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De Londres a Final da Libertadores, Protestos Contra 'Genocídio no México' se Espalham

Os protestos foram motivados por causa da morte de um fotojornalista e mais quatro outras pessoas,e já se espalhou para Londres, Madrid, diversas cidades do México, onde jornalistas pediram o fim da violência e a censura contra seus trabalhos.

Em Buenos Aires, fotógrafos esportivos realizaram no dia 5 de julho uma manifestação breve antes de um jogo de futebol internacional em resposta ao massacre na Cidade do México que tirou a vida de um fotojornalista e quatro outras pessoas.

"Chega de genocídio no México", diziam os cartazes dos fotojornalistas em campo antes do jogo entre River Plate, da Argentina, e Tigres, do México, na final da Copa Libertadores .

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A manifestação foi breve, mas as fotos dos fotógrafos com os cartazes se espalharam ainda mais rápido.

Manifestações se espalharam na semana passada depois do assassinato em 31 de julho do fotojornalista Ruben Espinosa, da ativista Nadia Vera e de outras três mulheres , ainda não formalmente identificadas, na Cidade do México. As vítimas foram torturadas e mortas com um tiro na cabeça. Três das mulheres foram estupradas.

Espinosa é o 14º jornalista do Estado mexicano de Veracruz que, desde dezembro de 2010, a ter sua vida ceifada – e o sétimo a ser morto só neste ano em território mexicano. O México está sendo chamado de o pa ís mais perigoso da Am érica Latina para a profissão.

Na quarta-feira passada, um grupo de manifestantes se reuniu em frente à embaixada mexicana de Madri com flores e fotos de Espinosa e Vera; ao mesmo tempo, eles liam um poema escrito pela mãe de uma das mulheres assassinadas. O evento foi organizado pelo movimento espanhol "I Am 132", do qual Vera ativamente fazia parte em Veracruz. Outro pequeno grupo de manifestantes homenageou as vítimas em frente à embaixada mexicana de Londres .

As manifestações não param no México desde domingo. Grupos têm protestado repetidamente em frente ao escritório do governo de Veracruz, na Cidade do México, cobrindo a propriedade com pixações e chamando o governador do Estado, Javier Duarte, de "assassino".

Antes de serem mortos, Espinosa e Vera afirmavam que estavam sendo seguidos e assediados por homens ligados ao governador.

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Em frente ao prédio residencial onde as mortes aconteceram, um grupo realizou uma vigília, acendeu velas e cantou em memória às cinco vítimas.

A procuradoria-geral da Cidade do México informou que prendeu um homem ligado ao caso, mas não liberou mais detalhes.

O cachorro de Ruben Espinosa, Cosmo, também participou do enterro do fotojornalista na segunda-feira. (foto por Marco Ugarte/AP).

Em Veracruz, onde Espinosa viveu e trabalhou oito anos antes que ameaças o obrigassem a fugir, repórteres e cidadãos invadiram uma sessão do congresso estadual na quarta-feira passada para pedir aos representantes que detivessem as agressões feitas contra eles.

"Estamos aqui porque, mais uma vez, um de nossos colegas foi ardilosamente assassinado", dizia a declaração divulgada pelo sindicato de jornalistas de Veracruz. "Ainda não aceitamos o fato de que a impunidade, a falta de ação, a corrupção, a indiferença e a incompetência o tiraram de nós."

Protestos similares aconteceram nos estados de Jalisco, Oaxaca, Baja California, Guerrero, Chiapas, Michoacán e no Estado do México. Em todos os casos, repórteres seguravam suas câmeras e outras ferramentas de trabalho, além de carregar fotos de Espinosa e imagens de câmeras sujas de sangue.

Na quarta-feira, um legislador da Câmara baixa propôs no Congresso Mexicano que o governador Duarte seja chamado para testemunhar diante da comissão permanente para descrever as ações que está tomando a fim de proteger os jornalistas de seu Estado.

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Tradução: Marina Schnoor