ou pelas melhores escolas. É o conhecimento prático que aperfeiçoa certas coisas". E uma dessas coisas é o sexo. Você não pode assistir a um seminário sobre sexo e se dizer especialista nisso. Você tem de experimentar por si mesmo. Fizemos cursos e rimos do conteúdo. Nossas credenciais são a experiência de vida.

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Esta entrevista foi editada e condensada para melhor leitura.

Tradução: Marina Schnoor